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Mulheres brasileiras contam como se descobriram pin-ups; conheça as histórias

20 de julho de 2015, por Daise Alves
Moda
Pinup

Óculos gatinho, batom vermelho, saia rodada, topete, franja, bandana, entre outras elementos, são algumas das caracterísicas que identificam uma garota pin-up. Entretanto, sabe-se que ninguém nasceu já tendo um super estilo retrô; as meninas se transformam com o tempo, conforme vão se descobrindo, principalmente no início da adolescência ou no começo da fase adulta, percebendo suas mudanças em relação a gostos musicais, influencias familiares ou preferências estéticas.

Mas, quem vê essas garotas, não imagina que elas possuem um histórico para hoje serem identificadas como tal. Buscando entender melhor, o Universo Retrô foi atrás de algumas mulheres brasileiras, modelos ou apenas simpatizantes, para contar como elas se descobriram pin-ups. Confiram:

 

Bruna Carolina é maquiadora, ama tatuagens e mora em Paranaguá no Paraná.

“Sempre gostei muito de história, da arquitetura da minha cidade e objetos antigos. Estudei pra ser técnica em guia de turismo e tive ainda mais acesso a tudo isso. Um dia recebi uma revista em minha casa na qual tinha uma entrevista com a Dita Von Teese falando sobre a sua arte, suas inspirações e sobre o universo vintage. Fiquei ainda mais fascinada! Busquei saber mais sobre o estilo dela, suas influências, e realmente me apaixonei por esse mundo. Acho que a junção da delicadeza e feminilidade das décadas passadas me ajudou a formar o estilo e a personalidade que tenho hoje.

Bruna Carolina

Pin-Up Bruna Carolina: Paranaguá – PR (Foto: Jéssyka Batista Galeria)

Cintia Betini20 anos, mora no interior de São Paulo e ama fazer cupcakes.

“Eu descobri a pin-up que existia em mim no final da adolescência, naquela fase de mudanças, quando eu percebi que, além da menina que eu era (e ainda sou), não podia mais ignorar a mulher que estava por vir; feminina e charmosa e ainda assim com simplicidade e inocência. Com todas essas coisas juntas, o estilo pin-up veio pouco a pouco trazendo mais delicadeza para o modo como eu me vestia, me maquiava e até como gesticulava. E essa junção de coisas fez eu me tornar o que sou hoje.”

Cintia Betini

Pin-Up Cintia Betini – Pirassununga – SP (Foto: Arquivo Pessoal)

Cherry Ann, 27 anos, é preparadora de máquinas e estudante de fabricação mecânica. Sempre teve influências familiares para inspirar o seu estilo.

“Aos 12 anos, o Rockabilly, Rock’n’Roll e a música dos anos 50 e 60 entrou na minha vida e logo me apaixonei. Aos 18 começou a transição, veio a paixão pelos carros antigos e a curiosidade em conhecer melhor a vida naquela época. Começar a querer fazer ensaios pin-ups foi apenas uma consequência. Isso ocorreu em meados de 2007. Uma grande inspiração foi minha falecida Tia Doria que foi Musa dos teatros do Rio de Janeiro na década de 50. Ela sempre me contava histórias e guardava com muito carinho roupas e fotos da época. Além do meu pai que, com 73 anos, viveu a adolescência entre a década de 50 e 60. Ele sempre me inspirou muito! Os filmes, vídeos, revistas e imagens que garimpo e pesquiso da época são grandes inspirações de estilo também!”

Cherry Ann

Pin-Up Cherry Ann: Joinville – SC (Foto: Vanessa Vieira Fotografia)

Fabiana Fabrício, 28 anos, atualmente é bancária. Adora tatuagens e fazer ensaios pin-up.

“Eu me descobri pin-up por acaso pela internet em pesquisa por maquiagens. Eu já adorava os olhos gatinhos feito com delineador. Em sequência, descobri que muitas outras garotas adoravam o estilo também. Então, em 2011, comecei a participar de concursos pin-up e a fotografar. Nesse momento, percebi que era isso que eu era.”

Fabiana Fabrício

Pin-Up Fabi Cherry – São Paulo SP (Foto: Arquivo Pessoal)

Nê Barreto tem, não só a paixão pela estética, mas principalmente pela música e adora dançar ao som dos anos 50.

“Tudo começou com a minha mãe que é muito fã do Elvis Presley. Ela vê muitos filmes dele desde que eu era muito pequena, daí eu percebi que gostava muitos das trilhas sonoras e comecei a pesquisar mais sobre a música da época, então eu me encantei por esse estilo musical. Eu comecei pela música e não pelo estilo de se vestir, a questão da moda veio com o tempo, acontecendo naturalmente.”

Nê Barreto

Pin-Up Nê Barreto: São Paulo – SP (Foto: Edu Fuica)

Paola Cristine, além de pin-up, é tatuadora e modelo na Ink Model n’ Art

“Sempre tive uma ligação especial com os anos 30, 40 e 50. Meu tio avô, que ajudou a me criar, adorava as músicas da época, tanto as nacionais da era do rádio e bossa nova, quanto as internacionais. Minha mãe também contribuiu muito, pois é fã do cinema clássico hollywoodiano. Então, desde muito pequena, eu já via as divas do cinema da época de ouro. Essas mulheres incríveis foram para mim o exemplo de feminilidade, força e beleza, tanto que me inspiro muito nelas. E para arrematar eu cursei História na faculdade, por já gostar muito da fase da primeira a segunda guerra. Posso dizer que sempre, desde pequena, houve uma pin-up dentro de mim e que floresceu cada vez mais com a maturidade e a independência”.

Paola Cristine

Pin-Up Paola Cristine: Curitiba – PR (Foto: Meiriane Nico)

Samara Rapackifotógrafa do Rio Grande do Sul. O seu estilo pin-up tem grandes influências musicais.

“Eu utilizo elementos da cultura pin-up e vintage no meu estilo há uns 9 anos, e acredito que o estilo acompanha o gosto musical. Nesse meio tempo tive muitas variações nos meus gostos, mas de dois anos pra cá eu me encontrei em um estilo definido e resolvi me assumir pin-up western. Isso, graças a descoberta do western swing, que hoje é meu estilo musical favorito, e também por uma maravilhosa influência de um cowboy que, felizmente, entrou na minha vida me apresentando uma variedade de referências apaixonantes dentro dessa cultura country.”

Samara Rapacki

Pin-Up Samara Rapacki: Rio Grande do Sul (Foto: Arquivo Pessoal)

Srta Tata, proprietária de uma marca de acessórios é apaixonada pelos anos 40 e 50.

“Com mais ou menos 17 anos, meus amigos me chamavam de pin-up por conta de como eu me vestia. Gostava de músicas, filmes e carros de época, mas não tinha muito conhecimento sobre o que tudo isso representava. Foi, então, que decidi estudar o assunto. Nesse momento, percebi que tudo o que remetia aos anos 40 e 50 eu me identificava. Mais pra frente nasceu o desejo de criar meu próprio negócio voltado ao universo vintage e retrô. Quando sai do meu emprego em 2012, comecei a mudar meu guarda-roupas e usar o estilo no dia a dia. De lá pra cá surgiram também oportunidades de trabalhos como modelo pin-up e premiação em um concurso.”

Srta. Tata

Pin-Up Srta. Tata – Santa Catarina (Foto: Ricardo Scramussa)

Percebe-se que mesmo todas se identificando com a estética pin-up, cada uma têm suas características peculiares, valorizando aquilo que elas têm de mais forte, seja o conhecimento sobre música ou o gosto pela moda. Mas de uma coisa é certa, todas são apaixonadas pela cultura vintage e retrô.

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9 Responses

  1. Andréa Alves

    lindas todas lindas! adoro este estilo, sempre fui diferente das minhas amigas e das minhas duas irmãs! na adolescência eu nunca soube bem o que vestir, por que nunca gostei dos tipos de roupas que estavam na moda, sempre tive roupas diferentes, comecei a costurar cedo e fazia minhas próprias roupas, tudo bem diferente, lembro que aos 13 anos de idade ganhei um vestido bem rodado e que tinha uma fita dando volta na cintura e terminava com um laço nas costas, eu amava ele, enquanto minhas amigas riam rsrsr e diziam… põe um shortinho Andréa um top alguma coisa mas tira este vestido! tá parecendo uma vovó! eu dizia eu amo ele! foi amor a primeira vista rsrsr me sentia uma boneca nele. e pra mim isso explica tudo… o gosto pelas roupas diferentes meu gosto musical sempre foi diferente também, fui descobrindo aos poucos, vendo sites,revistas,e filmes antigos que sempre amei. e acabei descobrindo meu um estilo que usarei para o resto da minha vida! desde 2013 venho admirando e amando… o estilo pin up! ótima matéria Daise parabéns!

  2. Amei!
    Percebi que a minha história é parecida com a delas: sempre morei com pessoas que viveram aquela época, meus pais sempre ouviam Elvis e big bands, minha mãe sempre foi fã de filmes musicais antigos e eu ficava fascinada com tudo aquilo: as músicas, as histórias, as roupas… Tudo! E as histórias que minha mãe, tia e avó contavam sobre aquele tempo me faziam sonhar e acreditar – na minha mente de criança – que era uma época perfeita (bom, para elas, que moravam longe da ditadura que assolava Portugal, na época, e faziam parte da alta burguesia, é natural que fosse perfeito kkkk).
    Foi com isso que eu cresci. Para mim, tudo que remetia aqueles tempos era o ideal. Sou aquela que, desde criança (lá na pré-História dos anos 80 kkkkkk), sempre disse que queria viver nos anos 50.
    Durante anos, esse meu amor pelas músicas e filmes antigos era visto com estranheza. Hoje, com toda essa moda da cultura vintage, as pessoas já acham quase normal rs
    Bjs

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