Sabe aquele som que você tanto curte, mas, quando vai dividir com um amigo, ele nunca ouviu falar? Foi pensando nisso que resolvemos reunir os achados musicais da equipe do Universo Retrô numa matéria pra lá de especial. A seguir você encontrará bandas atuais do underground que realmente merecem o destaque e obscuridades do passado que talvez você nunca tenha ouvido falar. Vem conferir e mergulhar conosco nesse desconhecido universo musical! Mas, não se esqueça de, ao final, compartilhar conosco o seu achadinho musical também.
Mirella Fonzar
Achado: Pokey Lafarge
Gênero: Country Blues e Tradicional Jazz
“Conheci Pokey Lafarge (foto acima) por acaso, vendo o line-up de um festival que eu tinha interesse em ir nos Estados Unidos. Então, tive a oportunidade de vê-los ao vivo no Muddy Roots 2014 e confesso que viciei. Adoro essa roupagem de jazz dos anos 20, com letras ácidas super contemporâneas, e uns toques de blues/hillbilly. Atualmente, a banda pertence à gravadora Third Man Records, de Jack White, e anda fazendo bastante sucesso na terra do Tio Sam, mas ainda não chegou aqui no Brasil – a não ser meus seguidores do Facebook que já não aguentam mais as minhas postagens sobre eles (risos). Vale a pena conferir Close The Door, uma crítica super interessante sobre o sistema de saúde americano!”
Eduardo Molinar
Achado: Jack Billy
Gênero: Blues
“Jack Billy é um bluesman de Iracemápolis, interior de São Paulo. Ele me mandou seu EP e fiquei impressionado com a sonoridade, que remete ao blues americano dos anos 40, com Robert Johnson. Talvez o Delta Blues nunca esteve tão vivo atualmente quanto na gravação de Jack. Se o objetivo dele era resgatar o lamento e genialidade desse gênero, o rapaz conseguiu”!
Aurora D’Vine
Achado: Mustache e Os Apaches
Gênero: Jazz / Folk
“Certa vez, estava em um bar da Vila Madalena e uma trupe de músicos subia a rua com seus instrumentos nas costas. Eles paravam na porta de cada bar e entoavam clássicos do jazz, como Just a Gigolo, de Louis Prima. Aquilo era tão old e, ao mesmo tempo, tão alternativo, que me chamou muita atenção. O nome deste grupo, que vem se tornando cada vez mais conhecido pelo público, é Mustache e os Apaches. A banda formada em 2011 em São Paulo traz um instrumental que impressiona, com um misto de jazz e folk, e hoje um vasto repertório autoral. Não é todo dia que vemos alguem tocando washboard no meio da rua – instrumento que lembra uma tábua de lavar roupa.”
Vinicius Vermiglio
Achado: Seasick Steve
Gênero: Blues
“Seasick Steve é um dos poucos músicos que segue a tradição do Blues americano de raiz. Ele faz questão de que seus shows sejam simples. Nada de uma grande banda de apoio: apenas Steve e alguns caras para marcar o andamento da música e backing vocals. Curto esse cara porque é um ótimo instrumentista e sabe contar boas histórias e descobri sobre ele em uma comunidade dedicada a amplificadores valvulados. Seasick Steve pode parecer apenas mais um americano blueseiro, mas não julgue pela aparência: ele já tocou com ninguém menos do que John Paul Jones (baixista do Led Zeppelin)”.
Ana Marisa Fonzar
Achado: Ordinarius
Gênero: Jazz/ Chorinho
“Conheci o grupo vocal Ordinarius por acaso na internet. Esses cariocas têm um estilo retrô bem bacana e costumam fazer versões muito legais de sucessos brasileiros, como sambas antigos, chorinhos, entre outras canções. Tudo com muita personalidade e estilo! Vale a pena ouvir a versão do clássico ‘Disseram que voltei americanizada’, de Carmen Miranda. Uma fofura!”
Rafaella Britto
Achado: Sally Eaton
Gênero: Rock Psicodélico
“Sally Eaton nasceu na Pensilvânia, em 1947. Eu a conheci por acaso: estava trabalhando na pesquisa para uma matéria que conta a história da moda sustentável. Fui conferir vídeos do primeiro Earth Day, em 1970, quando Sally Eaton apresentou-se ao vivo com violão e voz, cantando uma canção da trilha sonora do controverso rock-musical da Broadway, “Hair”. Senti enorme curiosidade em saber quem era, e encontrei na internet o álbum “Farewell American Tour”, de 1971. Posso dizer que, nos meus anos de descobertas musicais, poucas vezes me deparei com talentos tão pungentes! Música que não se ouve – mas se sente. Pouquíssimo se sabe a respeito de sua vida e obra. Algumas fontes afirmam que ela permanece como sacerdotisa Wicca, porém não abandonou a carreira de musicista profissional. Já outros duvidam até de que esteja viva.”
Daise Alves
Achado: Confraria da Costa
Gênero: Rock Pirata
“Conheci a Confraria da Costa recentemente, procurando algumas músicas novas na internet. Através das referências do YouTube, acabei achando a banda curitibana, fundada em 2010, que se denomina como ‘Rock Pirata’. As músicas são bem alegres, lembram as referências que temos sobre aventuras de piratas no mar, bebendo rum e causando tumultos. As canções nos colocam em uma trilha sonora de filme, como se realmente estivessemos vivendo aquele momento com os homens das águas”.
Rafael Sandman
Achado: Hugh Laurie
Gênero: Blues
“Para quem gosta de seriados e música boa, aqui vai uma dica boa que, talvez, nem todo mundo saiba. Sabe o Doutor House? O ator Hugh Laurie, que interpreta o médico na série americana, na vida real, também é escritor e músico. Sempre acompanhei a carreira dele e, quando conto para alguém que ele também é um bluesman, a reação é sempre a mesma: ‘Nossa! Não sabia, mas é bom mesmo?’ Sendo assim, veja você mesmo e tire suas próprias conclusões!”
Mac Lovin
Achado: Ty Segall
Gênero: Garage-surf
“Diretamente da terra do surf, do skate e do barulho, Ty Segall é um jovem californiano que mistura a sonoridade lo-fi 60’s, com riffs do bom e velho punk e psicodelia dropout. Com mais de 10 albuns gravados, diversos collabs e singles espalhados pelo mundo, esse garoto de 28 anos tornou-se muito influente na cena garage-surf revival ao lado de Thee Oh Sees, Mikal Cronin, White Fence e Bass Drum Of Death.
Ricardo Biserra
Achado: Retrofoguetes
Gênero: Rock western
“Talvez nem seja uma descoberta, pois a banda Retrofoguetes vem fazendo bastante sucesso, mesmo assim, gosto muito deles. A banda instrumental baiana surpreende com seu estilo de fazer rock ‘n roll, que lembra as trilhas de Quentin Tarantino. O mais legal: passam longe do esteriótipo de música baiana.”