Home > Destaque > Tecnologia Mid-Century: 5 coisas legais que deprimiam o brasileiro por só ter na gringa

Tecnologia Mid-Century: 5 coisas legais que deprimiam o brasileiro por só ter na gringa

28 de setembro de 2023, por Leila Benedetti
Lifestyle
Tecnologia Mid-Century

O Mid-Century foi muito mais além do design e levou para os americanos uma tecnologia diferenciada, enquanto nós brasileiros só tivemos algumas dessas “modernidades” algum tempo depois. Isso é até justificável por conta da história de cada país – nos anos 60, os EUA estavam economicamente vivendo seus dias de glória, ao contrário do Brasil, que era governado por uma ditadura que brecava a evolução do país, tanto na economia, quanto na cultura. 

As coisas listadas abaixo não tem a tecnologia altamente avançada de hoje, mas deixa todo adepto brasileiro da cultura retrô, especialmente os dos anos 60, indignados ao ver algum anúncio de revista americana antiga. Confira:

Coisas dos anos 60 que só os americanos tinham

1 – Interfone para comunicação interna pela casa

Enquanto a dona de casa brasileira ía até a porta da cozinha e gritava até para o vizinho do fim da rua escutar que o almoço estava pronto, as “housewives” americanas, principalmente as de Palm Springs, anunciavam a hora da refeição por meio de um interfone instalado entre os eletrodomésticos. 

Sendo facilmente confundido com um forno microondas ou um ar condicionado hoje em dia, o sistema popular da NuTone consistia em um ponto de comunicação para cada cômodo da casa, sendo o principal, com um painel de controle mais completo, instalado na cozinha. Além disso, alguns modelos vinham equipados com rádio, proporcionando um som ambiente ou as notícias do dia para a casa inteira. 

Aqui no Brasil, os interfones domésticos vieram na mesma década e se popularizaram com o tempo, mas apenas como uma forma segura de atender a porta. O risco de ser assaltado no portão de casa ou de ter a casa invadida diminuiu, mas a gritaria para anunciar que o almoço está pronto ainda rola solta.  

NuTone Intercom System
(O ponto principal normalmente era instalado na cozinha e se comunicava com outros cômodos da casa. | Foto: Divulgação)

2 – Sistema de som da sala saindo de dentro da parede

Ainda continuando com a vibe high-tech da NuTone, a marca também lançou uma coleção de equipamentos de som que dispensa o uso de hacks. Havia uma variedade de itens – um amplificador que também funcionava como ponto de interfone, aparelho de rádio AM/FM, caixas de som de modelos variados para escolher, vitrola e gravador/reprodutor de fitas de rolo.

Divididos em módulos, que eram vendidos separadamente e ofereciam várias formas de instalação, esses eletrônicos, inclusive as caixas de som, eram fixados na parede como se fossem quadros. Já o gravador de rolo e a vitrola, quando desligados, ficavam “guardados” na parede, deixando visível apenas umas portinhas parecidas com a de um quadro de luz. Era uma ideia genial para salas pequenas ou para quem buscava mais espaço e menos informação visual na casa. 

Já nas nossas terras tupiniquins sempre tivemos o bom e velho hack, e a ideia dos eletrônicos embutidos na parede só veio depois da chegada da era digital.  

NuTone Stereo System
(Esses tipos de aparelhos eram ideais para espaços pequenos ou para quem queria mais espaço e menos informação visual na sala. | Foto: Divulgação)

3 – Aquele eletrodoméstico “tudão em 1”, só que embutido na bancada

Enquanto a Polishop se gaba dizendo ser a pioneira dos eletrodomésticos multifuncionais atualmente, a NuTone (olha ela aí de novo!) chegou primeiro nesta corrida e ainda transformando a própria bancada da cozinha em um eletrodoméstico, contribuindo também com ambientes de pouco espaço. 

Batizado de NuTone Built-in Food Center, o item que mais parecia um cooktop de duas bocas funcionava como liquidificador, batedeira, fatiador e espremedor de laranja. A marca, assim como as suas concorrentes, ainda fabricam o eletrodoméstico com aparência e recursos mais modernos, mas o modelo mais encontrado no Google é esse dos anos 60, que era bem inovador para a época.  

No Brasil daquela época, o máximo que tínhamos de eletrodoméstico era uma batedeira e um liquidificador separados e guardados em nossos armários. A ideia de um eletrodoméstico multifuncional só veio depois da virada do milênio com a Polishop.   

NuTone Food Center
(O eletrodoméstico era embutido na bancada e funcionava como batedeira, liquidificador, fatiador e espremedor de laranja. | Foto: Divulgação)

4 – Vitrola com “karaokê”

Não é algo extraordinário para os dias de hoje, mas a vitrola Admiral Sing Along foi considerada inovadora entre os americanos dos anos 60. Precursora das máquinas de karaokê, que só foram inventadas em 1971 no Japão, a vitrola era um aparelho comum, valvulado e com sistema automático, mas com a diferença de ter uma entrada para microfone. 

A Admiral não chegou a lançar esse modelo aqui no Brasil, aliás, ele é um tanto raro até no exterior. Mas a partir dos anos 70, já depois da chegada do karaokê, nossos aparelhos de som passaram a ter entrada para microfone e equalizador para transformar a música em playback.  

Admiral Sing Along
(A vitrola tinha entrada para microfone. | Foto: Divulgação/WorthPoint)

5 – Essa forma um tanto preguiçosa de fazer abdominal

Parece coisa de comédia americana dos anos 50 e 60, mas esses aparelhos de “ginástica” em que a pessoa (normalmente moça) ficava em pé amarrada por um cinto vibratório realmente existiram. Tanto nas casas comuns quanto nas academias, da mesma forma que as esteiras e bicicletas ergométricas hoje. 

Essas máquinas tinham como proposta substituir as exaustivas e dolorosas abdominais, a pessoa só tinha que ficar parada com o cinto vibratório na cintura e a máquina que fazia todo o resto. Também era possível colocar o cinto nos glúteos para queimar as gorduras daquela região. O equipamento ficou fora de moda nos anos 80, quando descobriram que a vibração não queimava gordura nenhuma. 

Entre os anos 90 e 2000, a Polishop tentou resgatar esse conceito de fazer ginástica lançando cintos vibratórios portáteis, mas já estava comprovado que não daria resultado nenhum e se tornou uma piada. 

Belt Vibrator
(Era assim que os americanos faziam abdominal nos anos 50 e 60. | Foto: Divulgação)

Matérias Relacionadas
Cobogó
Cobogó, o item arquitetônico que consegue ser kitsch e descolado ao mesmo tempo
Bebel Mod
Bebel Mod??: 6 vezes em que a personagem da Grande Família mostrou ter um pézinho na subcultura
Brincos dos anos 80
Brincos dos anos 80 é mais uma tendência da época que volta neste ano
Milão Fashion Week Verão 2025
Milão Fashion Week: 4 tendências retrô que prometem para o Verão 2025

2 Responses

  1. Davidson Cesario

    Que bacana as informações deste post, pura verdade que tivemos no Brasil acesso a muitas modernidades bem depois de sua venda comercial, porém felizmente algumas são atemporais e usaremos por muito tempo e ainda podem ter o visual retrô, ex. Microondas, liquidificador, torradeira… Parabéns pela matéria!!! Adoro o “atomic era” na decoração também….

    1. Leila Benedetti

      Que bom que gostou da matéria, e, sim, tem coisas lançadas aí que são atemporais, sendo algumas com visual retrô, o lado positivo está aí. O design do atomic era é tudo, amamos também (visto que a arte do UR segue esse estilo haha)

Deixe um comentário