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CTX Harmony: uma boa opção para quem quer uma nova vitrola

26 de junho de 2016, por Lucas Vieira
Música
Vitrola

Nem todo mundo herdou aquela vitrola da família, não é? Portanto, quem é apaixonado pelos vinis tem que recorrer às novas opções do mercado, que nos deixam sempre em dúvida quanto à qualidade. Recentemente precisei me mudar e não deu para trazer o vitrolão antigo do meu pai. Um daqueles Sony lindo, duas caixas imensas e com som feroz. Então, o jeito foi arriscar uma nova. A escolhida foi a CTX Harmony, um player lindo, com design inspirado nas máquinas dos anos 50 e vocês ficam sabendo agora o que achei dela e de suas funções!

Toca-discos

A função toca-discos bem honesta. Ela te entrega exatamente o que você está dando. Ou seja, se você colocar um LP antigo, vai sentir o gostinho da época. Se botar um disco novo, desses em alta fidelidade, a Harmony te dá realmente o áudio em melhor qualidade. Testei ela com meu LP Gal (1969), relançado pela Polysom, e com um vinil dos anos 80 e foi exatamente essa sensação. No primeiro, veio uma música de altíssima qualidade, timbres lindos e nada a reclamar. No segundo, o som saudosista, chiadinhos, efeitos, tudo fiel.

O tocador de LP possui a clássica alavanca que suspende o braço – que parece ser muito frágil – como se fosse uma função pause; roda discos e compactos em 33, 45 e 78 rotações; possui um repouso com trava para o braço; uma chave auto stop (para parar a rotação quando o lado terminar) e uma capinha para agulha, protegendo a parte sensível. É, sem dúvida, a parte mais legal da Harmony.

Vitrola CTX Harmony

A vitrola tem um som bem fiel e funciona com diversas rotações (Foto: Reprodução)

CD/USB/Cartão

Essas funções não apresentam nada surpreendente. A reprodução de CD é satisfatória. A Harmony também funciona com discos de MP3, aqueles que em 2005 pirávamos por poder botar infinitas músicas em um mesmo CD. O botão “Mode” programa a execução do álbum, repetindo uma faixa ou tocando tudo em loop. No controle remoto há também o botão “Prog” que permite, antes de começar o disco, escolher a ordem das faixas.

As funções USB e cartão (formatos SD/MMC) são um quebra galho para ouvir MP3. Possui a essencial função de trocar de pasta e também o “Record”, possibilitando passar as músicas do CD/LP para MP3, ou copiar os áudios do pen drive para o cartão e vice-versa. Seria melhor ao invés da entrada de cartão ter uma auxiliar, para rodar músicas do celular na Harmony, já que um leitor de cartão USB não chega a R$10.

Rádio FM

O rádio pode ser ouvido em som estéreo ou mono, que são escolhidos em um botão de duas posições. Você seleciona as estações de forma totalmente manual. Ele não possibilita armazenar as estações ou uma busca automática por estações. A antena é daquelas em forma de fio e não é possível gravar do rádio para o digital (vacilo, dava para fazer isso com K7, né?).

Alto-falantes

CTX Harmony

Detalhe da parte traseira: como o disco fica vasado, não é possível encostar o
aparelho na parede (Foto: Reprodução)

Pela potência dos falantes e pelo tamanho do aparelho fica claro que não dá para fazer uma festa com o mesmo. Porém, ele fala muito bem para a quantidade de watts.

Não comprei esperando o melhor som do mundo e acabei sendo surpreendido. Os alto falantes não são o forte da Harmony, mas se você pretende ouvir o som na sala da sua casa e quer os timbres característicos de um vinil, a vitrola vai cumprir.

O som da Harmony não é um problema incorrigível. Na parte traseira da vitrola existe a famosa saída auxiliar, possibilitando você a ligá-la em som melhores.

Controle CTX Harmony

Apesar de ter alguma utilidade, o controle tem um design muito aquém do aparelho (Foto: Reprodução)

Outras funções

A vitrola possui, além das funções citadas, uma saída para fone (padrão 3,5 mm), como alguns toca-discos antigos, e um botão “Bass Boost”, para melhorar os graves, que é bem útil, visto que você não tem como equalizar o som. Junto da vitrola vem um controle remoto, que é bem feinho, sem o cuidado de buscar o design da vitrola e com aparência frágil. Mas, quem gosta da experiência retrô nem vai botar a mão no controle remoto, não é?

Conclusão

A Harmony me satisfez e surpreendeu. Cheguei a pensar que estava comprando uma caixinha de som de feira com toca-discos. Porém, o que recebi foi um aparelho honesto, que não me enganou em momento algum. Não dá para esperar a qualidade de um Technics com agulha de diamante em um som de R$700. Aliás, só indico a vitrola pagando até esse preço, pois algumas lojas cobram altíssimos R$1200.

Se você não é um audiófilo, quer ouvir LPs e sem gastar fortunas, vá fundo. Além de custo x benefício, destaco no aparelho o design lindo e a simplicidade para utilizá-lo. Já como pontos negativos volto a citar a falta de entrada auxiliar, opções de equalização (controles de grave e agudo no lugar do Bass Boost) e peças mais robustas, para evitar a sensação de fragilidade.

Em resumo: se encontrar o aparelho – que também é vendido nas cores pretas e vermelha com a bandeira do Reino Unido no topo – por menos de R$700, mande brasa!

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13 Responses

  1. Daniel

    Olá, Lucas!

    Estou pensando em comprar esse mesmo aparelho.
    Fiquei bem confortável lendo seu post.
    Quero comprar um toca discos mas fiquei preocupado em ler por aí o pessoal detonando esses toca discos atuais de custo razoável.
    O que me preocupava com este modelo é o toca discos e alto falante. Acho que arriscarei a comprar.

    1. Lucas Vieira

      Oi, Daniel. Tudo bem?

      Não dá para comparar essas vitrolas com as de primeira linha, sem dúvida. Se você não pretende gastar o preço de um aparelho completo (caixas, equalizador, toca discos, amplificador, etc) e quer tirar seus discos da estante repito: vá fundo que ela é bem legal! Podendo ligá-la em caixas de som melhores você vai perceber a diferença: tenho usado a minha no meu amplificador de baixo e dá um up legal, tanto em volume quanto na timbragem, porque tem opções de equalização, o que infelizmente falta na Harmony, que só tem um boost pros graves que dá uma diferença bacana até. Conte-nos sua experiência caso tenha comprado a CTX. Abraços!

  2. Moises

    Olá Lucas, Excelente post! Gostaria de compartilhar minha opinião sobre a vitrola Ctx Harmony.

    Eu encontrei ele à venda numa loja online conhecida, por R$ 650,00. Escolhi a cor preta, mas sinceramente a vermelha com a bandeira da Inglaterra é sensacional.

    Quanto ao aparelho eu logo liguei nele um par de auto falantes simples e antigos da gradiente, com 50 wats rms cada. O som é suficiente para incomodar os ouvidos! Mas vale dizer que com os discos a qualidade de audio é compatível com o vinil, por conta da tecnologia da época, eu acho. Mas quando se ouve um mp3 num pendrive, a qualidade é bem maior. s.

    Vale dizer que os autor falantes da vitrola (um pouco agudos, mas equilibrados no geral) continuam tocando mesmo com as caixas no aux, porquanto se bem distribuídas as caixas fica bem envolvente o som. O aparelho não possui nenhum tipo de equalização, mas tem um bass bost para reforço dos graves.

    Super aprovado. Parabéns pelo post!

    1. Lucas Vieira

      Oi, Moises! Tudo bem?

      Você ainda conseguiu em um preço mais legal do que eu, parabéns!!

      Quando você diz “suficiente para incomodar os ouvidos” quer dizer que fica alto demais ou que a qualidade do som que sai incomoda? Espero que seja a opção um! Hahahaha

      Essa questão dos falantes continuarem a tocar mesmo usando a auxiliar tem seu lado bom quando conseguimos equilibrar, como você comentou. Porém, acho que seria mais prático se saísse tudo na RCA, pois assim ouviríamos o som todo com a mesma timbragem. Abraços!

  3. Luís

    Parabéns pelo post… Muito bom! Tenho essa vitrola CTX HARMONY há pouco mais de dois anos e estava satisfeito, até ouvir o som de um toca discos de melhor qualidade. A diferença realmente é brutal! Por isso pergunto: vale a pena investir na troca que alguns acessórios da vitrolinha ou é melhor comprar logo um toca discos? Estava pensando em substituir o braço, o contra-peso, a cápsula e a agulha por outros de melhor qualidade, principalmente a agulha… Queria testar uma agulha elíptica de diamante. Será que vale a pena ou não terei muita diferença na qualidade?

    1. Lucas Vieira

      Olá, Luís. Tudo bem?

      A diferença para um sistema top de linha é gritante, sem dúvida. Há pouco tempo estava ouvindo em um clube de vinil que frequento e parecia que o baixista estava tocando do meu lado de tão bom que estava o áudio. Como dono de uma Harmony eu não investiria em trocar as peças dela. Ainda estou com a agulha original e nunca ouvi ela com outra. Como você já está com o seu som há dois anos, acredito que seria uma boa ideia quando for fazer a substituição arriscar na de diamante – eu farei! Ao invés de investir em trocar as peças – o que com certeza não valeria à pena pelo custo de comprá-las e da mão-de-obra para substituí-las – leve seu toca-discos em um técnico para ele fazer uma revisão: ver como está o braço, correia, fazer eventuais regulagens, etc. Um dica que estou fazendo: dê preferência a comprar periféricos que você possa usar junto dela. Compre um par de caixas legais e um equalizador. Vão dar um up bem bacana no som e você ainda poderá usá-los em outra vitrola se sentir necessidade de trocar.

      O legal é que como a CTX tem algumas limitações, leva a gente a aprender a ultrapassar esses limites. Eu descobri, por exemplo, que ligar uma caixa amplificada pela entrada de fones de ouvido dela funciona melhor que pela saída auxiliar, pois o áudio assim vai todo para o amp. Ligando na RCA o som continua tocando na vitrola e dá diferença de timbres, volume, etc. Pelo fone o som vai todo para um lugar só. Se for tentar esse sistema, é interessante que use cabos em Mono, pois evita que os canais se dividam.

      Abraços!

  4. Noelson

    Olá, Lucas.

    Boa noite.

    Penso em adquirir este mesmo aparelho a fim de matar as saudades dos meus vinis. Entretanto, vi algumas reclamações como a falta de assistência técnica, por exemplo. O que achas? Ah, parabéns pelo post. Bem esclarecedor.

    Atenciosamente,

    Noelson

  5. Andréa

    Olá Lucas, tudo bem?
    Agradeço imensamente pelo seu post, estou pesquisando uma vitrola para presentear o meu marido (é o sonho dele) mas não tinha ideia por onde começar, você foi muito esclarecedor, irei optar pela compra de uma dessa. Por favor, ainda tenho uma pergunta: preciso comprar a caixa amplificadora logo de cara? Sem elas ele não conseguirá curtir, ao menos um pouco , o presente? Posso deixar para ele essa escolha das caixas? Não entendo nada disso rsrsrs
    Muito obrigada, novamente, deixarei essa página salva para ele poder se beneficiar das suas explicações.
    Valeu! um abraço.

    1. Lucas Vieira

      Olá, Andreá. Tudo bem? Pode comprar sem caixas extras sim. Dá pra aproveitar o som legal. Pode ser que o seu marido curta a brincadeira dos discos e depois sinta necessidade de ter um som mais potente, etc. Mas pra começo de conversa, pra curtir o som pode ir só no sonzinho dela!

  6. Naldo Lima

    Olá Lucas tudo bem ?

    Muito bom seu post, gostaria de saber se o auxiliar do equipamento, vai me dar condições de conectar no Receiver Kenwood VR 6050.

    1. Lucas Vieira

      Olá Naldo, tudo bem sim. E contigo?

      Então, eu não conheço esse modelo de receiver. A RVA da Harmony pode esquecer. Ela divide o som: sai metade nela e a outra na segunda caixa. A única solução é utilizar o plug de fone da CTX (que é onde conecto o amplificador do meu baixo). Acredito que seja possível, mas não posso garantir.

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