A banda paulistana Red Lights Gang lança essa semana o disco de versões Give ‘em enough influences, um disco de versões de clássicos do punk rock, lançado nas principais plataformas de streaming (Spotify, Deezer e Youtube Music) pelo selo Pisces. É o primeiro disco gravado com a nova formação da banda, com Vine no violão e backing vocals e Adriano Stocchi na bateria.
E pra fechar o ano com chave de ouro, domingo (13), às 18h, a banda fará uma live para promover o lançamento, uma coprodução Bode Preto Produções e Mutante Radio, que será exibida no canal do YouTube da banda e no Facebook da Mutante Radio. Um set exclusivo, com o “Give ‘em enough influences” na íntegra, e algumas outras surpresas!
Sobre o disco, convidamos alguns importantes músicos para darem suas impressões:
Gabriel Thomaz (Autoramas, Gabriel Thomaz Trio, ex-Little Quail and The Mad Birds)
“Conheci a Red Lights Gang há uns 7 ou 8 anos, quando ganhei o CD que contém a sensacional ‘Honky Tonk Devil Girl’. Já calculando certeiramente o potencial do som como hit de pista de dança. Incluí esta pepita no meu repertório como DJ, atividade paralela que já cumpri de Norte a Sul do Brasil.
Quando toco esse som dos caras, são incontáveis as vezes que alguém vem até a cabine de DJ me perguntar: ‘Isso é Stray Cats?’. Existe elogio melhor para uma banda de Rockabilly? Eles merecem muito mais.
A novidade que temos em mãos é um tributo ao Punk Rock, influência e escola de 10 entre 10 rockabillies que se preze. E com a personalidade do Red Lights Gang, o habitual estilo está ali, emoldurando novamente algumas das melhores músicas já escritas na história da humanidade.
Já destaco ‘Safe European Home’ do segundo disco do Clash, ‘Give’m Enough Rope’, de onde a RLG tirou o título do álbum agora lançado ‘Give’em Enough Influences’.
E dá-lhe uma das minhas preferidas do Dead Kennedys, ‘Hop With The Jet Set’ – minha cópia em vinil do Bedtime For Democracy é um disco pirata tosco prensado no Brasil. E tem lado B dos Ramones, ‘Slug’, e Misfits, e Agent Orange, Buzzcocks, Undertones… todas as vertentes do Punk. Recomendadíssimo. Vou ouvir de novo agora no carro.”
Ronaldo Lopes (Excluídos)
“A alusão à capa e nome do segundo disco da grande banda punk setentista, The Clash, Give ‘em Enough Rope – 1978, carimba quão marcados estão os integrantes da Red Lights Gang por esse espírito que ainda impacta vidas por todo globo. Esse álbum de versões, vem recheado de bandas clássicas do punk com um flavor ‘modern rockabilly”,’ como é a marca da RLG. Aperte o play e zaz…
Comecei ouvindo por Safe European Home – The Clash, que tem arranjo charmoso introduzido com riff de guitarra a lá Brian Setzer. Tem também um slow slap no baixo acústico numa tessitura que preenche e traz um balanço percussivo ao disco todo. Mantendo os momentos emocionais da original, essa releitura fez de uma música agressiva, uma perfeita para dançar.
Chegou a vez dos Ramones, outro dos grandes pilares do punk, mas dessa vez com uma música lado B. Nessa versão de SLUG, a sonoridade traz ares de um Pop Surf sessentista, que casa com as influências da própria banda nova-iorquina, num misto entre Buddy Holly e Beach Boys. A vibe é boa e assim como na original, a sensação de uma música ingênua continua, mesmo sabendo do humor freak contido na letra.
Pulamos para o início da década de 80 com The Last Goodbye – Agent Orange. A música foi extraída do primeiro disco da banda e traz um ar denso com clima mais sombrio que as anteriores. A RLG trouxe na intro a combinação de um lick no violão fazendo a harmonia e dando base ao riff de guitarra inicial.
O som engrena e um acordeom se soma em uníssono à guitarra do riff. A densidade da música se mantém num tempero mais rico, mas menos ‘urgente’ que a original. Ainda assim é possível sentir o cheiro do surf e do skate punk dos anos 80 na faixa.
Thunder of hearts – Buzzcocks, o que dizer? Uma música que toca meu coração! Aquela melodia maravilhosa em uma harmonia doce, mas que flerta com o inusual, como é característico na banda. O risco era grande, pois vocês já pensaram em uma versão do Buzzy com uma roupagem billy? Difícil, hein!?!
Pois é, a RLG conseguiu e ficou muito bom de ouvir! O Américo, vocalista, dá um show (aqui fica o registro: gosto muito da voz dele e como encaixa as melodias nas músicas), e as segundas vozes nos refrões ficaram incríveis. Fica também a ressalva para o solo cremoso de guitarra no meio da música, demais!
A banda mais inusitada do álbum com uma das músicas que mais gosto deles, Guitar Gangsters com Nothing to shout about, traz um perfume especial ao disco. O riff da intro no violão reproduz a base das estrofes enquanto a guitarra caminha numa história própria, mas sem perder a conexão com a vibe do som.
Hop with the jet set – Dead kennedys, banda iconográfica, música inusitada! Mais nervosa que as anteriores, essa versão traz uma intro de violão mais country, porém quente. O baixo também está mais psycho e em alguns momentos me lembrou até o Meteors.
Aqui cabe dizer que a música original se aproxima mais de um psychobilly contemporâneo que a versão da RLG, que remete aos rockabilly e psycho dos 80. O Jello também imprime uma vibe mais insana ao som, enquanto o Américo mantém a coisa nas rédeas.
Outra ótima surpresa foi ouvir Get Over You – Undertones, do clássico primeiro álbum da banda, também ícone do punk rock. A versão conta com a mesma vibe da original, só que mais contida. As guitarras bem trabalhadas trazem um ar meio country em alguns momentos.
Nos refrões, a bateria faz a base no surdo, o que tira um pouco o protagonismo do baixo, mas nada que atrapalhe o bom andamento da música. A parada na música é uma surpresa, as vozes bem encaixadas cantam o refrão; uma rajada na guitarra e um repique na caixa, ela retoma firme para ir até o final. Bem legal!
Angelfuck do Misfits começa muito bem. As vozes dobradas dão uma cor muito interessante às estrofes e refrões. Mais uma vez, o baixo e bateria casam perfeitamente e trazem um balanço que eleva a música numa pegada que caracteriza todo o álbum. As vozes mantiveram os contornos das melodias originais do Danzig e fecham o disco em um ótimo ponto.
As oito músicas são bem tocadas e cantadas, com uma gravação bem orgânica. O disco tem essa pegada ‘STRAY CATeira menos rueira e mais bailera’, o que se adequa totalmente a proposta da banda.
Uma bela produção da banda que veio para enriquecer um pouco esse ano tão difícil (2020).”
Tor Tauil (Zumbis do Espaço)
“Há muito tempo o RLG é uma das melhores bandas que há por aí. Eles tem um vocalista e um guitarrista acima da média e um baixista matador. Esse disco não sai do meu ‘repeat’, o punk rock ressuscitou o rockabilly, e esses caras estão ressuscitando o punk rock, tocando rockabilly! Tá tudo em casa!!”
Ouça o novo álbum completo!
Serviço:
Última Mutante Live de 2020: The Red Lights Gang!
Domingo (13), às 18h
Canal da banda no Youtube
https://www.youtube.com/user/redlightsgang
Página da Mutante Rádio
https://www.facebook.com/mutanteradiorock/
Além disso, será transmitida em pontos oficiais:
Campinas: Woodstock Music Bar e Casa Rock
Sumaré: Heuz
Americana: Velha Guarda Rock Bar
Mogi Mirim: Chico Rock Bar
São Paulo: Rockwheels
Realização:
Mutante Rádio
Bode Preto Produções
Apoio:
Estúdio Nosotros
Sala V Produtora
Woodstock Music Bar
Heuz
Du HC Photos
Monstro Filmes
Velha Guarda Rock Bar
Chico Rock Bar
Neves Records
Rockwheels
Aloha Cafe Surf
Black Boots
Breaknecks
Honk
Pisces
Ratones Art
Sabot
Trip Produtora
Vom Eisten