A banda paulista Cherry Rat & Os Gatunos continua a todo vapor com a divulgação de seu primeiro CD autoral, Bop to The Hell, lançado no ano passado. O quarteto de rockabilly acabou de divulgar o clipe da música Rat Rod. Confira abaixo, em primeira mão:
Aproveitamos a novidade para bater um papo com a bela vocalista, Gabriela Engelbrecht. Mais conhecida como Cherry Rat, ela nos conta um pouco mais sobre o processo criativo do filme, seus projetos, a cena na qual está inserida e muito mais.
De personalidade forte e estilo marcante, a loira coberta por tatuagens mudou-se de São Carlos para São Paulo há pouco mais de 2 anos, com o marido e baixista Lex Tats, e trouxe consigo a banda que acabou ganhando uma nova formação na capital – Joe Marshal e Renan Pigmew (ambos tocam também na Bad Luck Gamblers e Joe & The Wet Rags).
Gostou? Apaixone-se por essa bela pin-up girl com um vozerão de dar inveja, na entrevista a seguir!
Universo Retrô – Por que a escolha dessa música para o primeiro clipe?
Cherry Rat – Escolhemos a música Rat Rod porque é a que mais combinaria com o tipo de vídeo que gostaríamos de fazer e com o local que escolhemos para filmar.
Universo Retrô – E quem fez a produção e onde foi gravado o material?
Cherry Rat – Bom, isso foi um longo processo. Desenvolvemos juntos uma ideia de roteiro e, então, de acordo com isso, escolhemos a Lucky Friends Kustom House, em Sorocaba (SP), para filmar. Lá é um lugar maravilhoso e tem tudo a ver com a letra da música e o visual que precisávamos pro clipe. A produção, gravação e edição foi toda feita pelo Rudge Campos e pelo Jefferson Santos, que é um amigo de longa data e acompanha a banda desde o início. Ele sempre disse ter interesse em produzir um clipe nosso, então, não tivemos dificuldade, nem dúvidas, na hora de chamá-lo.
Universo Retrô – No que vocês se inspiraram para o enredo do filme?
Cherry Rat – Nos inspiramos em outros videoclipes, mas usamos muito do que tínhamos em mente para esse vídeo. Não queríamos que fosse uma história, nem nada muito clichê. Somos meio malucos, então, queríamos que o vídeo também fosse. Meio sem pé nem cabeça.
Universo Retrô – Já programam um clipe para outra música?
Cherry Rat – Sim, na verdade temos ideias para outros 3 clipes, mas ainda não começamos a gravar.
Universo Retrô – Tem alguma outra novidade que queira dividir conosco?
Cherry Rat – Já começamos a compor as músicas pro próximo disco e esperamos que ele seja gravado em breve.
Universo Retrô – E em relação a turnê? Estão programando alguma coisa em breve?
Cherry Rat – Por enquanto não programamos nenhuma turnê, mas isso está nos planos da banda. Talvez uma turnê nos EUA, ou na Europa… talvez as duas, mas ainda não temos nada concreto.
Universo Retrô – Conte-nos há quanto tempo existe a banda Cherry Rat & Os Gatunos e como/onde ela surgiu?
Cherry Rat – A banda existe desde o fim de 2010 e foi formada em São Carlos, interiror de São Paulo. Na época, o Lex Tats e eu estávamos com a ideia de montar uma banda rockabilly e, então, conhecemos o Skinny Jim, que foi nosso baterista por 3 anos. Desde então, a banda nunca parou, mas, no ano passado, nos dedicamos à composição das músicas e gravação do nosso primeiro CD, já com outra formação e morando em São Paulo capital.
Universo Retrô – Quem são eles e como está rolando a sintonia com os novos (já antigos) integrantes da banda?
Cherry Rat – Os novos integrantes são o Joe Marshall (Ex-Crazy Legs, Bad Luck Gamblers e a atual Joe and The Wet Rags), na guitarra, e o Pigmew (Ready Teds), na bateria. Nos entrosamos com facilidade e isso ajudou muito na composição das músicas, já que cada um tem sua contribuição pro CD, tanto nas letras quanto nas melodias.
Universo Retrô – De quem são as composições do CD novo?
Cherry Rat – A maioria das composições é minha, mas temos uma música escrita por Joe Marshall e uma pelo Lex. Também ganhamos uma canção do Mauk (Big Trep), composta com o Eduardo Garcia.
Universo Retrô – E em relação à capa toda ilustrada, quem fez? E a produção?
Cherry Rat – A capa do CD foi desenhada pelo renomado artista Sol Rac, da Argentina. Muitas pessoas já o conhecem pelos seus desenhos feitos para bandas como Cramps, Batmobile, Johnny Cash, entre outros. Já a produção do CD foi feita pelo Joe Marshall no estúdio Hot Jail, em São Bernardo do Campo, São Paulo.
Universo Retrô – Como e quanto esse gênero entrou na sua vida? Você sempre cantou rockabilly?
Cherry Rat – Na verdade, o rockabilly entrou na minha vida no final de 2009. Foi um período de muitas mudanças para mim e, como sempre precisei de música pra me motivar, o rockabilly se encaixou como uma luva. Era o que eu precisava pra viver. Antes de conhecer o gênero eu tinha uma banda de punk rock.
Universo Retrô – Quando se fala em rockabilly, os leigos automaticamente se lembram de Elvis Presley. Quais são suas inspirações femininas para cantar? Quais as bandas/músicos que você indicaria para quem está começando a ouvir este tipo de som?
Cherry Rat – Me inspiro muito em Janis Martin, pra mim ela é a melhor cantora de rockabilly que já existiu. Mas, claro, me inspiro também em outras grandes cantoras como Wanda Jackson, Brenda Lee, Sparkle Moore, Imelda May, Kim Lenz, Nikki Hill, Jane Rose, Rosie Flores, Marti Brom, Wynona Carr, enfim… existem muitas boas cantoras e adoro me perder ouvindo e presentando atenção ao modo com que cantam. Essas são boas cantoras pra quem quiser pesquisar, mas não deixe de ouvir Johnny Cash, Buddy Holly, Eddie Cochran, Gene Vincent, Go Cat Go, Stray Cats, Everly Brothers, Collins Kids, King Louie Combo, Rip Carson… e assim por diante!
Universo Retrô – Você acha que as pessoas, de um modo geral, no Brasil, estão mais familiarizadas com o rockabilly hoje em dia ou ainda custam a entender o estilo de vocês?
Cherry Rat – Eu acredito que as pessoas de um modo geral não sabem o que é rockabilly, apesar de termos muitas bandas do gênero no país. Isso é muito perceptível nos shows; as pessoas acabam pedindo músicas que não fazem parte do estilo.
Universo Retrô – E te incomoda essa popularização do rockabilly? Assim como das pin-ups, das tattoos old school e tudo mais que remete ao estilo 1950’s e faz parte do estilo de vida de vocês? Ou você não liga pra isso?
Cherry Rat – Não, não me incomoda. Acredito ser uma coisa boa, porque apesar de muita gente “entrar” na cena ou adotar o visual sem fazer a mínima ideia do que está fazendo, uma ou outra acaba realmente se identificando e aderindo a esse estilo de vida tão bacana. No caso das tattoos old school, elas são atemporais, por isso eu as escolhi pra mim e, apesar desse boom, elas sempre serão bonitas mesmo quando a moda passar. Quanto mais pessoas passam a conhecer o rockabilly e a cultura 1950’s, melhor.