Em 2017, o filme Clube da Luta, dirigido por David Fincher, completa 18 anos de lançamento. Mesmo em sua “maioridade”, ainda há muitas pessoas que acham que esse longa metragem é unicamente sobre pancadaria… aí que se enganam. A luta é apenas um plano de fundo para uma história sobre libertação do que a sociedade em geral nos impõe. Os “ensinamentos” criados por Tyler Durden (Brad Pitt) e o Narrador (Edward Norton) durante as sessões de boxe clandestino merecem um olhar mais profundo, o qual faremos abaixo e, sim, vamos quebrar duas regras e falar sobre o Clube da Luta.
1) A luta
O Clube da Luta começa quando Tyler pede ao Narrador para bater nele em frente a um bar. Durante suas brigas nesse local, outros homens parecem se interessar e acabam formando uma roda de briga, ministradas pelos protagonistas. No entanto, a briga não era de graça, mas era para colocar toda a raiva e frustração que aquelas pessoas tinham em relação às suas vidas, profissões e relacionamentos. Na verdade, as reuniões tinham o mesmo objetivo de grupos de apoio para portadores de doenças ou alcóolatras, só que bem mais eficaz.
2) Em Tyler nós confiamos
Durante um momento do filme, enquanto o Narrador conta a história, ele pronuncia a frase “In Tyler we trust” (Em Tyler nós confiamos). Tyler Durden, interpretado por Brad Pitt, é tudo o que o Narrador queria ser. Um cara bonito, descolado, despreocupado com as consequências de suas ações e totalmente seguro do que está fazendo. Tyler se torna o líder do Clube da Luta, não como um conselheiro – guru – hippie, mas como um “Jesus Cristo distorcido”, passando seus ensinamentos àquela “geração sem peso na História”, conforme ele mesmo definiu o grupo.
3) Projeto Mayhem, ou, Desordem e Destruição
Após o fortalecimento do Clube como praticamente uma unidade militar, Tyler começa a dar tarefas a seus “associados”. Tarefas que incluíam pequenas sabotagens, quebrar carros, arrumar brigas com desconhecidos e perder essas brigas. Logo após, ele apresenta o Projeto Desordem e Destruição ao Clube. Basicamente, o projeto consistia em destruir os prédios que continham todas as informações de cartões de crédito do mundo. Criar o caos econômico? Exatamente! E libertar as pessoas de suas dívidas abusivas que, não sejamos hipócritas, sabemos que as empresas de cartões nos cobram.
4) Lições para fazer a vida valer a pena
Desde o início do filme há mensagens explícitas e implícitas de que devemos fazer aquilo que queremos, e não nos deixarmos levar pela opinião dos outros. Ter um apartamento mobiliado, um emprego regular e cultuar um corpo idealizado e musculoso não é importante. Uma das cenas mais impactantes, na minha opinião, é quando Tyler retira um atendente de um pet shop pra rua, o coloca de joelhos e aponta uma arma pra sua cabeça. Após várias ameaças, o atendente conta que gostaria de ter continuado sua faculdade, e não queria estar trabalhando ali. Tyler o obriga a voltar a fazer o que gostava. Depois que o atendente sai correndo, o Narrador vê que a a arma estava descarregada e fala sobre Tyler: “Ele realmente tinha um propósito”.
5) Clubes da Luta reais espalhados pelo mundo
Outro “detalhe” que poucos (pelo menos no Brasil) sabem é que o filme é baseado no livro homônimo de Chuck Palahniuk. Seu best – seller teve continuação em HQ no ano passado, onde mostra um mundo bem mais caótico que o apontado no primeiro número. Chuck conta que logo após o lançamento do filme, e consequente reedição do seu livro, pessoas o procuravam perguntando onde existiam Clubes da Luta. Ele afirmava que era uma história fictícia, além de lembrar que o número de mulheres que o procuravam perguntando isso “era surpreendente”. Já que a história era ficção, alguém decidiu se mexer e no início dos anos 2000 havia relatos do surgimento de Clubes nos Estados Unidos e na Europa.
O mundo é uma m**rda!!!! – marcio “osbourne” silva de almeida – jlle/sc