Você gosta de música cigana? Já ouviu falar em Gogol Bordello, Los Colorados ou Antwerp GipsySka Orkestra? Se sim, então com certeza irá gostar do Manôlo Loco & sua Trupe de Comparsas. Morador de Guarulhos, Flávio Dantas, vulgo Manôlo Loco, vem ganhando destaque no circuito underground com o seu rock cigano.
Figurino à caratér, belas dançarinhas e uma banda competente fazem das apresentações um grande espetáculo, com letras bem humoradas que abordam tanto festas e bebedeiras, como também questões políticas. A seguir, uma pequena entrevista que fizemos com o Manôlo, para que vocês possam conhecer mais o trabalho dessa figura.
Universo Retrô – Qual a sua relação com a música cigana, por que esse tipo de som? Quando começou a curtir?
Manôlo – Minha relação com a música cigana é muito profunda, eu diria que a sinto como se fosse ancestral, primordial. Bom, eu quando adolescente conheci o Punk Rock e me apaixonei, durante anos fui entusiasta ideológico e musical, depois desse período de alguns anos, tive contato com muitos outros estilos musicais, sem mais me empolgar como havia acontecido.
Então, por acaso, no ano de 2007, vi na extinta Music Television brasileira um grupo totalmente inusitado, maravilhoso e com um ritmo diferente de tudo que eu já tinha ouvido antes, era o grupo multiétnico de Punk Cigano “Gogol Bordello”. A partir desse momento mergulhei de cabeça em toda a cultura e musicalidade cigana dos balkans, pesquiso, conheço e ouço muito sobre essa cultura cigana cheia de música e ritmo único. Eu realmente me encontrei dentro dessa musicalidade mágica.
Universo Retrô – Quais suas principais influências e de onde vem sua inspiração para compor as letras?
Manôlo – Minhas principais influências musicais, visuais e culturais são: Gogol Bordello, Manne Menuetti, Goran Bregovic, Django Reinhardt, Maxime le Forestier, Mamonas Assassinas, Bezerra da Silva, Massacration, Ventania, Amariszi, Stelios Kazantsidis, Trio Manouche, La Caravane Passe, Pedro de Mingo, Cultur Shock, Figli di Madre Ignota, Kino, Blackbird Raum, Iron Horse, Los Colorados, Boom Pam, La Minor, Rue Ketanou, Rupa & the April Fishes, Fanfare Ciocarlia, Parno Graszt, Ando Drom, Kaliy Jag, Kanizsa Csillagai, Romano Drom, Romengo, Besh o Drom e Antwerp Gipsy-Ska Orkestra. Sobre a inspiração para minhas letras geralmente priorizo o humor. Seja ele humor negro, bobo, ácido, pastelão, insano ou lúdico. Há também “inspirações relâmpago”, que surgem em consequência de alguns eventos sociais, politico ou culturais que acontecem ao nosso redor.
Universo Retrô – Fale um pouco sobre a trupe de comparsas.
Manôlo – É formada pelos meus queridos camaradas: Ayka Brón (baixo acústico), Deni Entorpez (performance artística e back vocals), Erika Langa (performance artística e back vocals) e Jaymito (bateria e percussão). A trupe de comparsas é definitivamente o corpo móvel, mágico e musical de Manôlo Loco. Sem eles não seria possível transmitir a verdadeira essência desta tão festeira e única vertente musical que expressamos.
Universo Retrô – Qual a inspiração para o visual do grupo? O que não pode faltar no palco?
Manôlo – A maior inspiração para o nosso visual é sem duvidas o universo cigano, circense, exótico e retrô. O que definitivamente não pode nunca faltar no nosso palco é alegria e diversão!
Universo Retrô – Como é a aceitação do público brasileiro com esse tipo de som? As pessoas recebem bem?
Manôlo – A aceitação do público é excelente e muito gratificante. E digo mais, Manôlo Loco só existe hoje por consequência das reações positivas que os primeiros ouvintes tinham. Sempre reagindo com sorrisos e gargalhadas, e se demonstrando muitíssimo receptivos e interessados nesse inusitado universo musical.
Universo Retrô – As letras de suas músicas abordam temas como bebedeiras, o uso de substâncias alucinógenas, sexo. Qual sua visão sobre as drogas?
Manôlo – Bom, minha visão sobre as drogas é que são uma realidade presente na sociedade atual, que são de muitos e diversos tipos, variedades, efeitos, princípios ativos, danos colaterais, usos terapêuticos e influências a sociedade. Portanto deveriam ser estudadas minunciosamente e ter amplamente divulgados para a sociedade todas as informações e detalhes sobre cada uma delas.
Assim, possamos decidir melhor que diretrizes tomar com relação à popularização das drogas recreativas. Sobre a liberação da maconha eu sou particularmente a favor da legalização no estilo adotado pelo estado norte americano do Colorado, onde o estado regula, taxa e controla a maconha de forma similar às bebidas alcoólicas.
Universo Retrô – Você tem um canal no YouTube no qual discute vários temas sempre com muito humor. De onde surgiu a ideia? É verdade que você é um grande admirador de Silvio Santos?
Manôlo – A ideia surgiu naturalmente. Eu sempre fui fã do Silvio Santos e meio palhaço e caricato, e desde cedo percebi que fazer as pessoas rirem me completava e dava prazer. Comecei a imitar o Silvio Santos com cerca de 19 anos e sempre que o imitava recebia muitas criticas positivas, gargalhadas e elogios, então com o passar dos anos, com o aperfeiçoamento do dom e com a minha evolução artística, resolvi também dar vasão a esse meu lado inato que mantinha só para poucos, e tornar agora público e visível para todos.
Universo Retrô – Quais os planos para o futuro?
Manôlo – Continuar tocando, festejando, agregando, crescendo, divulgando, disseminando, contagiando a todos os ouvintes com o nosso único, original e legítimo Rock Cigano! Fazer música diferente para pessoas diferentes.
Universo Retrô – Onde podemos encontrar material do Manôlo Loco?
Manôlo – Olha Franco, a internet é sem dúvidas a melhor ferramenta para encontrar todo nosso material. Estou no Facebook com página e perfil pessoal, no Google+, no YouTube com meu canal, no SoundCloud e no Periscope. Seja qual for a rede social, o nome a digitar-se é sempre o mesmo: Manôlo Loco.