Semana Santa na capital mineira é sinônimo de Surf Music. Entre os dias 23 e 26 de março, aconteceu a 15º edição do Primeiro Campeonato Mineiro de Surfe – o nome do festival é este mesmo, segundo os organizadores todas as edições do evento se chamam “primeiro” por este ser o mais antigo festival do gênero da América Latina e para que se repita o sucesso da primeira edição.
O surf music surgiu nos anos 60 no sul da Califórnia com influências do rockabilly, latinidades e do rock ‘n roll instrumental e conquistou o lifestyle californiano da época. As bandas Dick Dale & His Del-tones e Beach Boys levaram a popularidade do gênero para o mundo. O primeiro, inclusive, se apresenta no próximo Viva Las Vegas Rockabilly Weekend deste ano.
Belo Horizonte não tem praia, mas se tornou o principal pólo do surf music do Brasil. Dick Dale compôs uma musica chamada “Belo Horizonte” depois de visitar a cidade. Em 2000 foi criada a Associação Brasileira de Bandas de Surf Music, a Reverb-Brasil, e com ela a primeira edição do festival com nove bandas de três estados; Em 2003, a banda americana Man or Astro-Man? gravou seu álbum EEVIA na terra do pão de queijo.
Fazendo o seu debute, este ano o festival contou com 11 bandas de 6 estados brasileiros e 6 DJs, com uma exposição de fotos e cartazes das edições anteriores e foodtrucks no lado externo da A Obra, bar dançante que é a casa oficial do festival.
As apresentações nas ruas da cidade foram um convite e afirmação de que o surf music é para todo mundo. Foram 4 dias de festival e o destaque deste ano foi a banda Beach Combers (RJ), que também abriu o primeiro dia do festival com a veterana Reverb All Stars (MG), que trouxe um repertório clássico de encher os ouvidos.
O primeiro show do segundo dia foi da banda The Dead Pixels (MG), com seu eletrizante garage punk, mas a noite foi marcada mesmo pelo power trio surf-a-billy Ivan Motossera Surf & Trash (BA). Para fechar a noite, Los Polos Caipiras (MG) trouxe uma mistura de sertão com mar e levou o público a uma nova experimentação sonora.
Já o terceiro dia começou com a estreia da Jubarte Ataca (RN), que afirmou que foi o evento mais incrível que já participaram. Kozmic Gorilas (PR), que tocou na 1º edição do festival, fez o melhor show da noite, com um reverb de primeira qualidade. Já a banda The Mullet Monster Mafia (SP) finalizou com guitarras pesadas e bateria marcada.
Fechando o tsunami do último dia do festival, o power surf da banda Os Brutus (SP) trouxe uma apresentação selvagem. Os Gasolines (SP) com seu surf-western também fez o público bater os pés. Enquanto o Retrofoguetes (BA), umas das bandas mais respeitadas do gênero no Brasil, finalizou o festival em grande estilo, com uma apresentação que durou duas horas e deixou um gostinho de quero mais. Agora é esperar a próxima edição de 2017.