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Oito Pin-ups Plus Size brasileiras para conhecer e se inspirar

14 de dezembro de 2016, por Rosiane Cremasco
Lifestyle

Ser gordinha assumida nos dias de hoje, além de um grande exercício de autoestima, é, de certa forma, uma maneira de aderir à cultura Plus Size como estilo de vida e empoderamento feminino. Cultura essa que não se limita apenas à moda, mas também ao comportamento, muitas vezes julgado e menosprezado pela grande mídia e sociedade, adeptas a um padrão de beleza magro.

O termo Plus Size (ao pé da letra, tamanho maior) surgiu em meados da década de 70 nos Estados Unidos, relacionado inicialmente à moda, como forma de rotular os tamanhos maiores, a partir do número 44, que seriam fora do “padrão ideal de beleza”, conceito que atinge principalmente o público feminino. Nos dias atuais, em meio a tantas revoluções sociais, o termo acabou, literalmente, tomando forma e ganhando espaço como um movimento cultural, tornando-se praticamente uma bandeira contra a indústria da beleza.

Tess Holliday é uma das Pin-ups Plus Size mais famosas do mundo (Foto: Reprodução)

Tess Holliday é uma das Pin-ups Plus Size mais famosas do mundo (Foto: Reprodução)

Se, antes, para muitas mulheres, vestir acima de 44 era motivo de vergonha, hoje, graças ao movimento Plus Size torna-se motivo de orgulho e aceitação, servindo também como uma das armas para o empoderamento feminino. A internet, claro, é um dos principais meios para a difusão dessa tendência comportamental. Basta uma busca pelo termo “Plus Size” no Google ou nas redes sociais, para obter resultados com imagens de belas modelos cheias de curvas, estilo e autoestima.

Por remeter a uma época em que o padrão de beleza era mais curvilíneo e natural, muitas mulheres plus se sentem a vontade em aderir ao estilo Pin-Up nos dias de hoje. Tanto no vestuário, abusando dos decotes, cinturas marcadas e saias godês, que valorizam e acentuam suas curvas e vestem perfeitamente corpos acima do tamanho 44, como também nos penteados, maquiagens e acessórios, que ressaltam suas belezas individuais.

Teer Wayde do blog Curves To Kill (Foto: Reprodução)

Teer Wayde do blog Curves To Kill (Foto: Reprodução)

É nesse aspecto que o movimento Plus Size acaba naturalmente navegando pelas ondas do estilo retrô. Uma boa parte das entusiastas do Plus Size, que associam suas curvas à beleza do passado, viram referência, tornando-se muitas vezes modelos ou fashionistas focadas no estilo vintage. Para provar que as Pin-Ups Plus Size são maravilhosas, o Universo Retrô destaca, abaixo, as principais representantes brasileiras deste movimento doce e encantador, que mistura curvas e muita elegância:

Danny Von Z.

Daniele Zapater tem 29 anos, mora em São Paulo e é arquiteta. Possui um canal no Youtube que fala bastante sobre auto-estima e aceitação, tudo com muito bom humor. É bem vaidosa e ama o estilo pinup e rockachola. Faz parte de um grupo de modelos que também retrata esse mundo, chamado PMM – Pink Mink Mafia. Instagram: @danizapater

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Dany Von Z. (Foto: Divulgação)

“Ser Plus Size, muitas vezes, não é fácil. Tanto para achar roupas como lidar com o preconceito. Ainda mais quando, no meu caso, se é adepta ao estilo retrô, deslocada da moda atual. Todo dia é um trabalho interno de amor próprio e de luta contra a imposição da sociedade para sermos magras. Muitas marcas de roupas esquecem ou ignoram a mulher gorda, rotulando como GG ou Plus Size roupas que não se enquadram nem no tamanho 44, nos obrigando a procurar costureiras, que muitas vezes, não sabem e nem tentam fazer roupas no estilo para gordas, porque, na cabeça delas, esse tipo de roupa engorda e não cai bem.”

Chubby Pin-Up

Renata Candido tem 26 anos e mora em São Paulo. É advogada, e nas horas vagas faz vocais em bandas de rockabilly, como Roberto Terremoto e os Abalos Sísmicos e Alex Valenzi. Também já participou de concursos e ensaios fotográficos Pin-Up. Foi eleita Miss À Moda Antiga 2016 e participou recentemente dos ensaios Tempestade Tropical (abaixo) e Sky Lovers, do Universo Retrô. Instagram: @chubbypinup

Renata Candido

Renata (Foto: Ricardo Biserra | Universo Retrô)

“Encontrei neste estilo a inspiração para externar toda a minha vaidade que eu sentia antigamente que não podia externar, por estar acima do peso e fora dos padrões atuais de beleza. As roupas com saias na altura do joelho e cintura alta, por exemplo, valorizam qualquer corpo! Toda mulher devia experimentar. Este estilo valoriza as curvas femininas e se adequam perfeitamente ao tipo de corpo que eu tenho, por isso eu amo! Ser Plus Size e modelo Pin-Up pra mim é uma vitória pessoal. Entendi, depois de uma longa jornada de construção de autoestima e autoconfiança que posso ser linda, sexy, feminina, e estilosa sendo gordinha.”

Dani Póvoa

Daniela Póvoa Machado tem 34 anos, mora em Joinville – SC. É chef de cozinha e dona da confeitaria artesanal Rock Cake, que mescla o moderno com o retrô. Já trabalhou como produtora cultural, ramo que a aproximou da música. Gosta de ouvir psychobilly, mas também ama o estilo Lady Like. Instagram: @danipovoa

dani-povoa

Dani Póvoa (Foto: Divulgação)

“Eu sempre fui gordinha e sempre me amei. Faz uns doze anos que comecei a incorporar um topete, um vestido, um assessório… A coisa foi aflorando e daí, onde se veste gente com nosso corpo? Onde compra roupa? O jeito é apelar para brechós, até achar a costureira dos seus sonhos que faça aquele vestido perfeito. Mesmo com tais dificuldades, era inevitável esse universo na minha vida. Independente do meu corpo, ele faz parte de quem sou, e minhas roupas e acessórios só externam tudo isso. Eu nunca me senti mal até participar de um concurso, onde nos bastidores surgiu a seguinte frase: ‘ela é linda mas está fora do padrão’… Esse ano sou Jurada Convidada do mesmo concurso onde eu ‘estava fora do padrão’. Ou seja, o padrão não existe, o que existe é você ser você mesma e aceitar sua beleza, mesmo com quilos a mais. Acredito que o universo Pin-Up é muito mais atitude e personalidade… é você transparecer a sua confiança em ações.”

Michelli Warmeling

Michelli tem 31 anos, mora em Joinville – SC. É estilista e modelista, formada em moda há 10 anos, dona da marca Ateliê Michelli Warmelling. Metida à modelo e amante incondicional da moda Plus Size. Instagram: @michelliatelie

(Foto: Divulgação)

Michelli (Foto: Divulgação)

“Acredito que não há uma regra para ser ou não adepta do lifestyle old school/retrô, então, plus size ou não, você simplesmente se apaixona, se identifica. Precisa ter coragem pra segurar o estilo? Precisa sim. Afinal, tudo o que é tido como diferente pela sociedade, requer muito jogo de cintura. Gordas não podem casar, amar, ir à praia, nem mesmo serem Pin-Ups. Sério mesmo? Nós podemos tudo o que quisermos, meus amores. Meu processo de aceitação foi lento, difícil e repleto de grandes obstáculos, o estilo que assumi me ajudou muito nisso, as roupas sempre foram minha identidade, as tatuagens me fizeram mais segura. De certa forma, é como se cada uma me fizesse mais forte e a maquiagem clássica é também minha marca há anos. E de uma coisa eu tenho certeza, uma gorda segura, que se ama e inspira outras mulheres, incomoda, e muito! Então, vamos ser maravilhosas, no estilo que quisermos e incomodar muito mais!”

Paty Presley

Patricia Maria Grossi tem 29 anos. Nasceu em Maringá – PR, mas desde 2009 vive em São Paulo. É stylist, produtora de moda, estilista e dona da marca All Right, Mama By Belanízia e cantora na banda Bamboladies. Instagram: @patricia_maria_grossi

Paty Presley (Foto: Divulgação)

Paty Presley (Foto: Divulgação)

“É fácil associar o meu corpo com o estilo Pin-Up, pois naquela época os padrões eram diferentes, as meninas tinham curvas e aspecto saudável, elas eram autênticas! Ruivas, loiras, morenas, românticas, sapecas ou até sado-masoquistas como a maravilhosa Bettie Page. As silhuetas das roupas da época ajudam a realçar e disfarçar também, como as saias godês que realçam a cintura e escondem a barriguinha! E adoro este modelo, uso sempre! Temos a imagem da garota Pin-Up dos anos 50/60 com curvas bem desenhadas e voluptuosas. Eu acho que o estilo retrô ajuda muito na autoestima das meninas que são plus, pois não existe padrão do corpo perfeito. Para ser Pin-Up, o que vale mais é a atitude!”

Desi Arruda

Desiree Rossetto de Arruma tem 27 anos, mora em Santo André – SP. É Psicóloga Social, e nas horas vagas também faz vocais em bandas de rockabilly, como Roberto Terremoto e Seus Abalos Sísmicos. Apaixonada pela cultura vintage em todas suas vertentes, mas especialmente pela moda e música dos anos 50. Instagram: @desiarruda

Desiree (Foto: Divulgação)

Desiree (Foto: Divulgação)

“Desde que me entendo por gente estive ‘acima do peso’, sempre fui gordinha, e hoje me considero Plus Size. Nos últimos anos uma onda gigante de aceitação do, antes, diferente e da derrubada de um único padrão de beleza entraram em conflito sobre o que acontecia – na moda e de certo modo na sociedade, no final dos anos 40 e no início dos anos 50. Foram nessas décadas que as mulheres consideradas robustas começaram a ter um olhar para si, ganhando espaço nas revistas, para venda de roupas, lingerie específica, entre outros.

Claro, os olhares para o que era plus na época são um pouco diferentes do que encontramos hoje, mas posso dizer com segurança que, me sinto completamente decidida e empoderada de ser quem sou e como sou dentro da cultura dos anos 50, pois sei que o comportamento, juntamente com o rock’n’roll, quebrou diversos padrões impostos socialmente, buscando espaço para o diferente. É importante deixar registrado aqui que, já ouvi frases desagradáveis no meio, pessoas me mandando emagrecer, me dizendo que palco não é lugar de mulher gorda, que Pin-Up não pode ser gorda e para estes eu só tenho a dizer, o lugar de qualquer pessoa, é onde ela quiser estar!”

Géssica Rouse

Géssica Fervolli 24 anos, mora em Americana-SP. É estilista, dona da marca de roupas retrô Gessica Rouse Original Dresses, famosa por estar sempre usando estampas de bolinhas e por ter um fusca. Cresceu num ambiente completamente vintage: carros antigos, discos e vitrolas, TVs antigas, roupas antigas. Instagram: @grouseoriginaldresses

Géssica (Foto: Divulgação)

Géssica (Foto: Divulgação)

“Eu sempre fui gordinha, e encontrar roupas bacanas nas lojas era um martírio. Foi então que me despertei para a moda: que tal começar a fazer minhas próprias roupas? Investi em cursos da área, inicialmente para costurar só para mim. Mas virou paixão e virou negócio! O mais bacana dessa história é que eu descobri que o estilo das Pin-Up é muito rico e democrático, uma vez que as modelagens da época permitem o contorno do meu corpo, destacando o que acho bonito e escondendo o que me incomoda.

Quando estou usando meus vestidos godês, saias lápis, eu me sinto tão eu, e tão confortável. Acho que o estilo retrô enriquece o nosso corpo, traz empoderamento e feminilidade! É claro, encontrei dificuldades na aceitação da família no começo. Para eles, estou fora dos padrões de beleza. Mas trabalhar com moda me fez enxergar um mundo maravilhoso de belezas inigualáveis: o bonito é ser diferente! Cada corpo é único, cada rosto tem sua beleza e, sem sombra de dúvidas, o estilo Pin-Up é realmente o mais democrático de todos!”

Kakau Molinari

Laiane Molinari (foto capa) tem 22 anos e mora em Porto Alegre. É cabelereira, maquiadora e dermopigmentadora. Taurina, amante dos animais, extremamente vaidosa e apaixonada pela cultura vintage. Ama sua profissão, na qual o objetivo é levantar a autoestima das pessoas através da beleza. Já participou de Concursos Pin-Ups e ensaios fotográficos com a temática vintage. Instagram: @cacau_molinari

Kakau (Foto: Divulgação)

Kakau (Foto: Divulgação)

“Primeiramente vem a parte da aceitação, de estar feliz com seu corpo e com seu ego, isso já faz de você uma Pin-Up linda. Infelizmente não conseguimos fugir do preconceito de algumas pessoas quando o assunto é associar a vida de Pin-Up com seu peso, sofremos e muito, mas pelo fato do estilo Pin-Up ser muito delicado e sensual, nós gordinhas acabamos nos animando muito mais a mostrar nossos gostos pela cultura vintage. Mais do que detentoras de um estilo marcante, as Pin-Ups são símbolo de feminilidade e ingenuidade, sejamos livres de qualquer tipo de padrão, sejamos nós mesmas, únicas e totalmente originais.”

É o exemplo de garotas como estas, que serve de inspiração. Encorajar- se e assumir as diferenças, sempre com atitude e bom gosto, torna o processo da aceitação mais sadio, tendo em vista que grande porcentagem da sociedade moderna se enquadra nos requisitos do mundo Plus Size. O estilo Pin-Up só vem a acrescentar ainda mais beleza, sensualidade e doçura à mulher, seja ela o tamanho que for.

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