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Conheça o coletivo feminino “Pink Mink Mafia” que ressalta a cultura rocker latina pelo mundo

7 de junho de 2017, por Carolina May
Lifestyle

Em novembro de 2006, nascia a PinkMinkMafia (PMM), em Los Angeles, Califórnia. Idealizada por Julie Palomino – Latina Vamp (foto abaixo), a marca surgiu dentro da comunidade latina californiana, sob a cultura chola atual e inspiração nas pachucas dos anos 40. Junto do nascimento da PMM, surgia um novo estilo: RockaChola, que mistura o rock ‘n’roll, rockabilly, psychobilly e até mesmo o hip-hop, dentre outras culturas de rua, à essência latina.

Um mérito conquistado pela PMM é que ela foi a pioneira em transformar, o que era inicialmente uma marca de roupas, em um coletivo, composto exclusivamente por mulheres que partilham dos mesmos conceitos sobre beleza, atitude e respeito, e que lutam para quebrar os padrões impostos pela grande mídia.

A essência e atitude é latina, mas, hoje, já não se trata apenas da comunidade de origem latina dos Estados Unidos. Da América do Norte ao Sul, da Europa à Ásia, mulheres vêm adotando o estilo “RockaChola” em seu cotidiano. Representando a PMM estão professoras, donas de casa, enfermeiras, tatuadoras, empreendedoras, etc. Mulheres diferentes, mas que carregam consigo o mesmo ideal: Empoderamento feminino e união.

Latina Vamp é fundadora do PinkMinkMafia em Los Angeles (Foto: Reprodução)

Em todas as localidades onde a PMM atua, existe uma hierarquia composta por presidente (Jefa) e vice-presidente. Aqui no Brasil, os títulos pertencem, respectivamente, a Renata Pires e Bárbara Wallery. Com o auxílio das vice-presidentes, as jefas fazem o recrutamento de novas modelos, por meio das redes sociais ou eventos relacionados à PMM. Também são elas as responsáveis por orientar as novas integrantes da família.

Para entender melhor o funcionamento da PinkMinkMafia pelo mundo, o Universo Retrô conversou com quatro Jefas: Patty Cabrera (Los Angeles), Luka Kawatani (Japão), Renata Pires (Brasil) e Cherry Rat Engelbrecht (Las Vegas); que explicam como é o relacionamento com as integrantes do grupo e de outras cidades e falam sobre a importância da questão feminina nos dias de hoje.

As Jefas atuais de: Los Angeles, Japão, Brasil e Las Vegas, respectivamente (Foto: Reprodução)

O que faz a PinkMinkMafia?

De modo geral, a PinkMinkMafia tem como principal objetivo o empoderamento feminino. Através de eventos relacionados a carros antigos, lowriders e ensaios fotográficos, as garotas promovem a marca, levando em consideração também atos beneficentes. A PMM realiza periodicamente projetos beneficentes, com iniciativas cujo objetivo é melhorar a qualidade de vida de uma determinada comunidade, sem fins lucrativos.

Um dos requisitos exigidos pelas Jefas, é a participação e dedicação das modelos em trabalhos de caridade. Segundo Cherry Rat, Jefa da PMM Las Vegas, e Bárbara Wallery, vice-presidente no Brasil, ambos os grupos também estão desenvolvendo projetos sociais para os próximos meses.

O próximo evento brasileiro com participação da PMM será o Lifestyle – Encontro de Veículos Antigos e Customizados, promovido pela Hot Rods Brasil. Na ocasião, o grupo pede 1kg de alimento não perecível de cada visitante, que será encaminhado ao fundo social por intermédio da Secretaria de Esportes e Lazer de São Bernardo do Campo – SP.

“É mais que apoiar outros clubes, sessões de fotos, eventos e fazer aparências. Há também um trabalho de caridade com o qual gostamos de nos envolver. Um exemplo: Fizemos um evento no final de setembro de 2016. Foi um acontecimento maravilhoso!”, conta Patty Cabrera, que recentemente substituiu Latina Vamp na presidência de Los Angeles.

PMMs em ensaio fotográfico ressaltando a beleza e estilo latino (Foto: Reprodução)

Localidade x dificuldades

A PMM é composta por mulheres das mais variadas profissões e municípios. Ambos são fatores que podem acabar comprometendo e dificultando o encontro das modelos para eventos e ensaios fotográficos. Questionadas sobre o funcionamento da interação entre as garotas que residem em localidades mais distantes da maioria das integrantes, Patty Cabrera defende que a comunicação é a chave.

“Todo grupo é tão diversificado que é intrigante. Nós temos mulheres que trabalham em grandes corporações, enfermeiras, mães em tempo integral etc. Todas têm algo acontecendo. No entanto, nos mantemos em contato se não diariamente, semanalmente. Mantendo-nos atualizadas umas com as outras”, argumenta Patty.

As PMMs brasileiras em evento do grupo no Shake Baby Bar; Bárbara e Renata posam nas bicicletas, respectivamente (Foto: Reprodução)

Aqui no Brasil, a própria Renata não mora em São Paulo, como a maioria das integrantes. Residente de Ilhabela (SP), a Jefa conta que os eventos são agendados para cada dois meses, de modo a facilitar a presença de todas. Segundo ela, uma das modelos mora no estado de Minas Gerais.

Luka Kawatani explica que no Japão há uma grande dificuldade para realizar os encontros da PMM, uma vez que todas as integrantes moram distantes umas das outras. “Infelizmente, a distância dificulta bastante pra nos reunirmos, mesmo o Japão sendo um país pequeno. Geralmente nos reunimos em car shows, principalmente no Yokohama Hot Rod Custom Show”, conta.

Representatividade feminina

Nos dias de hoje, um dos temas mais discutidos é a importância da representatividade feminina. Seja no cinema, na política, na ciência e outras vertentes, o feminismo vem lutando pela igualdade entre os gêneros e pelo reconhecimento da mulher em suas respectivas áreas de atuação, mostrando que as mulheres também têm voz.

A PinkMinkMafia é uma marca exclusivamente representada por mulheres. Ela chama a atenção não só pelo seu conceito, mas também por conta das belas mulheres de personalidade a frente do nome. Modelos de todas as cores, idades e formas ilustram a marca, mostrando que a beleza não se resume aos estereótipos impostos pela grande mídia. O coletivo PMM é um porta-voz que diz que todas as mulheres são belas, e, sobretudo, que as mulheres latinas também estão no mapa.

Cherry Rat (lesqueda) foi uma das precursoras da PMM no Brasil e hoje comanda o grupo em Las Vegas (Foto: Reprodução)

“Quando eu entrei na PMM há seis anos, enxergávamos o grupo de uma forma bem simples. Éramos garotas que tiravam fotos pra PinkMinkMafia. Hoje em dia, eu vejo como um grupo que transmite a ideia de que as mulheres podem ser fortes, unidas e lindas em todas as suas formas e cores. Muitas das meninas, hoje, se inspiram na PMM pra mostrar sua atitude sem ser julgada. Deixamos de ser só uma marca de roupa e passamos a inspirar vidas”, aponta Cherry Rat.

A jefa do grupo japonês Luka Kawatani acredita que a PMM representa, de certa forma, um combate ao preconceito, que mesmo nos dias de hoje, ainda está presente. “Em pleno 2017, nós mulheres, infelizmente ainda somos muito julgadas pela nossa aparência, especialmente nós que somos tatuadas. No Japão existe um preconceito enorme com pessoas tatuadas, e quando são mulheres, este preconceito se torna muito maior”, conta.

Modelos PMM Japão em encontro de carros (Foto: Reprodução)

Para a Renata Pires, toda mulher tem um pouco de guerreira dentro de si, independente da sua ocupação. “A PMM representa mulheres que estão fora dos estereótipos que a sociedade nos impõe, e por isso usamos aquele termo ‘não julguem o livro pela capa’. Por mais sexista que a sociedade tenda a ser, muitas mulheres lutadoras conseguiram conquistar seu espaço”, acredita.

A sucessora da Latina Vamp: Patty Cabrera

Latina Vamp e Patty Cabrera, respectivamente (Foto: Reprodução)

Há cerca de quatro meses, Patty Cabrera assumiu o posto de presidente da PinkMinkMafia Los Angeles. Latina Vamp, que além de ser a fundadora e CEO da PMM, foi a presidente da PMM L.A. Hoje, ela se dedica apenas à administração da marca. A respeito do cargo confiado a si, Patty declara: “Eu sou apenas a presidente da chapter de Los Angeles. Não há substituição de Julie. Ninguém pode substituir essa mulher. Ela ainda é nossa Jefa. Estou totalmente honrada de que Julie me escolheu como presidente da PMM Los Angeles”.

Confira também nossa matéria sobre a importânica dos latinos no Rockabilly e ouça a playlist no Spotify:

20-rockabilly-latino

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