Desde 1997 é lei: todo dia 9 de julho é feriado civil no Estado de São Paulo. Mas, você, sabe exatamente o que significa a data? Para quem pulou essa aula na escola, vamos voltar um pouco à história brasileira do começo do século passado para explicar o dia de folga que você, paulista, ganhou no trabalho por conta da Revolução de 32.
Durante a República Velha (1889 – 1930), representantes de São Paulo e Minas Gerais revezavam o cargo da presidência, no acordo que ficou conhecido como a “política do café com leite”. A tal aliança não era pra lá muito democrática, mas foi responsável por manter a boa vizinhança – pelo menos durante um tempo – entre os estados mais ricos e influentes do país na época.
Até que, em 1930, o presidente Washington Luís (representante do pessoal do café, os paulistas) resolveu romper o acordo com os leiteiros mineiros e indicar Júlio Prestes, então, governador de São Paulo, para a presidência. Resultado? Ele venceu e as oligarquias mineiras não aceitaram a perda. Articularam um golpe de estado, com apoio da Paraíba e do Rio Grande do Sul, e colocaram Getúlio Vargas no poder.
Então, o novo presidente resolveu fechar o Congresso Nacional, anular a Constituição de 1891 e depor governadores de vários estados, nomeando interventores. Motivos suficientes para enfurecer a elite paulista, que havia perdido espaço nas decisões políticas do país. Nisso, a oposição fortalecia-se cada vez mais e, com apoio da mídia, fazia crescer os chamados tenentistas, grupo constituído não apenas por militares, mas por civis que agiam sob sua liderança.
A pressão do movimento exigia do governo a criação de uma carta magna, um documento que regesse a legislação do país e chamasse por eleições gerais para presidência da república. Então, em 9 de julho de 1932, aconteceu um confronto que daria início à Revolução Constitucionalista, como ficou conhecida. Quatro estudantes morreram, em batalha, no centro de São Paulo, batizando a organização de M.M.D.C, com as siglas de seus nomes.
O movimento paulista, então, ganhou apoio popular e mobilizou cerca de 35 mil homens, contra 100 mil soldados de Vargas. Foram quase três meses de batalhas sangrentas, que duraram até 2 de outubro daquele mesmo ano. Logo depois do término do conflito, o governo federal convocou eleições para uma Assembleia Constituinte, que promulgou a Constituição do Brasil em 1934.
Cartazes da Revolução
Quando falamos na Revolução de 32 não podemos deixar de citar os famosos cartazes, que recrutavam a população para lutar a favor do país – na verdade, a favor dos interesses do estado de São Paulo. As artes traziam mensagens fortes chamando as pessoas, literalmente, para uma guerra contra a ditadura de Vargas.
Um dos cartazes mais conhecidos dessa época traz um soldado constitucionalista apontando para quem o vê, com a seguinte frase: “VOCÊ tem um dever a cumprir” (bem parecido com o famoso Tio Sam, que diz: “Eu preciso de você para o exército americano”). A seguir, apresentamos essa e outras propagandas que marcaram a história da política de São Paulo e do Brasil.
ótima matéria pode se dizer!
Que bom que gostou, Andréa! :)
Ola Mirella Fronzar, tudo bem com você ?
Legal você ter divulgado sobre a Revolução de 1932. Minha mãe é refugiada desta Guerra Civil, ela nasceu em Buri, front Sul da Tropas Paulistas, neste local foi uma das mais sanguentas batalhas. Sabe este capacete que esta no seu site, eu tenho um igualzinho, orginal da epóca, dentro vem escrito “Oferta do Povo Paulista ao Soldado da Constituição. Todos os anos eu vou no desfile em honra aos soldados no Parque do Ibirapuera.
Vou te mandar de cortesia um CD com informações legais no seu endereço, ok. Eu curto muito o ambiente Vintage e Retro, sou doente pelas decadas de 1930 e 1940, por causa das Big Bands de Jazz
Um abraço,
Marcos Camargo
Freguesia do Ó
São Paulo
marcos-brown@bol.com.br