A Era de Ouro do Rádio no Brasil rendeu o surgimento de diversas cantoras esplendorosas como Dalva de Oliveira, Maysa e tantas outras. Desde a época de Chiquinha Gonzaga, passando por Carmem Miranda e chegando à Elis Regina, as mulheres demonstraram toda a força e paixão que possuíam em seus corações para enfrentarem a vida.
Entretanto, existem duas cantoras em especial que, apesar de terem tido bastante relevância enquanto eram mais jovens, hoje em dia não são tão lembradas. A seguir, lembraremos essas duas mulheres de fibra que cantaram com a voz do coração: Alaíde Costa e Cláudya. Com vozes marcantes e letras com teor até mesmo feministas, elas encantam quem as conhece.
Alaíde Costa
Ela foi uma das grandes damas do rádio e da televisão brasileira. Esta carioca nascida em 1935 compôs algumas canções com grandes nomes da música brasileira como Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Desde 1957, ela está presente no cenário musical. A cantora obteve grande notoriedade, em 1964, com a música “Onde está você?”. Entretanto, a música mais apaixonante, que ela canta, é “Me deixa em paz”. Com uma letra forte, a canção revela toda a certeza de uma mulher forte:
“Se você não me queria
Não devia me procurar
Não devia me iludir
Nem deixar eu me apaixonar”
Conhecida como “Mãe da Bossa”, interpretou, também, canções de protesto. Em 1965, cantou “Preconceito”, de Adilson Godoy. Alaíde Costa é uma artista completa. Cantora e compositora, permeou vertentes como o samba, a MPB e a bossa nova. Uma voz que não pode ser perdida na história da música brasileira.
Cláudya
Em 1973, a cantora Cláudya lança o quinto álbum de estúdio com a inesquecível música “Deixa eu dizer”. Provavelmente, você já ouviu essa música como um sample de uma canção do Marcelo D2: “Deixa, deixa, deixa eu dizer o que penso desta vida, preciso demais desabafar!”. Apesar dessa nova versão ser bem elaborada, nada supera os versos originalmente esplendorosos e até mesmo feministas:
“Suportei meu sofrimento
de face mostrada e riso inteiro
se hoje canto meu lamento
coração cantou primeiro
e você não tem direito
de calar a minha boca
afinal me dói no peito
uma dor que não é pouca”
Certamente, existem outras cantoras que tiveram um esquecimento maior do que as duas. Porém, a força vinda da alma com que cantavam fizeram as vozes delas ecoarem e alcançarem as almas retrôs que sobrevivem por aí. O feminismo é um movimento um tanto quanto retrô e essas cantoras representam todas nós, sendo feministas ou não. Acha que alguma outra cantora deve ser lembrada? Deixe o nome dela nos comentários!