Home > Destaque > Lilian Abe: Pin-Up do Mês se inspira na cultura da Polinésia para editorial

Lilian Abe: Pin-Up do Mês se inspira na cultura da Polinésia para editorial

8 de março de 2022, por Daise Alves
Moda
Pin-Up do Mês

Lilian Abe é apaixonada pela cultura retrô e tem se dedicado cada vez mais aos ensinamentos da cultura polinésia. Convidada para integrar o time das Pin-Ups do Mês que passam pelo Universo Retrô, a nossa musa do mês decidiu produzir um editorial que mistura a Hula com o estilo Pin-Up.

A inspiração foram as propagandas dos anos de 1950 da Libbys, marca de alimentos enlatados, que vendia abacaxi em lata, fabricados no Havaí. Para transmitir essa energia, as fotos foram clicadas por Sayuri Yamamoto, no litoral de São Paulo.

Lilian Abe, pin-up do mais em ensaio tiki com ukulele na praia
(Foto: Sayuri Yamamoto)

Universo Retrô – Como começou seu interesse pela cultura vintage.

Lilian Abe: Desde a adolescência sempre gostei muito de história, principalmente o período relacionado a Segunda Guerra Mundial. Em um dos trabalhos da escola, quando eu tinha 14 anos, fazendo uma pesquisa, eu me deparei com como a guerra influenciou na moda e em todo seu contexto histórico. 

Dali em diante não parei mais sobre as pesquisas daquele período. Foi quando pela primeira vez eu li o termo Pin-Up e fiquei encantada com as ilustrações e com as artistas que eram consideradas Pin-Ups da época, lembro que só queria ser linda como elas. 

Lilian Abe Pin-Up Tiki
(Foto: Sayuri Yamamoto)

Foi nessa época também que conheci o termo rockabilly. Como eu sempre usei franjinha, usava muito rabo de cavalo e estava introduzindo o estilo Pin-Up no meu dia a dia (mesmo sem saber o que estava certo ou não, pois eu era a única menina que gostava dessas coisas), tinha uns meninos mais velhos na escola que falavam: “olha a Li rockabilly”. Eu nem sabia o que era, até o dia que tomei coragem e fui perguntar do que tanto eles me chamavam, aí que conheci várias músicas do estilo. A primeira banda que me mostraram foi Stray Cats.

Eu fiquei grávida em 99, no meio da minha adolescência aos 15 anos, e acabei me afastando de tudo. Em 2011, fui na virada cultural para assistir o show do Misfits, só que antes do show estava tocando Slim Jim com Henry Paul, eu olhava em volta e via todo o pessoal ao melhor estilo rockabilly que eu já tinha visto. Eu fiquei encantada com o show, com o pessoal dançando e com o estilo. A partir daquele momento o amor e a curiosidade pela cultura vintage voltou com tudo e estão aqui até hoje. 

Universo Retrô – A cultura retrô tem muitas vertentes, uma delas é a cultura Tiki, a qual você está bastante inserida. Como nasceu o gosto por esse estilo?

Lilian Abe: Gostar do estilo Tiki na verdade foi a junção de tudo o que eu já gostava: mar, sol, tocar ukulele, dançar Hula, estudar sobre a cultura polinésia. Por gostar dessas coisas, naturalmente eu fui adaptando essa cultura ao meu estilo, decoração da casa e gosto musical, vivenciando e aplicando tudo no meu dia a dia. 

Lilian Abe, pin-up do mês em editorial inspirado nas campanhas de abacaxi enlatado da marca Libbys
(Foto: Sayuri Yamamoto)

Universo Retrô – Você dança Hula e toca Ukulele, nos conte um pouco mais dessa sua relação.

Lilian Abe: A Hula não é apenas uma dança, a Hula é uma arte tradicional que vai muito além de uma simples expressão corporal, é uma filosofia para o povo havaiano, no qual, a minha querida kumu Verônica, do Halau Hula Aloha Brasil, nos orienta e transmite todo esse ensinamento. 

Nas aulas, além de dançar a Hula, precisamos entender as tradições, a cultura, a língua. Aprendemos a confeccionar e tocar os instrumentos e também a cantar na língua nativa. Foi através do ukulele que me interessei em aprender a Hula e a me dedicar a essa filosofia e entrar com todo maná na cultura polinésia. Porque apesar do ukulele ser de origem portuguesa, é um instrumento tradicional do Havaí. 

Fotografia retrô com estilo havaiano
(Foto: Sayuri Yamamoto)

Universo Retrô – Como você percebe a cultura polinésia no Brasil? É um universo imenso ou ainda muito nichado? 

Lilian Abe: Eu acho que ainda poucas pessoas se interessam pela cultura polinésia de fato, mas acho que isso vai muito do interesse e gosto pessoal de cada um. Mesmo que essa cultura tenha se expandido para outros países, conquistando seu lugar na música, dança, arte, cinema, moda e costumes, ganhando assim novos adeptos. 

A cultura polinésia é um universo imenso de puro aprendizado e dedicação, o que mais eu escuto nas aulas é: estude! Então acho que depende e cabe a cada um procurar, entender e estudar aquilo que gosta e agrega em sua vida. 

Pin-Up Tiki em editorial fotográfico inspirado na cultura da polinésia
(Foto: Sayuri Yamamoto)

Universo Retrô – Você identifica alguma relação e proximidade dessa cultura com o Brasil?

Lilian Abe: Sim, primeira semelhança é territorial, não perdemos em nada em relação a riqueza de biodiversidade daquele paraíso. Também são pessoas hospitaleiros, simpáticos e gentis. Historicamente, passaram pelos mesmos desafios que os brasileiros em relação à exploração, desenvolvimento, contato europeu e a colonização. 

O que acho que diferencia um pouco, é que eles ainda tentam deixar a cultura tradicional bem viva. Os costumes tradicionais dos locais (dança, tatuagens, até mesmo a Hula) foram banidos por um determinado tempo, porém, o apego às raízes ainda existem. Com ele vem o esforço e dedicação para retomar os costumes, a fim de preservar a identidade da qual tanto se orgulham. 

Ensaio tropical inspirado nas mulheres da Polinésia
(Foto: Sayuri Yamamoto)

Universo Retrô – Você também adora viajar, principalmente para lugares que envolvem essa energia mais tropical. Qual lugar você foi que mais gostou e qual ainda sonha em ir?

Lilian Abe: Conhecer lugares novos é uma sensação indescritível que toca meu ímpeto, principalmente quando tem o mar envolvido. A primeira opção de viagem sempre é para alguma praia. Estou sempre disposta para conhecer uma nova praia. Uma das minhas preferidas é a praia do Éden, no Guarujá (litoral de São Paulo), é um verdadeiro paraíso (em dia de semana) e tem o nascer do sol mais lindo que já vi, por isso, foi a minha escolhida para fazer as fotos do ensaio. 

Tenho muitos sonhos de viagens para serem realizados, mais um dos principais é conhecer as praias da Califórnia, em seguida as praias do Havaí. Tomara que um dia eu possa realizar. Por enquanto, vamos seguindo conhecendo os maiores números de praias possíveis por aqui mesmo. 

Ensaio Tropical no estilo dançarina de Hula
(Foto: Sayuri Yamamoto)

Universo Retrô – Nos fale sobre sua inspiração para o ensaio para o Universo Retrô e se houve algum desafio para produzi-lo.

Lilian Abe: Eu quis fazer algo que tivesse ligado totalmente ao meu estilo e gosto pessoal. Envolver a Hula com estilo Pin-Up foi um grande desafio, porque queria fazer algo clássico e bem marcante para esse ensaio envolvendo tudo que gosto da cultura polinésia.

Procurei algumas referências, e uma das minhas inspirações foram as propagandas para venda de abacaxi da marca Libbys, muito famosa na década de 50, por vender abacaxi enlatado fabricado no Havaí. Nas suas propagandas tinha todo o clima havaiano envolvente da época. 

(Foto: Sayuri Yamamoto)

Universo Retrô – Qual sua dica para quem quer se envolver mais com essa cultura?

Lilian Abe: Pesquisar, estudar e perguntar são coisas essenciais para quem quer se envolver não apenas nesta, mas em qualquer cultura que goste ou tenha curiosidade de conhecer. Hoje, temos muita facilidade para pesquisa, a internet é um canal aberto a todos que agrega bastante no conhecimento. 

Procurar lugares que tenham pessoas em comum com o que se gosta acho também bastante válido para começar a se envolver e entender mais sobre qualquer cultura. À medida que vamos aprendendo sobre a cultura polinésia e a Hula, surge a necessidade de estudar seriamente sobre a mitologia, cantos, protocolos e tudo que envolve o universo havaiano, é uma longa jornada de aprendizados sobre a compreensão da vida e de nós mesmo.

(Foto: Sayuri Yamamoto)

Universo Retrô – Por fim, o que não pode faltar para quem quer se envolver com o “espírito aloha”?

Lilian Abe: Boas energias, maná e muito Aloha! Cada pessoa deve pensar e transmitir bons sentimentos aos outros, respeito e afeto mútuo, reconhecer a natureza divina que reside dentro de tudo e todos, acima de tudo ter a perseverança de estudar e se aprofundar de forma evolutiva em todo esse universo envolvente. 

Quanto mais estudamos, mas compreendemos a harmonia entre alma, corpo, mente e natureza, que floresce tanto de dentro para fora quanto de fora para dentro, pois o todo não existe sem a parte e é dependente do amor entre todas as coisas. 

Fazemos parte de tudo e tudo faz parte da gente. De certa forma, estamos todos conectados, então, fica aqui o meu convite para que todos incluam um pouco de Aloha no seu dia a dia e o meu desejo que todos tenham uma vida plena de Aloha!

(Foto: Sayuri Yamamoto)

Ficha Técnica

Foto: Sayuri Yamamoto
Maiô: Bananaland Brazil
Beleza: Cibele Estrela e Andressa
Acessórios: Hula Aloha Brazil

Deixe um comentário