Miss Fisher’s Murder Mysteries é uma despretensiosa série australiana, ambientada na década de 20 e inspirada nos romances policiais de Kerry Greewood. Com várias indicações na Austrália e uma vitória na categoria figurino, para Marion Boyce, a série ainda não é tão conhecida por aqui.
Numa mistura de Agatha Christie com feminismo, a produção aborda temas polêmicos como aborto ou tráfico de drogas, porém tudo de um jeito bem leve. A protagonista Phryne Fisher (Essie Davis) volta a Melbourne após anos na Europa, para sua carreira de lady detective. Phryne é uma herdeira, um tanto inconsequente e choca a sociedade ao seu redor com sua independência.
Seu figurino reforça todas essas características. Muitos chapéus, luvas, peças com caimento mais afastado do corpo, bordados, peles de animais ou quimonos estilizados, aproveitando a força do oriente na estética da época. A mistura de texturas é valorizada com o uso de broches, brincos grandes e lenços. Tudo isso constrói a imagem exagerada e chamativa da heroína, que acaba funcionando bem na tela.
Apesar da época, a figurinista abusa do uso das calças para que a protagonista possa se movimentar melhor nas cenas de ação. Além do vestuário ostentoso da protagonista, o resto do elenco também merece atenção de quem gosta de moda. Com figurinos mais conservadores e discretos, todos equilibram a imagem e valorizam a despretensão da história.
A assistente Dot (Ashleigh Cummings), que é o completo oposto de Phryne, os policiais Jack (Nathan Page) e Hugh (Hugo Johnstone-Burt), a androginia na Dra. Mac (Tammy MacIntosh), a conservadora tia Prudence (Miriam Margolyes), os taxistas Cec (Anthony Sharpe) e Bert (Travis McMahon) fazem com que a narrativa misture classes sociais e transite sutilmente por vários ambientes, sem perder a energia dos anos loucos.
Por enquanto, os episódios estão disponíveis na Netflix até a 2ª temporada.