Mais uma série original da Netflix, Stranger Things, chegou fazendo barulho ao serviço de streaming no último dia 15 de julho, assim como o restante de seu conteúdo próprio, todos os episódios de sua 1ª temporada foram lançados de uma vez. A história, criada pelos irmãos Matt e Ross Duffer, é contada em 8 capítulos e surpreendeu o público pela dedicação e performances impecáveis dos atores, além de uma reverência, que mais parece uma carta de amor aberta, aos grandes filmes e diretores de aventura, suspense e terror dos anos 80 como Steven Spielberg, Stephen King e John Carpenter.
Ambientada durante a década de 80, a história gira em torno do desaparecimento em circunstâncias misteriosa de Will Byers (Noahn Shcapp), após uma partida de Dungeos & Dragons, um dos primeiros e mais famosos RPGs (Role-Playing Game) da época que tem milhares de fãs até os dias de hoje, na casa de seu amigo Mike Wheeler (Finn Wolfhard), em uma pacata cidadezinha do interior dos EUA onde nada acontece.
São criados então três núcleos de investigação, o das crianças, formado pelos amigos de Will (Mike Wheeler), que se torna o líder do grupo; o encantador e desdentado Dustin Henderson, interpretado por Gaten Matarazzo e o inteligente e desconfiado Lucas Sinclair, que ganha vida por Caleb McLaughlin.
A amizade entre os três garotos é tão pura e gostosa de acompanhar que acaba se tornando uma das melhores coisas da série, e é impossível não comparar com o clássico Os Goonies, filme de 1985. A chegada da misteriosa garotinha Eleven, Millie Bobby Brown, que mal fala e tem um trabalho incrível com expressões faciais, ajuda a criar uma dinâmica onde ocorre o desenvolvimento dos personagens.
Há também o núcleo adolescente, nos mostrando que os jovens de quase 4 décadas atrás não são tão diferentes dos de hoje. Aqui encontramos a típica adolescente cheia de dúvidas Nancy Wheeler (Natalia Dyer), que cresce muito até o final da temporada, seu namoradinho mala Steve Harrington (Joe Keery), que se cerca de amigos marrentos para se autoafirmar, e o irmão mais velho do garoto desaparecido Jonathan Byers (Charlie Heaton). Essa talvez seja a parte mais previsível no início, mas também vai te surpreender.
Entre os adultos estão os nomes mais conhecidos, a começar por Winona Ryder, icone dos anos 90, ela ficou famosa ao interpretar personagens como Lydia Deetz em Beetlejuice, 1988, Kim em Edward Mãos de Tesoura, 1990, e Mina Murray em Drácula de Bram Stoker, 1992. A atriz da vida à Joyce Byers, a mãe de Will, uma mulher forte que criou os dois filhos sozinha e tem problemas para convencer as pessoas a acreditarem nela quando diz que está em contato com o filho desaparecido, mas em momento nenhum desiste de sua busca.
David Harbour, 007- Quantum of Solace de 2008, interpreta o xerife Jim Hopper que vê sua vida virada de cabeça para baixo quando tem um perigo real em sua cidade, onde nada acontecia até então. Ele ainda carrega um drama pessoal, que apesar de ser bastante clichê, ajuda a dar o tom do personagem e explicar sua personalidade distante e reservada.
Assim é criada uma atmosfera de nostalgia que nos acompanha durante toda a história e somos levados em uma viajem no tempo para aquele período, seja citanto Star Wars, cujo primeiro filme é de 1977, seja pela trilha sonora, disponível no Spotify, que inclui The Chash, ou até mesmo os pôsteres vistos nos quartos dos personagens como o de Tubarão, 1975. Tudo isso de uma maneira muito sutil e natural sem forçar uma familiaridade que não existe. Apesar de fechar seus arcos de maneira convincente a temporada termina com um bom gancho para a próxima.
A série já foi renovada antes mesmo de sua estreia. A melhor dica que podemos dar é: mergulhe nessa história sem saber muito mais sobre o roteiro. E ai já viu todos os episódios? Conta para a gente o que acharam dessa história.