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Moves Like Jagger: Será que o mundo da música ainda encontra um novo Mick Jagger?

29 de fevereiro de 2016, por Mirella Fonzar
Música

Na música “Moves Like Jagger” (2011), Adam Levine, vocalista do Maroon 5, garante à sua parceira de dueto, Christina Aguilera, que imita os movimentos de Mick Jagger direitinho. Mesmo sabendo que o verso é apenas uma brincadeira que homenageia o jeito singular do vocalista dos Rolling Stones nos palcos, continuo tendo minhas dúvidas sobre alguém realmente conseguir os tais “moves” de Jagger.

Na última quarta-feira (24) – depois de anos de espera -, assisti à primeira apresentação do quarteto britânico em São Paulo e posso dizer que me surpreendi com tudo o que vi por lá. Como stonesmaníaca que sou, sempre enxerguei os Glimmer Twins – Mick e Keith Richards – como seres imbatíveis, super-heróis imortais. Mas, confesso que, dessa vez, cheguei ao show com um pensamento um pouco mais realista: eles passaram dos 70, não dá pra exigir demais, né? Ledo engano!

Rolling Stones

Rolling Stones (Foto: Reprodução)

Muito se falou num possível fim dos Stones depois do aniversário de 50 anos da banda, em 2012, mas, até agora, quase 4 anos depois, nada de Mick, Keith, Ronnie e Charlie pararem com as atividades. Eles estão a todo vapor nas apresentações da turnê Olé, pela América Latina, e mais unidos do que nunca. Uma pequena prova disso foram os dois últimos shows em São Paulo, na quarta e no sábado (27), com o estádio do Morumbi lotado com cerca de 70 mil fãs em cada apresentação, e um Jagger mais enérgico do que nunca.

Aos 72 anos, o vocalista dos Stones mais uma vez surpreendeu ao público com sua enorme energia e movimentação intensa ao longo das quase duas horas de show – isso tudo sem nem pensar em ofegar enquanto entoava sucessos, como Gimme Shelter, Miss You e Start Me Up. Definitivamente, Mick Jagger é um dos maiores showman da história, se não o maior. Se você discorda, caro leitor, é porque provavelmente nunca assistiu a um show dos Rolling Stones ou prestou atenção no comportamento de Jagger em cima dos palcos. Dá uma conferida neste vídeo abaixo, quando ele interpreta Out Of Control, levando o público à loucura.

Tesão, catarse, êxtase são termos que descrevem bem tudo isso. Mick parece voar com o microfone na mão. Não importa o tamanho do palco, ele corre, pula, ajoelha e rebola, e sua voz continua límpida e cristalina. Com um sorriso de orelha a orelha, canta com uma naturalidade fora do comum, para alguém que não para quieto um minuto em cima do palco. Nunca vi nada parecido. Nem Elvis Presley atingia um nível destes em apresentações ao vivo, pelo menos não desta maneira.

Por isso, continuo duvidando que seja possível surgir um novo Mick Jagger algum dia. Até podemos ver nascer músicos que cantam com paixão ou que dançam sem parar. Mas, essa união entre fôlego, tesão pela música, composições que ultrapassam gerações, movimentos acrobáticos e falta de vergonha na cara (até depois dos 70 anos de idade!), acho difícil se reunir em outro artista. Está para nascer alguém que realmente “moves like Jagger”!

Mick Jagger

Mick Jagger (Foto: Reprodução)

Me desculpe, Adam Levine e toda a leva de roqueiros desta geração: Mick Jagger continua sendo insubstituível e incomparável. Foi ele quem abriu as portas para todos vocês. Ao lado do amigo Keith Richards, pegou carona na tradição do blues americano, no rock ‘n roll de Chuck Berry e misturou com a vontade de quebrar conceitos na terra da rainha. Adicionou paixão, tesão e muita fé no que fazia, mesmo quando alguém (provavelmente um jornalista chato) insistia em perguntar: “Quando você pretende parar?”. Respondo por ti, Mick, nem depois da morte!

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