Foto: Vinícius Bueno / Universo Retrô
O último final de semana, de 9 a 11 de maio, ficou marcado por incríveis apresentações de Blues no WTC Tower, na cidade de São Paulo. Pelo segundo ano consecutivo, o festival Best of Blues– dessa vez com patrocínio da Samsung – trouxe uma programação recheada de estrelas do gênero para a capital paulista, como Buddy Guy, Joss Stone e Jeff Beck. Fomos conferir o primeiro dia do festival e te contamos tudo o que vimos por lá.
Abrindo o evento, na sexta-feira (9), estava a sensualíssima e talentosa Ana Popovic. Usando um mini vestido prata brilhante, a bela cantora e guitarrista, de 37 anos, impressionou o público presente com seu eletric blues elevado ao funk e groove, num impressionante festival de solos de guitarra.
Acompanhada de um baixista que também poderia, facilmente, ser uma das atrações principais do evento (ele até arriscou tocar baixo como a boca, como Buddy Guy costuma fazer), Ana dá conta do recado, atingindo tons altos na voz e tocando seus bends com perfeição, sem precisar de guitarristas de apoio.
Uma mistura de Amy Winehouse e Bonnie Raitt, a cantora se mostrou bastante emocionada por se apresentar em São Paulo. Durante o show, revelou que já esteve no país para os Carnavais de Salvador e Rio de Janeiro, mas que essa é sua primeira apresentação no Brasil. Solos de guitarra e eletric blues da melhor qualidade garantiram que a loira fosse ovacionada pela exigente plateia que estava ali para ver, principalmente, Buddy Guy.
No mesmo dia, também se apresentou o guitarrista e cantor Johnny Lang. Trazendo um blues com um quê de soul e uma pitada de hard rock, o músico agradou a plateia com seus longos solos de guitarra, que continuavam a ser tocados mesmo com uma das cordas quebradas. No entando, Johnny não dispensou os backing vocals e, em muitos momentos, parecia sem fôlego.
Para fechar muito bem o primeiro dia do festival, Buddy Guy numa impressionante performance aos 77 anos. Essa é a terceira vez que a equipe do Universo Retrô cobre uma apresentação do músico no Brasil. E o que mais nos impressiona é a sua incrível capacidade de parecer mais jovem e disposto, a cada show.
Com a camisa de bolinhas e a tradicional guitarra creme de muitas apresentações, o blues man chegou ao Best of Blues ainda mais ousado e íntimo do público brasileiro. Ele iniciou o show com Dam right i got the blues, como no ano passado, seguido de Manish Boy e Five Long Years. O músico apostou também em sucessos de outras lendas, como John Lee Hooker, Jimi Hendrix, Eric Clapton, Ray Charles e até Marvin Gaye.
Durante todo o show brincou com a voz, com a plateia e com a guitarra, tocando de costas, com uma toalha, a baqueta do baterista, com a boca, a bunda… Chegou a descer duas vezes do palco, mas em momento algum parou de tocar. Mesmo quando reclamava da garrafa gelada de cerveja que uma pessoa da plateia encostou em seu pescoço ou de um fã que enchia seu saco por uma palheta. “Eu amo vocês, mas me deixem tocar, por favor”, brincou.
Entre os sortudos que conseguiram pegar as palhetas de Buddy, estava nosso fotógrafo, também fã do artista, que pôde conferir de pertinho as três primeiras músicas cheias de improvisos e bricadeiras. “Você não precisa entender (as letras), precisa sentir o blues”, disse o bluesman logo após um duelo de guitarra incrível com seu pianista.
Outro momento auge durante a apresentação de Buddy foi quando o músico chamou seus filhos – um de cada vez – para acompanhá-lo. Vestido com a camisa do Brasil e meio tímido, Greg Guy tocou guitarra, enquanto Carlise Guy cantou ao lado do pai depois de ter se apresentado no dia anterior no Bourbon Street.