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Bibi Ferreira faz tributo a Frank Sinatra em turnê que começa por São Paulo

31 de julho de 2015, por Jane Galaxie
Música

Após cantar Edith Piaf, em Paris; Carlos Gardel, em Buenos Aires, e Amália Rodrigues, em Lisboa, Bibi Ferreira se prepara para interpretar o repertório de Frank Sinatra, na turnê chamada “Bibi Ferreira Canta Repertório Sinatra”, que começa em São Paulo e passa por Nova Iorque e Lisboa.

Aos 93 anos, às vésperas de comemorar 75 de carreira, ela é a primeira mulher a fazer um espetáculo somente com as músicas do repertório de Sinatra, com centenário marcado este ano. Comparada pelo New York Post a mitos como Ella Fitzgerald, a artista estreia o tributo no dia 4 de agosto no Theatro Net São Paulo, com apresentações terças e quartas, às 21h, até 9 de setembro.

O repertório reúne as canções que se tornaram sucesso na voz de Sinatra. Estão no set list as músicas preferidas de Bibi: Night And Day (Cole Porter) e Dindi (A. C. Jobim / Aloisio de Oliveira / Ray Gilbert), All The Way (Sammy Cahn / Jimmy Van Heusen), Fly me To The Moon, Girl From Ipanema (Tom Jobim e Vinícius de Moraes) e Old Man River (Jerome Kern / Oscar Hammerstein II).

O espetáculo abre com a orquestra tocando Strangers In The Night (Bert Kaempfert / Charles Singleton / Eddie Snyder). Bibi usa o recurso da liberdade poética em canções com letra no masculino. A única canção do show fora do repertório de Sinatra é Rock Around The Clock, de Bill Haley. Além das interpretações, o espetáculo será uma oportunidade para a bem-humorada e extrovertida artista dividir o que pensa sobre o mundo e o amor com o público.

No palco, Bibi é acompanhada por 18 músicos; do seu lado direito está a base da orquestra, o piano e a bateria; atrás ficam as cordas; e do lado esquerdo, 10 sopros.  “O show é um bate-papo musical sobre Sinatra. Ao longo
da apresentação, Bibi interage com o maestro e diretor musical Flávio Mendes, contando curiosidades sobre as canções”, detalha o empresário que trabalha há 15 anos com Bibi, Nilson Raman, que está no palco como mestre de cerimônias e assina junto com a cantora o roteiro do show.

A impressionante trajetória de Bibi Ferreira

Bibi Ferreira no começo de rua carreira

Bibi Ferreira no começo de rua carreira (Foto: Reprodução)

Com cerca de 7 anos, Bibi Ferreira ingressou na escola de dança do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde estudou com Maria Olenewa. Estudou teatro em Londres. Em 1942, montou sua própria companhia, por onde passaram futuros grandes nomes do teatro, como Cacilda Becker, Maria Della Costa, Henriette Morineau,
Sérgio Cardoso e Nydia Licia.

Tornou-se uma das primeiras mulheres a dirigir teatro no Brasil. Na década de 50 montou repertório com sua companhia e, depois de bem-sucedidas temporadas cariocas, viajou pelo Brasil com elenco numeroso, grandes cenários e produções caprichadas.

Em 1960 inaugurou a programação da TV Excelsior, com o programa Brasil 60, usando o moderno recurso do videotape para transmitir reportagens das capitais brasileiras, aposentando o programa ao vivo até então comum na TV brasileira. Na mesma década, estrelou dois musicais memoráveis: Minha Querida Lady (My Fair Lady), de Frederich Loewe e Alan Jay Lerner, baseado em Pigmaleão, de George Bernard Shaw, ao lado de Paulo Autran, e Alô Dolly (Hello Dolly!).

A bela Bibi

A bela Bibi (Foto: Reprodução)

Por seus desempenhos nesses musicais, tornou-se a primeira atriz do teatro musical brasileiro: aquela que interpreta, canta e dança bem. Nos anos 70 atuou ao lado de Paulo Autran e Grande Otelo no musical  O Homem
de La Mancha, de Dale Wasserman, com letras versadas por Chico Buarque. Sob a direção de Flávio Rangel viveu Aldonza/ Dulcinéa, a prostituta que inspira D. Quixote.

Alternando interpretação e direção, assinou Brasileiro, Profissão: Esperança (1970), de Paulo Pontes e Oduvaldo Vianna Filho, inspirado no compositor Antonio Maria, inicialmente como show intimista de boate com Ítalo Rossi e Maria Bethânia e, depois, como grande espetáculo, com Paulo Gracindo e Clara Nunes.

Em 1975 recebeu o Prêmio Molière pela personagem Joana, de Gota D’Água, de Paulo Pontes e Chico Buarque, adaptação da tragédia Medéia, de Eurípedes, para os morros cariocas, com direção de Gianni Ratto. Em 1983, após cinco anos ausente do palco, voltou em Piaf – A Vida de uma Estrela, em que vive a cantora francesa, conquistando os prêmios Molière, Mambembe, Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), Governador do
Estado e Pirandello.

Bibi Ferreira

Bibi Ferreira (Foto: Reprodução)

Na virada do milênio, personificou a fadista Amália Rodrigues, em Bibi Vive Amália. Causou novo impacto nas plateias brasileira e portuguesa tal a verossimilhança. Em anos mais próximos, o público a viu brilhar nos recitais
Bibi In Concert e Bibi In Concert Pop, acompanhada por grande orquestra e coral, nos quais mostra totalmente à vontade um dos seus maiores prazeres: o de cantar.

Em 2003 recebeu homenagem da escola de samba niteroiense Viradouro, e se tornou o enredo  A Viradouro Canta e Conta Bibi, homenagem ao Teatro Brasileiro, do carnavalesco Mauro Quintaes. Bibi finalizou o CD e o DVD do seu último show Bibi Histórias e Canções, gravado ao vivo no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, acompanhada pela Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Após a segunda temporada paulistana, Bibi apresentou o show em Nova York.

SERVIÇO

Bibi Ferreira Canta Repertório Sinatra
Reestreia dia 4 de agosto, terça, às 21h
Temporada: Terça e quarta, às 21h, até 9 de setembro

Theatro NET 
Shopping Vila Olímpia, 5º andar – Rua Olimpíadas, 360 – São Paulo SP
Ingressos: R$ 140 (Plateia), R$ 110 (Balcão I) e R$ 110 (Balcão II)

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