Home > Destaque > 3 brasileiras apaixonadas por vintage e que moram no exterior contam como é a cultura retrô lá fora; confira

3 brasileiras apaixonadas por vintage e que moram no exterior contam como é a cultura retrô lá fora; confira

15 de fevereiro de 2016, por Daise Alves
Lifestyle
Brasileiros Vintage no exterior

Não é preciso nenhuma pesquisa científica para comprovar que a cultura e a indústria retrô tem crescido no Brasil. Há uns 5 anos, quando o assunto começou devagar a ganhar um pouco mais de destaque na mídia, ainda era muito difícil encontrar lojas especializadas ou adeptos e simpatizantes dessa cultura. Já hoje em dia, diariamente nascem novos blogs de garotas apaixonadas pelo estilo, novas marcas que querem investir no segmento e eventos relacionados aos estilos musicais do passado.

Mesmo assim, ainda podemos dizer que ainda falta muito para o Brasil “chegar lá”. Mesmo com este crescimento, há quem olhe com reprovação ou admiração para quem tem um estilo diferente. A dificuldade de encontrar produtos originais de época também é maior e não há fácil acesso à essa cultura em todo o território nacional. Para comprovar tudo isso, conversamos com 3 brasileiras que são apaixonadas pela cultura vintage e moram no exterior, para que elas possam contar sua percepção sobre a cultura retrô no Brasil e lá fora. Confira:

Adalgisa Duque Svensson – Suécia: Adalgisa mora na Suécia há alguns anos e é apaixonada por vintage.

Adalgisa

Adalgisa ao lado de um Chevy 56 na Suécia (Foto: Arquivo Pessoal)

“Aqui na Suécia a cultura retrô é muito rica. As pessoas organizam festas e inúmeros bazares. Vemos carros antigos em todos os lugares, sempre muito conservados, até parecem que acabaram de sair da fábrica. Aqui há duas cidades onde o vintage é muito mais cultuado: Rattvik, onde todos os anos têm a semana vintage com o Rattvik Classic Car Week, que é uma festa onde pessoas de todas as partes da Suécia mostram seus carrões retrô, as moças e rapazes dançam rockabilly e tem muitos bazares com preços excelentes e peças originais de época em perfeito estado de conservação.

A outra cidade é Enviken, uma linda vila onde as pessoas realmente vivem nos anos 50 e 60. E Estocolmo onde tem os grandes galpões vintage, os bazares e festivais de Rockabilly frequentemente. Uma coisa muito comum aqui se chama “Loppis”: são os sótãos e garagens das casas que se abrem para vender coisas de família que não tem mais uso para os moradores da casa. Nos loppis encontramos muitos tesouros de época e o legal é que tem em todos os lugares da Suécia (estradas, vilas, cidades grandes e pequenas…). O normal aqui na Suécia é você ver pessoas de todas as idades viverem neste universo a qualquer hora do dia e em todos os lugares. São muitas às vezes em que penso que estou nos anos 50 ou 60 ao andar nas ruas.

As coisas vintage (roupas, móveis, porcelanas, acessórios, sapatos) aqui são bem mais baratas que aí no Brasil. E tem muito mais variedade também. E os festivais e festas acontecem com muito mais frequência e em todas as cidades com público de todas as idades. As senhorinhas também são super fofas e animadas e se vestem lindamente no estilo vintage.”

Uila Engel-Blank – Alemanha: Uila mora há 5 anos na Alemanhã e não pretende voltar, pois já tem uma vida estável no país.

Uila com seu esposo em uma viagem para Londres

Uila com seu marido em uma viagem para Londres (Foto: Arquivo Pessoal)

“Quando eu vivia no Brasil, eu não seguia o estilo, apenas acompanhava de longe. Fui apresentada ao estilo por meio de uma amiga minha que sempre se vestiu assim. Fui aderir ao visual apenas dois anos depois de já estar morando na Alemanha. Mas o que percebo em relação a minha experiência aqui e a experiência da minha amiga no Brasil são as atitudes das pessoas em relação ao nosso estilo.

Eu tive cabelo colorido tanto no Brasil, quanto na Alemanha, e a diferença é enorme. No Brasil eu era encarada como um animal que fugiu do zoológico com meu cabelo rosa, já na Alemanha nem as velhinhas de mais de 70 anos olhavam estranho pra mim, está todo mundo acostumado, ninguém acha que é algo do outro mundo. E o mesmo vale pra roupas, seja vintage, punk, gótica ou o que for. Muitas senhoras idosas falam comigo no transporte público dizendo que tinham um vestido no estilo do meu quando eram mais novas, ou simplesmente me dão olhares e sorrisos gentis ao verem como me visto.”

Carol Andreo – Califórnia: Carol é blogueira no Kitsch Chic e morou quase 1 ano na Califórnia. Agora se prepara para passar um tempo na Holanda.

Carol Andreo conhecendo Venice Beach

Carol Andreo conhecendo Venice Beach (Foto: Arquivo Pessoal)

“Morei quase 1 ano e meio na Califórnia e uma das minhas curiosidades sobre o local sempre foi a respeito da cultura vintage e os eventos relacionados a esse tema. Visualmente falando e também como uma imigrante “recente” (afinal não nasci e vivi toda minha vida nos EUA) achei tudo bem parecido como já conhecemos no Brasil, com a diferença de que na Califórnia as festas, shows e eventos são mais frequentes, além de claro, existir uma diversidade maior de lojas e brechós.

Tudo isso se deve a uma coisa: o fácil acesso a tudo relacionado à cultura. É muito fácil e barato comprar roupas de marcas famosas, acessórios, artigos de decoração e até mesmo, para os sonhadores de plantão, um veículo antigo. É que além de muitas dessas coisas e marcas serem produzidas nos EUA, os impostos não são gritantes e absurdos como acontece no Brasil (justamente por isso é tão caro e difícil encontrar produtos e artigos importados no Brasil e a produção própria se torna praticamente inviável). Tudo isso dificulta, e diria que até desanima, quem ama essa cultura e quer viver dessa forma, seja apenas mantendo um estilo de vida ou abrindo um negócio. Essa seria a grande principal diferença entre o universo vintage na Califórnia e no Brasil.

Acho que quem é de fora acaba imaginando um pouco além da conta (diria fantasiando), mas a realidade é a mesma em qualquer país do mundo: pessoas que gostam de reviver as décadas passadas reunidas num local com o mesmo propósito. Simples assim!”

Já morou fora e conseguiu perceber essa diferença? Conta para a gente. Comente.

Matérias Relacionadas
Casa Retro
A arte da vida retrô: criando espaços atemporais na era digital
Tia Beth
Tia Beth: romance tem fatos históricos do séc. XX como cenário e muitas reviravoltas
Análise Noite Passada em Soho
Análise: Noite Passada em Soho apresenta um terror suave mas destaca nas referências 60’s
Jennifer-Greenburg-The-Rockabillies
A suposta cidade americana que vive como nos anos 1950 e a importância do jornalismo responsável na Era das Fake News

3 Responses

  1. Ola Daise tudo bem com você ? Gostei muito do seu blog, não sei se você conhece o Instagram do Marcos Brown Poster, estou fazendo posters Retro dos anos 40, 50, 60 e 80. Aos poucos estou colocando os modelos dos posters, que fizeram parte da infância e adolescência de milhões de pessoas, veja la, você vai amar. São Posters tamanhos 40 X 30 cm, para decoração de cozinha, sala, garagem, ambientes retro, escritórios, e diversas finalidades. Tem varias Pinups, Rockabillies, Designers, Amantes da Cultura Retro, Hamburguerias, Barbershops, Clube de Harley Davidson, entre seguindo o meu trabalho

    Instagram : #marcosbrownposters

    http://www.instagram.com/marcosbrownposters

    Um abraço, e bom final de semana

Deixe um comentário