Em 2017, o movimento tropicalista complete 50 anos. Tudo começa em 1967, no Festival da Record, quando Caetano Veloso apresenta sua canção Alegria, Alegria e Gilbeto Gil, ao lado dos Mutantes, Domingo no Parque. Daí em diante, a música popular brasileira nunca mais foi a mesma.
A Festa Odara, que traz no nome a canção homônima de Caetano Veloso e na essência as ideias tropicalistas, vai comemorar durante todo o ano de 2017 os 50 anos da Tropicália. A festa, que sempre teve como objetivo apresentar músicos e bandas com novos trabalhos, promove a primeira edição do ano no Cine Joia.
Nesta próxima edição, a festa chama ao palco o artista baiano Edy Star (acompanhado de sua banda Os Kurandeiros). Edy foi, ao lado dos Secos & Molhados, o “ponta-de-lança” da versão brasileira do glam rock de David Bowie, Marc Bolan, Elton John e Freddie Mercury. “Todo mundo dizia que era rock glam, mas eu nunca me considerei rocker glam. Eu era cabareteiro, sempre fui cabaré”, relativiza a pecha recebida por conta das plumas, paetês, purpurinas, lantejoulas e saltos plataforma de 1974.
Naquele ano Edy gravou pela Som Livre (gravadora da Rede Globo) seu único disco solo, …Sweet Edy…, que contou com canções feitas especialmente para ele por grandes nomes como Roberto e Erasmo Carlos, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Jorge Mautner, Moraes Moreira e Luiz Galvão. O disco é considerado por muitos como pioneiro na militância gay – bandeira que Edy rejeita.
O primeiro artista a revelar a sua homossexualidade dentre os artistas do Brasil da década de 70, Edy fez um disco cheio de duplo sentido, principalmente na faixa Bem Entendido, em que os compositores Renato Piau e Sérgio Natureza captam o espírito de cabaré e vaudeville que consagrou Edy Star na noite carioca, quando fazia shows nos inferninhos da Praça Mauá e nas boates descoladas de Ipanema.
Mas ainda antes, em 1971, Edy Star integrou um quarteto-relâmpago de experimentalismo tropicalista, que gravou o antológico disco Sociedade da Grã-Ordem Kavernista, ao lado de Raul Seixas, Sérgio Sampaio e Miriam Batucada. Dos quatro, apenas Edy resta vivo.
Desde que voltou para o Brasil, depois de 18 anos na Europa trabalhando num cabaré na Espanha, Edy tem participado de muitas homenagens a Raul Seixas e levado seu show para grandes palcos, como na Virada Cultural, SESC, além de participar de Festivais de Rock, e shows de amigos, como Zeca Baleiro.
É com esse espírito de cabaré, de brilhos, plumas e paetês que Edy Star sobe ao palco da Festa Odara para apresentar um repertório musical que ele chama de brega-chic-tropicalista, com rocks dos anos 50/60, músicas românticas à la Reginaldo Rossi e, é claro, com uma homenagem a seu amigo e parceiro musical Raul Seixas. Revisitar as canções do passado, misturar o cult com o pop, o ditto mau gosto com o bom gosto, como Edy fazem seu show, está na essência do ideal tropicalista de Caetano e Gil.
A discotecagem da noite fica com os DJs Rubens Ca e Rodrigo Faria, misturando grandes clássicos com as novidades da nossa música popular brasileira.
SERVIÇO:
FESTA ODARA
13 de janeiro – sexta – 23h
Com show de Edy Star
DJs: Rubens Ca e Rodrigo Faria
Ingressos:
1º lote – R$20 (+taxa) – ESGOTADO
2º lote – R$30 (+taxa) – À VENDA
(Link venda: goo.gl/e5FZzh)
Porta – R$50
Vendas:
Livepass – http://www.livepass.com.br/event/festa-odara/
Bilheteria do Cine Joia – horários de funcionamento abaixo
Cine Joia:
Praça Carlos Gomes, 82 – Liberdade – São Paulo/SP
Horário da bilheteria: segunda-feira a sexta-feira, das 10h às 14h e das 15h às 18h, e durante o final de semana, a bilheteria só abre em dia de show, 1h antes da abertura oficial da casa.
Chapelaria: R$ 5,00 (gratuita para clientes Elo)
Possui área de fumantes e acesso a deficientes