Aproveitando o clima de verão que chega sempre entre o final e começo de ano, o UR traz aos leitores a escandalosa história do biquíni. Inicialmente considerado “menos comportado” que o maiô pela sua confecção em duas peças, este causou polêmicas logo quando foi exposto ao público pela primeira vez e, apesar de hoje ser consagrado nos ramos da moda e do cinema, ainda é “motivo de escândalo” até hoje.
Origem
A peça foi criada em 1946 e sua autoria é disputada por dois estilistas franceses – Jacques Heim, que criou o “átomo, o menor maiô do mundo”, e Louis Réard, que quebrou o recorde do primeiro ao criar o “biquíni, menor que o menor maiô do mundo”. Aqui já fica claro quem é que levou todo o crédito para casa.
O nome “biquíni” foi inspirado na Ilha Bikini, localizada nos Estados Unidos. Esta ilha era usada para testes com as bombas nucleares que seriam utilizadas na Segunda Guerra Mundial, encerrada um ano antes da nova invenção de Réard, e, de acordo com o estilista, a peça também era explosiva.
Apresentar o biquíni ao público foi um desafio para Réard. O estilista recebeu recusas de várias modelos para posar com o traje, que, na época, era considerado vulgar por deixar o umbigo à mostra. A única que topou o trabalho foi a dançarina de boate francesa Michelle Bernardini, que posou com um exemplar estampado com impressões de jornais. Já no Brasil, essa primeira aparição só foi acontecer em 1948 com a modelo Miriam Etz posando nas praias do Rio de Janeiro.
No cinema
Não demorou muito para que Hollywood adotasse a peça no figurino de seus filmes. O biquíni fez muito sucesso no cinema, mas o Código Hays, um conjunto de regras estabelecidas para os estúdios cinematográficos locais que estava em voga desde 1934, proibia a exibição de umbigos nas telonas. Logo, o biquíni acabou sendo popularizado com sua parte de baixo feita em cintura alta, apesar de muitas moças famosas, em especial Brigitte Bardot, serem clicadas fora do set de gravação com biquínis de cinturas mais baixas.
O biquíni de cintura alta acabou sendo um padrão nos Estados Unidos até os anos 60, quando chegou a contracultura e fez muitos cineastas violarem o Código. Durante esta década, os umbigos voltaram à mostra nas praias americanas, mas ainda havia quem optasse por esconder a barriga sem voltar para a moda dos maiôs, portanto o mercado foi lançando peças para ambos os gostos.
Novos (e menores) estilos
Já nos anos 70, os biquínis de cintura alta deram lugar aos estilo tanga. Estilo este originado das nossas praias cariocas, este contava com a parte de cima menor e a parte de baixo mais cavada, de cintura bem mais baixa e com amarrações nas laterais. Este novo tipo de biquíni, rapidamente, virou febre no mundo inteiro, chegando a aparecer até mesmo um estilo parecido no figurino das Panteras.
Uma década depois, o biquíni passou a ter estilos variados e cada vez mais cavados. O tipo tanga continuou fazendo sucesso, mas, ao mesmo tempo, vieram outras febres como o Asa Delta e o Fio Dental. Além disso, os biquínis dos anos 80, assim como os maiôs da época, ganharam o lycra brilhante como um novo tipo de tecido e cores fortes, entre eles o verde-limão e o pink.
Os estilos de biquíni foram dando suas idas e vindas dos anos 90 para cá. Todo aquele lycra cavado e de cores berrantes foram dando lugar a biquínis cuja parte de baixo eram em forma de sunguinhas ou shortinhos nos anos 90. Depois, nos anos 2000, o estilo dos anos 70 foram ganhando um revival e, atualmente, as das demais décadas também ganharam seus revivais por conta da onda retrô que veio com tudo, principalmente aquelas de cintura alta dos anos 50.
