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Alain Delon: a trajetória do ator e símbolo sexual dos anos 60 e 70

23 de agosto de 2024, por Leila Benedetti
Cinema & TV
Alain Delon

No mesmo fim de semana que Silvio Santos, o ator francês e símbolo sexual nos anos 60 e 70 Alain Delon morreu, mais precisamente no último dia 18, aos 88 anos de idade. A causa da morte não foi divulgada, mas o consagrado pela atuação no filme O Sol por Testemunha sofria de linfoma, chegou a manifestar interesse pelo suicídio assistido em 2022 e, de acordo com o comunicado da família, morreu de “forma pacífica em sua casa”. 

A trajetória de Alain Delon

Início

Nascido em 1935 na Borgonha, região próxima a Paris, Alain Delon teve uma juventude difícil. Seus pais se divorciaram e o ator, aos quatro anos de idade, foi adotado por um outro casal, que foram assassinados pouco tempo depois. O garoto voltou para sua mãe biológica, que, nessa altura, estava casada com outro homem e já tinha mais três filhos. Além disso, foi expulso de várias escolas e, aos 15 anos, parou de estudar.

Depois de servir a marinha francesa na primeira metade dos anos 50, Alain mudou para Paris para fazer bicos como garçom, porteiro e vendedor, mas viu sua vida profissional mudar ao ir para o Festival de Cannes de 1957 e chamar a atenção pela sua beleza. Sua carreira cinematográfica começou com uma proposta vinda de um produtor norte-americano, o ator recusou, mas serviu de incentivo para começar a atuar na França. 

Alain Delon
(Alain Delon aos 10 anos de idade.| Foto: Reprodução)

Auge e o caso Markovic

Com sua beleza física, Alain Delon se transformou em símbolo sexual entre os anos 60 e 70, mas ele sempre lutou para que ele fosse reconhecido mais pelo seu talento como ator do que por ser um “rostinho bonito”. Seu primeiro filme foi Uma Tal Condessa, lançado no mesmo ano, mas o seu grande papel mesmo foi como o criminoso Tom Ripley no clássico suspense O Sol por Testemunha, de 1959. 

Outros filmes de sucesso entraram para o currículo do ator durante a década de 60, como Rocco e Seus Irmãos e O Leopardo, além de peças teatrais e um contrato assinado com a gigante americana MGM, apesar de não ter feito muito sucesso nos EUA. Mas sua reputação ficou um pouco marcada por se envolver no caso Markovic.

Neste caso, o guarda-costa de Alain, Stevan Markovic, foi encontrado morto em um depósito de lixo. Durante as investigações, os policiais revelaram alegações de festas sexuais envolvendo o ator, outras celebridades e membros do governo. Entretanto, os filmes de gângsters estrelados por Alain ficaram ainda mais famosos com este escândalo. 

Pós-auge

Alain Delon foi apostando mais nos filmes de crime nas décadas seguintes até os anos 90, sendo que seu último grande papel foi em Duas Chances em Uma, um fracasso de bilheteria lançado em 1998. A partir daí, ele anunciou que ia se aposentar no cinema, passando a continuar no teatro e a atuar apenas em filmes para televisão.

Além das câmeras, o ator também se aventurou na música a partir dos anos 70, fazendo dueto com a cantora egípcia-francesa Dalida em Paroles…Paroles em 1973, e colaborando com Shirley Bassey no hit Thought I’d Ring You, em 1983. 

Em 2019, aos 83 anos, Alain lançou o single Je n’aime que toi, composta por Rick Allison e Julia Paris, enquanto que no mesmo ano, recebeu uma Palma de Ouro honorária no Festival de Cannes por sua longa carreira no cinema, apesar de ter gerado controvérsias por causa das supostas atitudes do ator com mulheres durante a sua carreira e vida privada. 

Já em 2022 e morando na Suíça, o ator anunciou por meio do seu filho Anthony que ele estava se preparando para um suicídio assistido, que é permitido no país. De acordo com ele, ele já estava cansado da vida e da velhice, além de debilitado por conta de dois AVCs. Com a saúde comprometida neste ano de 2024, Alain Delon morreu neste dia 18, sem causa divulgada. 

Alain Delon
(Alain Delon em épocas atuais. | Foto: Divulgação/Skynews)

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