O grupo Choranas formado por Ana Cláudia César (cavaco), Maicira Trevisan (flauta transversal), Paola Picherzky (violão 7 cordas) e Miriam Capua (percussão) é pioneiro no universo do choro, por ser o primeiro feminino no estilo. Estão na ativa desde 1994 e, no aniversário de 25 anos, acabam de lançar um vídeo animado em comemoração, desenvolvido por mim (Leandro Franco).
Batemos um papo com Ana Cláudia César, que nos fala sobre a trajetória do grupo e o lançamento.
Universo Retrô – Como foi o início de tudo? Como surgiu e grupo?
Ana Cláudia César – Surgiu da ideia de montar o primeiro grupo de choro feminino. Só via homens tocando e não entendia o porquê! Desde o início a ideia era uma ousadia. Mulher tocar choro, música complexa e virtuosística. Choro exige muito do músico. Quantos mais obstáculos, mais estímulo. Já tinha clara a ideia do empoderamento, isso há 25 anos atrás foi uma ousadia! Minha ideia sempre foi formar opinião. Sou incansável.
Universo Retrô – Qual é a receita para se fazer um choro? Existe algum diferencial no som de vocês ou são fiéis as raízes do choro?
Ana Cláudia César – Para tocar choro precisa estudar, pesquisar e aprofundar. Sim, temos uma maneira diferente de tocar. Acho que o choro é profundo, sensível e, muitas vezes, delicado. Isso tudo vem ao encontro do universo feminino.
As Choronas
Universo Retrô – Como surgiu a paixão pelo choro?
Ana Cláudia César – Morei próximo do clube do choro de SP, no Bairro de Pinheiros, isso me proporcionou conhecer de perto o choro. Comecei tocando violão e logo me apaixonei pelo cavaquinho, instrumento que tive que aprender e estudar sozinha. Muito amor envolvido!
Universo Retrô – Nos 25 anos de carreira, vocês fizeram diversos shows nacionais e internacionais. Cite alguns shows marcantes na carreira de vocês.
Ana Cláudia César – Tiveram Muitos momentos especiais. Avon arregimentou Orquestra feminina e grupo Choronas foi solista. O concerto Festival de Inverno Campos Jordão. Fomos convidadas também para o Programa do Jô, Programa da Hebe, shows em Portugal e Stocolmo. Momentos muito especiais!
Universo Retrô – Em 2018, vocês lançaram o clipe da música “Choranas em Sampa”. Qual a relação de vocês com a cidade de São Paulo?
Ana Cláudia César – Só aconteceu e tem longevidade graças a essa cidade. Sampa proporcionou nosso desenvolvimento e sempre nos acolheu. Somos muito gratas, por isso, a homenagem
Memorial da América Latina, por Leandro Franco na animação do clipe de As Choronas
Universo Retrô – Por que vocês optaram em lançar um clipe no formato de animação para comemorar os 25 anos do grupo?
Ana Cláudia César – Leveza. Queríamos comemorar de forma mais lúdica e divertida possível sem perder a força. Animação foi ideal para o momento.
Universo Retrô – Vocês tem quantos discos lançados? Existe previsão de lançamento de material novo?
Estamos lançando o quinto CD. Já foram 5 até agora: Atraente (2000), Choronas Convida (2003), O Brasil toca Choro (2008) e Choronas Sampa (2018). Para 2020, estamos preparando o Choronas 25+.
Universo Retrô – No atual momento da cultura do Brasil, há mais motivos para chorar ou sorrir?
Ana Cláudia César – Estamos num momento delicado e importante. Precisamos resistir e mostrar a que viemos. Esse é o papel da arte, da música. Provações são inevitáveis e nos tornamos mais fortes.
Universo Retrô – Muito obrigado pela entrevista.
Ana Cláudia César – Agradeço a oportunidade e convido todos para apreciar novo clipe.
Que bom mostrar um grupo só com mulheres, tocando choro. A única banda que conhecia , é o Choro das 3.
Lindo de ver, né?