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Um mergulho pelos mistérios e encantos do Cinema Noir

30 de julho de 2015, por Laís Pacheco
Cinema & TV
Filme Noir

Uma combinação de luxo, iluminação sofisticada, roupas sensuais, crimes, drama e a figura de uma femme fatale. Essas são apenas algumas características do Cinema Noir, que serviram também de inspiração para obras posteriores e resultaram em um marco na beleza feminina do século 20.

Sub-gênero do cinema americano, o Film Noir (em inglês) teve seu período clássico nos anos 40 e 50 e apresentou tramas que abordam temas policiais, porém, que acabam sendo apenas um pretexto para mostrar e explorar o comportamento humano, muitas vezes, em seu estado mais vulnerável e obscuro.

Filme Noir

(Foto: Reprodução)

Os filmes remetem diretamente ao Expressionismo Alemão, que é marcado por uma fotografia preta e branca, iluminação dramática com foco nas sombras (silhuetas de pessoas, barras de janelas, carros, portas, armas, a fumaça do cigarro e paisagens, em geral) para enfatizar o cenário e onde o personagem se encontra. Os enredos aparecem cheios de drama, obsessão, atração sexual, paranóias e desconfiança.

Na maioria das vezes, a trama se passa com pessoas de classe alta, então, há bastante glamour e luxo nos enredos; homens bem vestidos e mulheres com preciosas jóias, casacos de pele, vestidos de gala, salto alto, e a inconfundível característica da famosa Femme Fatale, com seu tradicional batom vermelho.

Filme Noir

(Foto: Reprodução)

Os personagens do film noir costumam ser recorrentes. Os protagonistas masculinos são ambíguos, como o anti-herói que vive uma vida vazia, não confia em ninguém e é frio, e usa isso como defesa. Há também o clichê do detetive, que é uma figura pouco confiável (nem mesmo os bandidos confiam nele); o policial corrupto, o marido ciumento e o herói. No figurino, a figura masculina era marcada por ternos, gravatas, chapéus, casaco e um cigarro.

Filme Noir

(Foto: Reprodução)

Por ter seu período clássico na época de grandes guerras, o gênero foi também período em que as mulheres saíram de suas casas para ocupar seus lugares no mercado de trabalho, papel que, até então, eram tradicionalmente masculinos.

As personagens femininas costumam seguir a linha Femme Fatale. São inteligentes, independentes, sensuais e, muitas vezes, usam os homens para alcançar seu objetivo, fingindo ser frágil e precisar de ajuda. São manipuladoras e, quase sempre, são as principais causadoras de todos os problemas da trama.

Femme Fatale

(Foto: Reprodução)

A presença da femme falate no film noir é marcada pelo clima de mistério e poder de sedução feminino. As luzes, por exemplo, eram projetadas minunciosamente para marcar bem o rosto da personagem e delinear suas curvas; essas características se tornaram um marco para a beleza feminina projetada no cinema da época.

Femme Fatale Filme Noir

(Foto: Reprodução)

Abaixo, reunimos 5 dicas de filmes para que você possa entender melhor esse sub-gênero. O Primeiro deles é, inclusive, o precursor do estilo:

Relíquia Macabra, ou Falcão Maltês (1941) – A estatueta de um falcão é uma relíquia medieval e é alvo de cobiça de pessoas gananciosas. Sam Spade é um detetive que decidi investigar e entrar na “batalha” para proteger a relíquia logo após seu sócio ser assassinado depois de se envolver com uma jovem sedutora.

Pacto de Sangue (1944) – Walter Neff é um agente de seguros, que, numa visita de trabalho, conhece a atraente Phyllis Dietrichson. Os dois logo se apaixonam, mas com um problema: Phyllis é casada! Walter é convencido por ela a elaborar um plano para assassinar seu marido, que tinha um seguro de acidentes pessoais, e o objetivo dos dois é ficar com todo o dinheiro para eles.

Laura (1944) –  Laura Hunt era diretora de uma agência de propaganda, mas foi assassinada e teve seu rosto destruído por tiros de espingarda. O detetive Mark começa a interrogar Waldo Lydecker, um influente jornalista que considerada Laura sua maior “criação” e também sua propriedade, apesar dela ser noiva de Shelby Carpenter, um playboy que não agradava a quase ninguém. A investigação evolui e o mistério continua, quando o detetive sente-se atraído pela beleza da vítima, e em uma das idas ao apartamento de Laura, em busca de provas, ao contemplar um grande quadro da bela moça, ela surge viva e sem nenhum ferimento.

Gilda (1946) – A história se passa em Buenos Aires, no fim da Segunda Guerra Mundial. Jhonny Ferrel é um apostador e é salvo de um pistoleiro, por Ballin Mundson. Jhonny acaba se tornando o braço direito de seu salvador, mas sua amizade é abalada depois de reconhecer a mulher de Ballin, Gilda (Rita Hayworth), quem ele já detestava anteriormente.

Crepúsculo dos Deuses (1950) – Norma Desmond é uma antiga estrela do cinema mudo e, em sua mansão, hospedava Joe Gillis, que havia fugido dos representantes de uma financeira. Norma acaba descobrindo que Joe é roteirista e o contrata para revisar o roteiro de um filme que marcará seu retorno às telas. Ele acha o filme horrível, mas como o pagamento é bom e não tem nada a fazer, acaba aceitando o acordo, que logo virá com muitas surpresas.

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