Home > Destaque > Atração do 5º Big River Festival: Lennon Z and the Sickboys Trio fala com o Universo Retrô

Atração do 5º Big River Festival: Lennon Z and the Sickboys Trio fala com o Universo Retrô

11 de agosto de 2016, por Monique Angeli
Música
Lennon Z

Faltando 3 meses para o Big River Festival, os integrantes da Lennon Z And The Sickboys Trio estão a mil pelo Rio Grande do Sul com a turnê de divulgação do seu álbum de estreia. Com oito faixas autorais, Bastard Songs for Bastard People é um passeio enérgico de vinte e dois minutos pelo “country-rock- billy-western” dos anos 1950. Gaúcha de Caxias do Sul, a banda traz Gus Sickboy na guitarra, Jones Ireland no baixo, Mr. Bow Tie na bateria e Lennon Z nos vocais e violão, que nos concedeu uma entrevista sincera e por vezes divertida. Confere aí:

Lennon Z and the Sickboys Trio

Lennon Z and the Sickboys Trio (Foto: Divulgação)

Universo Retrô – Há algum tempo, assisti a uma entrevista onde você diz que a banda surgiu de uma brincadeira entre amigos. Por que o Rockabilly?

Lennon Z – Bom, quando aconteceu essa brincadeira não nos conhecíamos. Eu estava formando um grupo deste estilo, pois já vivia essa cultura desde as duas últimas bandas que integrei. Conhecendo-os, descobri que eles também adoravam este estilo musical. Acredito que o escolhemos pois é um estilo simples, objetivo e energético, possibilitando que nós, incapacitados de executar algo complexo, pudéssemos tocar e se divertir. No final, isso tornou-se uma espécie de “doença” para o grupo, por isso o nome Sickboys.

Universo Retrô – O disco Bastard Songs for Bastard People foi lançado em 2015, mas vocês estão na estrada desde 2008. Qual o motivo desse hiato entre a formação da banda e o debut?

Lennon Z – No início, o intuito da banda era simplesmente tocar e se divertir sem compromisso. Muitas pessoas assistiam nossos ensaios e cobravam para seguirmos em frente e mostrar para a cidade o que estávamos fazendo. A partir daí nos preocupamos em aperfeiçoá-la, não somente na música, mas também nas vestimentas, nos instrumentos, etc. Isto levou muito tempo e dinheiro, atrasando a nossa ideia de lançarmos algo nosso. As composições foram se criando aos poucos, sem o compromisso de lançar algo. Quando pensamos que pudéssemos dar um passo maior, resolvemos parar tudo e focar na gravação do nosso primeiro CD. E estávamos curiosos demais em saber como seria algo feito por nós.

Além disso, tentamos por duas vezes participar de projetos de financiamento cultural, mas batemos na trave. Então, pensamos porque não suar sangue para ter algo NOSSO, onde as pessoas que participassem do trabalho seriam amigos e apreciadores desse estilo único.

Universo Retrô – É indiscutível a fidelidade do BSFBP com a sonoridade dos anos 1950, mas vocês se inspiram também em alguma referência mais moderna, como Stray Cats e outros grupos dos anos 1980, considerados mais selvagens?

Lennon Z – Não acho que os grupos modernos sejam mais selvagens, minhas referências do Rockabilly dos anos 50 são, de certa forma, mais rústicos e agressivos, se considerar as condições da época com as de hoje em dia. Na década de 50 tinham menos recursos para apresentações ao vivo e para as gravações, e mesmo assim conseguiam tirar melhor proveito da sonoridade dos instrumentos.

Um exemplo, que podemos citar, é o guitarrista da Johnny Burnette and the Rock N Roll Trio, Paul Burlison, que conseguia distorcer o som de sua guitarra sem ao menos ter um aparelho próprio para isso. Isso, para mim, é considerado selvagem e criativo, sendo uma das minhas maiores influências. Por isso, tentamos ao máximo não se influenciar por sonoridades modernas. Não vem ao caso gostar ou deixar de gostar. No processo de composição, eu simplesmente passo dias escutando composições de artistas da época, até o momento que me sinto inspirado. Daí acontece esse tipo de desgraça. Estamos trabalhando para melhorar.

 Lennon Z and the Sickboys

Capa do CD “Bastard Songs for Bastard People (Foto: Divulgação)

Universo Retrô – Algumas faixas trazem participações especiais, como um belíssimo sax em Time To Go e piano em I Got My Automobile. Como foi isso?

Lennon Z – Para este compacto, gravamos músicas de diversos estilos, como country, rock and roll, ente outros. Então, sentimos a necessidade de adicionar instrumentos que de certa forma são próprios para o estilo escolhido. No BSFBP escolhemos os convidados com firmeza, ou seja, amigos talentosos que apoiam o ideal e curtem essa cultura dos anos 50.

Nas composições Feeling Blue e Love Trick convidamos Tomás Seidl, vocalista e guitarrista da banda Cotton Pickers, para tocar Lap Steel [guitarra havaiana], muito usada no country music. E nas composições I Got My Automobile e Time To Go tivemos a participação de Luiz Carlos Zeni Junior do Quarteto New Orleans, tocando saxofone tenor. O piano executado na música I Got My Automobile foi realizado por Jerry Z Lewis – codinome de Lennon Z quando tenta tocar piano.

Universo Retrô – Vocês irão complementar novamente o line-up do Big River Festival, um dos maiores festivais do estilo na América Latina. Como é ser considerada uma das melhores bandas do cenário brasileiro atual?

Lennon Z – O Big River Festival é, com certeza, um festival que mantém a chama desta cultura acessa. Desde a primeira edição somos convidados a participar desde maravilhoso evento, sendo como músico ou espectador. Este evento iniciou quando o público era escasso, então deixo aqui minhas sinceras congratulações ao amigo Billy Joe [criador do Big River Festival] por insistir nesta ideia e proporcionar esse encontro com amantes dessa cultura criada nos anos 50. É complicado dizer que somos umas das melhores bandas do cenário, porém posso afirmar, com certeza, que é espetacular estar tocando ao lado de grandes nomes do Rockabilly do Brasil e dos EUA.

Lennon Z

Lennon Z (Foto: Divulgação)

Universo Retrô – Como você acha que as bandas brasileiras que tocam no festival se comparam às americanas?

Lennon Z – No meu ponto de vista, vejo muitas bandas com qualidade altíssima que podem se confundir facilmente com uma banda americana. Nos dias de hoje, temos acesso fácil para a busca de informações sobre a cultura dos anos 50, o que faz com que muitos músicos consigam aperfeiçoar suas habilidades e conhecimentos. Entretanto, uma pequena parcela destes tornam-se pretensiosos ao expressarem suas ideias, o que faz com que gere inimizades entre os simpatizantes da cultura, impedindo-a de expandir-se e conquistar mais seguidores.

Universo Retrô – Houve divulgação do disco no exterior?

Lennon Z – Sim, houve pouca divulgação no exterior, porém objetivas. Obtivemos um ótimo retorno e elogios de diversas pessoas que desconheciam nossa banda e que passaram a seguir nosso trabalho e ainda de artistas que nos influenciaram durante toda trajetória artística.

Universo Retrô – Em 2014, vocês gravaram o single Mr. Messy em parceria com a cantora Cristy Ann, que inclusive achei fantástico. Por que ele não entrou no BSFBP?

Lennon Z – Bom, essa foi uma decisão difícil, de incluir ou não no disco. Porém achamos que esta seria a primeira de muitas composições em parceria com a Cristy Ann, que até então, lançaríamos um disco totalmente justo para o talento dela em parceria com a Lennon Z and the Sickboys Trio. Outro ponto crucial foi o desespero de finalizarmos o nosso trabalho, que acabou sendo priorizado.

Universo Retrô – Podemos esperar um segundo disco então?

Lennon Z – Embora já estarmos no processo de criação das composições autorais do grupo para o segundo disco, ele não tem um estilo definido, ainda…em contrapartida, a parte visual e material do CD já tenho algo definido em mente, fora dos padrões.

Universo Retrô – A Lennon Z And The Sickboys Trio é mais “rocka” ou mais “billy”?

Lennon Z – Com certeza, rock and roll. O lado comportado deixamos para a fotografia.

SERVIÇO
Facebook: www.facebook.com/lennonz.sickboystrio
YouTube: www.youtube.com/channel/UC35TAISqKNY36vw6MPK_E-w
Spotify: https://open.spotify.com/album/5IVFgcNm3iVdSxLSJr1Rjc

Matérias Relacionadas
Big River Festival chega a sexta edição no próximo final de semana no Rio Grande do Sul
Red Lights Gang
Sputnik Party traz Big River Festival a São Paulo no próximo sábado, 21
Big River Festival
Veja como foi a terceira e última noite do ‘Big River Festival’ no Rio Grande do Sul
Saiba tudo que rolou no sábado (12) no Big River Festival no Rio Grande do Sul

Deixe um comentário