A partir desta segunda-feira, 3 de agosto, a rede Fnac abre espaços dedicados ao vinil em suas lojas de Pinheiros e Paulista, em São Paulo, e na Barra, no Rio de Janeiro. O Clube do Vinil, como são chamados esses espaços, exibem lado a lado discos, vitrolas em estilo retrô e modernos toca-discos para o formato LP (Long Play). A Fnac é o único varejista brasileiro a oferecer ao consumidor discos de vinil e tocadores, juntos em um espaço dedicado.
De acordo com o mais recente relatório da IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica), as vendas de vinil ainda representam uma pequena parcela do faturamento total do mercado (cerca de 2%), porém seu crescimento tem sido consistente e muito relevante, chegando a 54% em 2014.
A ABPD (Associação Brasileira de Produtores de Discos) ainda não tem dados específicos sobre as vendas de vinil no Brasil, mas existe boa expectativa na evolução das vendas deste formato. Segundo Leandro Cançado, diretor Comercial da Fnac Brasil, “agora a indústria está ainda melhor preparada para voltar a fornecer regularmente os vinis, atendendo a uma nova e crescente demanda do público. Ao mesmo tempo, há um programa consistente de bons lançamentos que reforçam a confiança do mercado ao indicar resultados promissores”.
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Neste primeiro semestre de 2015, alguns lançamentos se sobressaíram, como Convoque Seu Buda, de Criolo (Pommelo, R$ 99,90), Músicas para Churrasco – Vol. II, de Seu Jorge (Universal, R$ 139,90), Bossa Negra, de Diogo Nogueira e Hamilton de Holanda (Universal, R$ 139,90), Guelã, de Maria Gadú (Som Livre, R$ 99,90) e Estratosférica, de Gal Costa (Sony, R$ 99,90).
No catálogo da Fnac, há, também, raridades, verdadeiros itens de colecionador, como Acabou Chorare, dos Novos Baianos, Maria Fumaça, da Banda Black Rio, Samba Esquema Novo e Ben é Samba Bom, de Jorge Ben, e Coisas, de Moacir Santos (todos por R$ 99,90), relançados pelo único produtor de vinil do Brasil, a Polysom. Para os próximos meses, há expectativa para o lançamento em vinil de Caetano Veloso e Gilberto Gil (Sony), Zeca Baleiro (Som Livre),Adriana Calcanhoto (Sony), Roberta Sá (Som Livre) e Arnaldo Antunes (Independente).
Ao mesmo tempo, as vendas de equipamentos apresentaram bom crescimento em 2014 e, no acumulado de 2015, têm sido estáveis, porém constantes. Se em 2013 havia três modelos de toca-discos, hoje estão à venda 13 modelos de três fabricantes diferentes. Há desde o mais básico, como o Mississipi (da Ribeiro e Pavani, R$ 699) até modelos mais completos como o LPR550 (da Teac, R$ 1.999). Muitos tocam, também, CDs e cassetes, gravam, têm rádio AM e FM, entrada USB para pen drive e até bluetooth, como o Maestro, da nova linha da CTX(R$ 1.199). Também estão à venda acessórios, como agulhas, e há previsão de chegada de equipamentos modernos (pick ups) para atender também a um novo consumidor, que está descobrindo o vinil agora.
Há três anos, lembra Leandro Cançado, “as pessoas compravam tocadores para ouvir os LPs que tinham guardado em casa. Hoje, tem surgido um novo público, ávido por novidades, que está se encantando com o vinil”. Esse encanto é conseqüência de uma experiência sensitiva incomparável: ouvir o som característico, pegar e virar o disco, limpá-lo, colocar a agulha, admirar a arte da capa… “Para quem descobre este encanto, o vinil, muito além do que poderia ser uma moda retrô, voltou mesmo para ficar”, conclui Leandro.
