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Conheça a história de Falco, o primeiro rapper branco

21 de janeiro de 2016, por Eduardo Molinar
Música

Nova York, Estados Unidos, 1980. O hip hop começa a aparecer em discotecas da época e a tomar as ruas da cidade. Vienna, Áustria, 1980. Um jovem baixista de uma banda de punk e hard rock chamada Drahdiwaberl deixa o grupo para seguir carreira solo. Esses dois acontecimentos deram início a um dos capítulos mais importantes e, ironicamente, desconhecidos da cultura hip hop e pop em geral: o surgimento de Falco, o primeiro rapper branco.

Até 1982 Falco era um baixista de uma banda underground um tanto caótica e o hip hop era um estilo musical popular somente entre os negros nova iorquinos. Após entrar em contato com esse novo movimento, Falco decide seguir carreira solo e apostar no rap e nos sintetizadores. Em 1982 lança seu primeiro álbum, Einzelhaft, e com ele vem o seu primeiro hit “Der Kommissar”, uma mistura de rap, funk e dance. Chegando ao número 1 nas paradas da maioria da Europa e obtendo grande aceitação nos clubes negros de Nova York, ele recebe da mídia a alcunha de “o primeiro rapper branco”.

Der Kommissar (O Comissário, em alemão) trata sobre a cocaína e sobre a relação da polícia com alguns usuários. No vídeo clipe, em que Falco aparece correndo, o carro de polícia foi projetado digitalmente pela MTV. Essa foi a primeira vez em que tal efeito foi usado.

Para tornar sua música mais “internacional”, ele mistura palavras em inglês aos versos de rap alemão. Além disso, Falco foi o primeiro a fazer rap com o refrão cantado, padrão que tomou o mundo e permanece até hoje. Mostrando ser um conhecedor e não um aproveitador do hip hop, ele chamou atenção de grandes nomes do gênero como Afrika Bambaataa e Grandmaster Flash. Em 1983, quando esteve em Nova York gravando vídeo clipes para seu segundo álbum, Falco se encontrou com Bambaataa.

Capa do single Der Kommissar

Capa do single Der Kommissar/ Helden Von Heute. O lado B foi inspirado na canção “Heroes”, de David Bowie, um de seus ídolos (Foto: Reprodução)

Após o segundo álbum, “Junge Roemer”, não obter o mesmo êxito internacional do primeiro, Falco compôs o seu maior sucesso da carreira, a famosa “Rock me Amadeus”. Inspirado no filme Amadeus (1985), nessa canção ele misturou hip hop com pop e música clássica. Resultado: Rock me Amadeus chegou ao primeiro lugar na Europa, nos Estados Unidos e em outras partes do mundo. Falco foi à América promover seu terceiro álbum, “Falco 3″, e se tornou a maior sensação de 1985 e de 1986. Sua carreira estava no topo.

Uma curiosidade é que, assim como Elvis causou muita surpresa no mundo todo nos anos 50 por cantar um ritmo negro, Falco assim o fez nos anos 80. Quando o rock and roll surgiu para o mundo, além da Inglaterra, o país que mais o acolheu foi a Alemanha. Com o hip hop foi a mesma coisa.

Infelizmente, nenhum dos seus outros lançamentos repetiu o mesmo feito de Rock me Amadeus. A maioria continuou fazendo sucesso em países como Áustria, Alemanha, França e Inglaterra, mas na América não houve mais. No entanto, deve-se ressaltar a contribuição de Falco para a música pop dos anos 80 e 90, mais precisamente ao hip hop, ao qual ele deu muita visibilidade no velho continente. Em 1998, ano de seu falecimento, ele obteve mais hits, como Out of the Dark e Push Push, nos quais gravou no estilo Techno, que logo depois seria chamada de música eletrônica.

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