Home > Destaque > California Dreaming: A era de ouro da contracultura do surf nos anos 60

California Dreaming: A era de ouro da contracultura do surf nos anos 60

24 de julho de 2015, por Juliana Lourenço
Lifestyle

Foi em 1907 que o havaiano George Freeth introduziu o surf nas praias Californianas. Nos anos 20, o campeão olímpico Duke Kahanamoku ajudou a popularizar o esporte na América. Nessa época, a prática do surf tinha um grande problema: as pranchas eram grandes e pesadas demais. Foi só depois da Segunda Guerra Mundial que surgiram pranchas mais leves fabricadas em madeira, fibra de vidro ou poliuterano. Com a melhora do design e acabamento das pranchas, o surf ganhou mais adeptos.

Prancha de Surf anos 60

(Foto: Reprodução)

Foi em 1965 que a contracultura do surf teve o seu boom. Surgida, principalmente, em Orange County, Venice Beach e Malibu e com bandas que reverenciava todo esse lifestyle californiano, como: The Beach Boys, Dick Dale & his Del-Tones e The Mamas and the Papas. Quem frequentava esse pedaço era invariavelmente bronzeado, com cabelos parafinados, usava camisas Pendleton e sandálias huarache. As mulheres ousavam em vestir biquínis ao invés de maiôs e foi nessa época também que surgiu os calções de banho para homens (boardshorts). Esse grupo desenvolveu sua própria gíria como “ groovy”, “hello!”, “brow“ e “haloe”.

Garotas na Praia

Mulheres usando biquíni na praia (Foto: Reprodução)

O carro da vez eram os Woodies, carros da década de 30 e 40, um estilo de corpo do carro com lataria traseira construída em estrutura de madeira com painéis de enchimento, que desfilavam nos estradas dos litorais carregados de pranchas de surf dando um ar sofisticado, alternativo e atraente.

Woodies

Modelo de carro que carregava as pranchas de surf (Foto: Reprodução)

Foi nessa época também que os surfistas desenvolveram o skate parar serem capazes de surfar no asfalto. Não se sabe ao certo quem inventou o skate, mas foi no início dos anos 60 na Califórnia. Era uma época que reinava o surf, praia e a curtição total sobre uma prancha. Muitos jovens adotaram o skate como uma forma de surfar no asfalto e a primeira modalidade foi o freestyle, que consistia em fazer loops sobre rodas, slide e manobras rasantes.

Skate anos 60

(Foto: Reprodução)

Com toda certeza a Surf Music foi a maior influência desses jovens que buscavam inspiração no rockabilly e R&B para criar um som mais cru, urgente e dançante. Boa parte das bandas preferia tocar rock instrumental, já que era mais simples e ideal para dançar. The Ventures, Duane Eddy, The Fireballs, The Gamblers, Johnny and The Hurricanes e The Champs tiveram muito sucesso naquele período e anteciparam timbres, riffs e harmonias que viriam a formar o que se chamaria de surf music.

The Ventures

The Ventures (Foto: Reprodução)

Em 1962, os Beach Boys assinaram com a Capitol Records e lançaram “Surfin Safari”, que foi um grande sucesso. A clássica “Surfin’ USA”, lançada no ano seguinte, estabeleceu os Beach Boys como a banda número 1 dos Estados Unidos. Até então, a surf music era um fenômeno basicamente instrumental. Os Beach Boys mudaram isso. As letras refletiam a dinâmica e a experiência de ser adolescente na Califórnia, usando as gírias e os jargões das ruas e das praias, especialmente as adotadas pelos surfistas.

The Beach Boys

The Beach Boys (Foto: Reprodução)

O ano de 1963 marcou o apogeu da surfmusic. As paradas de sucesso eram dominadas por bandas como The Chantays (“Pipeline”), The Surfaris (“Wipe Out”), The Pyramids (“Penetration”) e The Challengers (“K-39”), além dos já consagrados Beach Boys e Jan and Dean. Em Hollywood, Frank Avalon e Annette Funicello estreavam filmes que eram uma enorme propaganda para o estilo de vida praieiro da Califórnia. Dick Dale inclusive apareceu no primeiro deles, A Praia dos Amores. O resto dos Estados Unidos também se deixou levar pela mania. Bandas como The Astronauts (Colorado), The Rivieras (Indiana) e The Trashmen (Minnesota) vinham de locais onde o surf não era praticado.

Dick Dales

Dick Dales (Foto: Reprodução)

Na época da Guerra do Vietnã foi aderido na cultura o slogan do Power Flower, e por conta disso, as roupas de praia ficaram totalmente coloridas.

O estilo rebelde, a arte sobre as ondas e os encontros nas praias faziam da cidade um paraíso do surf, que aliás os surfistas locais queriam mais é surfar e curtir a vida, fugindo de todo estereótipos impostos que os rondavam, e mesclavam a vida radical ao contato com a natureza. Havia uma abundância de filmes que faziam parte da cultura do surf .“A menina do surfista que está apaixonada por um surfista local chamado Moondoggie”, o clássico The Endllers Summer e outros que faziam a promoção da indústria do surf na época.

Matérias Relacionadas
Hairspray
Hairspray chega a São Paulo e já está com vendas de ingressos abertas
Feminismo Mod
Feminismo mod: 6 representantes femininas da subcultura que fizeram diferença
Tia Beth
Tia Beth: romance tem fatos históricos do séc. XX como cenário e muitas reviravoltas
Now and Then: música dos Beatles
Now and Then: música inédita dos Beatles gravada com IA é um arrancador de lágrimas

3 Responses

  1. Olá Juliana! adorei ler o seu post! meu nome é gabriel, toco em uma banda de surf music instrumental – Footstep Surf Music Band – nessa banda somos fissurados pelo som instrumental dos anos 60, que você citou acima, Dick Dale, The Ventures, Johnny and The Hurricanes, The Shadows, e por aí vai…. Amei o post, se tiver um tempo, conheça minha banda de surf music instrumental – Footstep Surf Music Band em http://footstepsurf.tumblr.com – nesse link tem vídeos ao vivo e nossos dois discos para download gratuito. Um beijo! até mais!

  2. Oi Juliana, adorei seu artigo!!! Super completo, pesquisei todas as bandas que vc citou, as roupas e tudo mais….queria que vc tivesse colocado as fontes tbm para eu poder ir mais a fundo! Abraços!

Deixe um comentário