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40 anos da rivalidade de Niki Lauda e James Hunt na Fórmula 1

22 de junho de 2016, por Eduardo Molinar
Lifestyle
Niki Lauda e James Hunt

O ser humano sempre sentiu atração pela velocidade, seja por causa da adrenalina que ela proporciona ou pelo perigo a que os pilotos estão expostos. Na mais famosa categoria de automobilismo, a Fórmula 1, podemos ver a paixão com que os pilotos disputam cada ponto. Todas as temporadas tem seus protagonistas e suas histórias. No entanto, há exatos 40 anos, no mundo glamouroso dos anos 70 e da Fórmula 1, dois pilotos disputavam de forma mais acirrada que o “normal” o título de campeão mundial. Eles eram Niki Lauda e James Hunt.

Niki Lauda

Niki Lauda (Foto: Reprodução)

Niki Lauda, austríaco, na época com 27 anos, era um gênio na preparação do carro e um dos pilotos mais metódicos já vistos. Com um semblante sério, foi destaque na Fórmula 2. Seu início na F1 em 1971 foi um tanto modesto e sem causar tanto impacto pela pequena equipe March. O tempo passou sem grandes entusiasmos até que, em 1974, pela indicação de outro piloto famoso, Clay Regazzoni, Lauda foi contratado pela Ferrari. Dessa vez, com um carro competitivo, ele chegou ao pódio e, no ano seguinte, sagrou-se campeão mundial. Lauda era um homem reservado e focava muito em seu trabalho, chegando a comentar com sua esposa, certa vez, que a felicidade era uma “eventual inimiga na carreira”.

James Hunt era o oposto do rival em se tratando de personalidade. 29 anos, inglês boa-pinta, sempre rodeado de garotas e fã de “viver ao máximo”, ele também possuía inegável habilidade e competência no mundo automobilístico. Além das diferenças comportamentais fora do cockpit (parte do carro de F1 na qual o piloto fica) que tinha com Lauda, Hunt arriscava muito mais que o austríaco em manobras e ultrapassagens. Não bastasse isso tudo, um de seus lemas era “sex: the breakfast of the champions”. Suas festas regadas a drogas e uísques eram famosas. Antes da última corrida de 1976 foi flagrado por Patrick Head (hoje diretor da equipe Williams) recebendo sexo oral nos boxes. Antes de entrar no carro, Hunt vomitava para limpar o estômago de seus excessos em entorpecentes e álcool.

 James Hunt

James Hunt em sua imagem clássica (Foto: Reprodução).

O campeonato de 1976 começou com a habitual maestria de Niki Lauda, e na metade dele já havia aberto 34 pontos de vantagem sobre James Hunt. No entanto, durante o GP Nürburing, na Alemanha, Lauda sofre um gravíssimo acidente. Logo após uma curva, perde o controle do carro, bate no muro e o veículo incendeia com Lauda desacordado e preso nas ferragens. A desgraça já era grande e ainda outro carro se chocaria ainda com a Ferrari em chamas, pois não havia conseguido frear a tempo. Alguns pilotos param para socorrer o austríaco e o retiram do carro.

Um “detalhe” sobre a prova de Nürburing é que no dia as condições climáticas estavam péssimas por causa de forte chuva que caía. Niki Lauda convocou uma reunião de pilotos e propôs o cancelamento do GP. No entanto, a maioria foi contra e as atividades continuaram normalmente.

Niki se salvou por milagre e pela ajuda dos colegas, além de ter parte do rosto desfigurada pelas chamas. No hospital, os médicos disseram à esposa do piloto que ele não se salvaria e um padre chegou a ser chamado para dar extrema – unção… apenas 42 dias depois do acidente, passando por duras penas no tratamento, Lauda estava de volta às pistas ao ver o progresso do rival inglês no campeonato. Mas com o austríaco fora, Hunt, que corria pela McLaren, havia diminuído a vantagem que Lauda tinha sobre ele. A competição continuou acirrada até o último GP, ocorrido no Japão, onde James Hunt levou o título por apenas 1 ponto de diferença para Niki.

A temporada de 1976 ficou marcada pelo acidente de Lauda, mas ficou muito mais lembrada por uma das maiores rivalidades de Fórmula 1, que fizeram de Niki Lauda e James Hunt lendas do automobilismo. Essa história foi contada nos cinemas no filme Rush (2013), que tem Daniel Brühl (de Bastardos Inglórios) como Niki Lauda e Chris Hemsworth (que interpretou o super-herói Thor) como James Hunt. Apesar de alguns poucos elementos presentes no filme para torná-lo mais atrativo, é uma excelente produção dirigida por Ron Howard, um dos astros de American Graffiti (1973) e diretor de O Código da Vinci (2006).

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