DJ que nada. Para muita gente, o interessante mesmo é voltar ao passado com as Jukeboxes e seus tradicionais discos de vinil. Essas máquinas, que fizeram a cabeça da moçada em meados do século passado, voltaram a ser sucesso em bares e restaurantes e são consideradas relíquias nas mãos de colecionadores.
“O charme está no design antigo”, diz o designer João Baptista Moraes, que trabalhou muitos anos com restauro de Jukeboxes. Ele conta que começou o negócio aos 18 anos por influência do pai de um amigo. “Comprava, reformava e vendia… Hoje, trabalho apenas com pianos automáticos, mas se uma Jukebox especial cair na minha mão, não tenho como negar.”, conta João.
Quando questionado sobre seu sonho de consumo, o designer cita o modelo Wurlitzer 750, comercializado em 1941 e precursor do famoso Wurlitzer 1015 de 1948. Considerado por muitos como o padrão universal das Jukeboxes, o modelo 1015 foi criado pelo renomado designer Paul Max Fuller e, até hoje, serve de inspiração para outros fabricantes e seus criativos. A versão original registrava 78 RPM, mas hoje pode ser encontrada com CDs, MP3 e até acesso à internet.
O surgimento das Jukeboxes
Na década de 1950, principalmente nos Estados Unidos, quase todo bar ou café que se prezasse tinha uma Jukebox com os maiores sucessos do Rock n’ Roll, disponíveis por apenas uma moedinha. Não existia DJ nem alguém responsável por compor a trilha sonora nesses locais, simplesmente qualquer um que estivesse por ali poderia escolher uma música e pagar para ouvi-la.
O termo “JukeBox” surgiu nos Estados Unidos na década de 1930, derivado da expressão Afro-Americana “Juke” ou “Jook”, que significa “dança”. Embalados pelos sucessos de Elvis Presley, Jerry Lee Lewis, Chuck Berry (entre muitos outros), os adolescentes da época eram os maiores consumidores dessa novidade. Com a tentativa de quebrar paradigmas sociais e raciais, a juventude da época se reunia geralmente nas lanchonetes para ouvir e dançar ao som do Rock ‘n Roll.
“Essas máquinas eram verdadeiros escritórios móveis após a segunda guerra mundial. Mesmo juntando moedas, teve gente que ganhou bastante dinheiro.”, comenta João. “Na época, a febre das Jukeboxes não chegou a atingir diretamente o Brasil. Mas hoje é possível encontrar casas que buscam inspiração na moda retrô norte-americana e apostar nas jukes”, completa. Confira alguns lugares legais para dar o play nessas máquinas!
Guia de locais com jukeboxes
Johnny Rockets
Onde: Shopping Cidade São Paulo – Av. Paulista, 1230, loja: 4.109 – 4º andar – São Paulo (SP)
Uma das marcas registradas da rede americana, que recentemente inaugurou sua 8º unidade no Brasil, no novo shopping Cidade São Paulo, são as Jukeboxes individuais. Disponibilizadas em todas as mesas, possibilitam que o cliente escolha a música que quiser, sem nenhum custo adicional. Além disso, a hamburgueria traz um ambiente que lembra as antigas diners americanas, com móveis, luminárias, piso e ambientação completa inspirada nos anos 1950.
Jukebox Finest Burger
Onde: Rua Itatupã, 1 – Vila Andrade – São Paulo (SP)
O próprio nome já nos diz o que esperar do local. Uma hamburgueria com decoração toda inspirada nos anos 50, com direito a jukebox. Destaque também para o balcão do bar, feito com a lateral de uma réplica do conversível rosa usado por Elvis Presley. A casa conta também com shows ao vivo de classic rock e cardápio variado, com burgers, wraps e saladas.
Zé do Hamburger
Onde: Rua Itapicuru, 419 – Perdizes – São Paulo (SP)
Um dos mais concorridos destinos para saborear um hambúrguer e curtir o ambiente cinquentinha. Além da jukebox, na qual você pode escolher a sua música, o Zé do Hamburger dispõe de uma mesa dentro de um Ford 1951, como no Filme Pulp Fiction. Para completar a atmosfera do local, a lanchonete tem também objetos de época, como geladeiras, lambreta, quadros e poltronas estofadas em cores características.
Fun House
Onde: R. Bela Cintra, 567 – Consolação, São Paulo (SP)
O nome em inglês já diz tudo: Casa da Diversão. Além do DJ e das bandas que dão o ar dá graça na parte térrea, a casa tem uma jukebox mais moderninha no segundo andar. O repertório é bastante variado: Mutantes, Rolling Stones, Strokes, James Brown, Blur e por aí vai. Destaque para a decoração circense que a casa ganhou há alguns anos.