Muito mais do que um simples traje de dormir, a história da camisola babydoll reflete revoluções sociais feministas intensas no que diz respeito à moralidade e à libertação feminina. Esse tipo camisola curta – geralmente 15cm acima do joelho – surgiu na década de 1940 e até hoje faz parte do acervo de lingerie das mulheres.
Desde então, ocorreram transformações marcantes nos modelos das peças íntimas, porém, algumas características se mantêm até os dias de hoje: a transparência, o conforto, o romantismo e a sensualidade. Pontos opostos ao tradicional espartilho, um tipo de lingerie bastante popular nas décadas anteriores e que representava ainda o lado casto e fechado das mulheres.
Além dos espartilhos, antes da década de 1940, eram bastante comuns as camisolas longas, que imitavam os sofisticados vestidos de noite, cobertos com penhoares também longos. Foi a designer americana Sylvia Pedlar que encurtou para acima do joelho, pela primeira vez, as camisolas de sua marca – Iris Lingerie – por conta da escassez de tecidos durante a Segunda Guerra Mundial, em 1942.
Babydoll: De roupa de dormir a lingerie sensual
Apesar dos vestidos babydoll terem surgido no início da década de 1940, foi somente após a Segunda Guerra que essas peças íntimas deixaram o status de simples roupa de dormir ou de quarto para se tornarem lingeries sensuais diretamente ligados ao erotismo feminino. Ao ressaltar as curvas do corpo da mulher e revelar muito mais do que o de costume, ajudaram a fortalecer o início da libertação sexual feminina, que teve seu auge na década de 1960.
Como o próprio nome em inglês sugere, o babydoll significa boneca e é representado por um vestido curto. Os modelos variam entre os mais ousados e elaborados até os mais simples e confortáveis. Além das tradicionais transparências, é comum encontrarmos peças em diferentes tecidos, como cetim, seda, nylon, tule, etc, acompanhados de rendas, babados, bordados, botões e laços.
A popularização das lingeries entre os anos 1940 e 1960
Nos anos 1940, 1950 e 1960, os tons claros de amarelo, verde, rosa e azul foram bastante populares nas roupas íntimas de modo geral, além do tradicional preto. Essas cores também são as preferidas das Pin-Ups modernas que geralmente posam para ensaios Boudoir vestindo camisolas curtas e longas com penhoares por cima.
As grandes atrizes da Old Hollywood foram algumas das responsáveis por ajudar a divulgar essas peças e o novo padrão de intimidade e sensualidade feminina. Nomes como Marlene Dietrich, Grace Kelly, Marilyn Monroe e Brigitte Bardot apareceram vestindo camisolas em diversas produções.