Turbantes são lindos e, em alguns casos, polêmicos. Muito mais do que simples acessórios de beleza, trata-se de uma indumentária milenar e muito importante em alguns países e culturas. Quem explica o assunto é Rosângela Fernandes, consultora de moda da Esmalteria Nacional.
Segundo a especialista, para muita gente, o turbante é simbolo apenas da cultura e beleza negra, mas é importante ressaltar que esse acessório, repleto de significados e funções, também é utilizado por povos fora da África há muitos anos.
Não se sabe ao certo, mas há registros de turbantes anteriores a 570 DC, ou seja, antes de Maomé. E na Fé Islâmica, a função religiosa do turbante também é bastante importante.
Trata-se de um simbolo material que reforça a consciência espiritual, uma fronteira entre a fé e a espiritualidade. “No ponto de vista religioso, o turbante serve como proteção da cabeça e dos pensamentos, tanto no Oriente como na Africa e também no Brasil”, explica Rosângela.
Na Índia, serve como proteção para o clima, e pode também representar o estado social e casta a que se pertence; é muito utilizado pelos homens. Já na África, o turbante faz parte da cultura e tem funções sociais, religiosas e, claro faz parte da moda. Além disso, é um ícone que reforça o empoderamento da mulher negra também fora do continente africano.
Com o nome de Ojá ou Torço, é usado pelo Candomblé e Umbanda, e amarrado de formas diferentes de acordo com cada Orixá. No entanto, nem sempre o turbante está ligado a fatores culturais ou religiosos. Esses fatores vão depender, na verdade, da simbologia para quem o usa e como é utilizado.
Em 1930, o Francês Paul Peiret introduziu o turbante como acessório na alta costura, fazendo a cabeça de várias famosas e mulheres da época. Grandes divas de Hollywood, como Audrey Hepburn, Carmen Miranda, Marlene Dietrich, Grace Kelly e Sophia Loren fizeram dele um ícone fashion em suas aparições. As cantoras negras Billie Holliday e Nina Simone também ficaram marcadas pelo uso do acessório.
Além de ser tendência de moda entre fashionistas atuais, a peça é também muito querida pelas amantes do vintage e retrô, principalmente entre aquelas que se inspiram nas décadas de 1930 e 1940 ou buscam ressaltar suas origens na hora de compor o visual. Lembrando que existem várias formas de amarração e ainda é possível que a peça venha já estruturada, para colocar direto na cabeça. Vale abusar de cores e estampas.