Desde os primórdios da humanidade existe o desejo feminino de destacar-se por sua bela aparência. Exageradamente ou com toques sutis, a mulher foi enraizando cada vez mais a sua feminilidade e vaidade através dos anos. Neste mundo de maquiagens, cosméticos e tratamentos estéticos mais diversos e malucos que a humanidade já foi capaz de criar, exaltaremos hoje uma das peças mais desejadas e polêmicas utilizadas desde o renascentismo, os maravilhosos espartilhos, ou como são conhecidos atualmente, os corsets.
História do Espartilho
Apesar da grande parte da literatura destacar o período Vitoriano como a época de criação dos espartilhos, nós podemos dizer que esta época foi, na verdade, uma época de aperfeiçoamento do acessório, já que na Grécia antiga e no período do Renascentismo também existem relatos de mulheres utilizando estruturas bem parecidas com o espartilho que conhecemos atualmente.
Foi durante os séculos 16 e 17 que o espartilho se tornou a grande estrela no vestuário da época. Segundo os padrões de beleza da época, a mulher precisava ser esguia, com porte e postura alinhados perfeitamente e cintura fina, e isto tudo era proporcionado pelo uso de espartilhos que na grande maioria das vezes eram peças pesadas e bastante desconfortáveis. Já nesta época, algumas mulheres começaram a praticar o tight lacing, técnica muito conhecida atualmente da qual falaremos um pouco mais adiante. Vale lembrar que foi durante este período que o espartilho passou a ser utilizado também por homens que queriam uma postura alinhada.
Mesmo tendo se popularizado durante os séculos 16 e 17, foi durante o século 19, período também conhecido como “Era Vitoriana”, que a peça se tornou tão marcante e foi quando o tight lacing começou a ser praticado quase que obrigatoriamente. Os espartilhos eram tão apertados que os médicos da época ficaram preocupados e controversos a respeito do uso da peça em longo prazo, por causa de seus efeitos no organismo. É fato que o mau uso da peça pode causar diversos danos à saúde, mas realizando a técnica de forma correta não existem riscos.
Aos poucos o uso de espartilhos justíssimos acabou dando espaço a vestimentas mais leves e naturais e a peça tão desejada e controversa acabou entrando em desuso por um bom tempo, até que caiu nas graças dos amantes da subcultura gótica e no universo das pin-ups atuais.
Tight Lacing
Ter uma cintura fina e bem marcada é desejo e objetivo da grande maioria das mulheres no mundo e é exatamente por isso que o tight lacing tem se tornado cada dia mais popular e ganha cada dia mais adeptas da pratica. “Laço apertado”, que é a tradução de tight lacing, resume basicamente do que se trata a técnica, que consiste em treinos diários com o corset a fim de afinar a cintura e modelar a silhueta. Esta modelagem se dá através da pressão que o corset apertado exerce sobre as costelas flutuantes, fazendo assim, com que as mesmas se curvem gradativamente. Parece simples, mas na verdade o treino de tight lacing é uma técnica que requer paciência e muita força de vontade.
Se interessou pela técnica? Então confira abaixo dicas muito importantes de como fazer o tight lacing sem riscos.
Como fazer?
Antes de qualquer coisa, é muito importante que você procure um médico ortopedista ou clinico geral para fazer um check-up e ver se está tudo certo com a sua saúde. O ideal para o bom funcionamento da técnica é fazer um corset sob medida. O modelo mais utilizado atualmente para o tight lacing é o underbust, pois ele confere mais versatilidade e é muito mais confortável por não comprimir os seios e conforto é algo que tem que ser levado em consideração, já que o ideal é que você fique no mínimo 6 horas com a peça diariamente.
Contra Indicações
Infelizmente nem todos podem praticar o tight lacing e por isso é muito importante obter a liberação médica para o inicio da técnica. Confira abaixo uma lista de algumas doenças e casos especiais de contra indicação do corset para tight lacing:
– Problemas respiratórios crônicos;
– Problemas cardíacos;
– Problemas circulatórios;
– Problemas gástricos crônicos;
– Mau funcionamento de órgãos internos;
– Hérnia discal;
– Esclerose múltipla;
– Sedentarismo;
– Crianças e adolescentes ainda em fase de formação óssea.
Em quanto tempo os resultados começam a ser notados?
Como se tratam de mudanças corporais, o tempo para os resultados começarem a surgir varia um pouco de pessoa para pessoa, mas as primeiras mudanças podem ser observadas a partir do terceiro mês. Para redução e manutenção de medidas a média de tempo varia de 12 a 16 meses, mas isso vai depender muito da dedicação e disposição da tight lacer.
Tight Lacing emagrece?
Não. O tight lacing é uma técnica que vai ajudar a remodelar sua silhueta e diminuir a cintura, porém a barriguinha e as gordurinhas localizadas continuarão por lá. Por outro lado a técnica exige que você pratique exercícios físicos (abdominais são imprescindíveis, pois fortalecerão o abdômen e a coluna lombar) e fique de olho na alimentação e isso pode gerar emagrecimento sim, mas apenas o tight lacing não possibilita perda de peso.
Exercícios Físicos e Cuidados
Como foi citado no tópico acima, é regra praticar exercícios durante o tight lacing para eliminar gorduras localizadas, evitar flacidez abdominal e ativar a circulação, evitando que você possa desenvolver algum problema circulatório ou edemas. Também é muito importante procurar um profissional bem preparado para fazer algumas sessões de drenagem linfática.
Corset X Corselet
Como a procura do corset vem aumentando bastante nos últimos anos, surgiram muitos profissionais especializados no ramo, porém é preciso estar de olhos bem abertos ao procurar seu primeiro corset para tight lacing. Procure ser bem objetivo nas pesquisas e ficar bastante atento aos materiais da peça. Um corset de boa qualidade deve ser feito com barbatanas de aço e se possível com fechamento com busks para facilitar a colocação e retirada da peça.
O corset muda a estrutura corporal, portanto é importante que ele tenha um caimento perfeito. Já o corselet é uma peça de uso casual e que não é aconselhado o treino de redução de medidas.