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Estampa Paisley: do sul asiático à contracultura ocidental

17 de novembro de 2022, por Leila Benedetti
Moda
Estampa Paisley

Queridinha pelos fashionistas e que está sempre indo e voltando, a estampa Paisley é muito conhecida por ser uma representante da contracultura dos anos 60. Apesar de ter uma única forma, que lembra folhas de plantas, a estampa vem de cores, tamanhos e detalhes variados, o que a torna versátil para qualquer estilo e ocasião. 

Aliás, você já conferiu a sua história? A estampa Paisley é muito mais antiga do que imaginávamos e já foi chamada de muitos nomes ao longo das décadas. Se mantenha aí na página que nós do UR contamos tudo, confira. 

As origens da Estampa Paisley

Suas origens no Oriente

Não há uma data exata de sua origem, mas sabe-se que ela veio do Sul da Ásia, mais especificamente na fronteira da Índia com o Paquistão, conhecida como região da Caxemira. Originalmente essa estampa era batizada com o nome do local, mas havia variações em algumas culturas, como os antigos persas, por exemplo, que a chamavam de Boteh, que significa “arbustos”. Também havia vários significados para a estampa, ora tinha um caráter religioso, no caso os zoroastrianos, que tinham como um símbolo da vida e da eternidade, ora era símbolo da nobreza. 

Até hoje a estampa Paisley é extremamente popular no Irã e nos países da Ásia Central e do Sul. Normalmente, o tema é costurado com fios de ouro e prata em tecidos de seda, ou então com lãs finas, no caso dos trajes para casamentos e outras festas de grande porte.

Estampa Paisley
(A estampa em sua versão original, chamada de Caxemira ou Boteh. | Foto: Wikimedia Commons)

Chegando ao território Ocidental 

A então estampa Caxemira veio para cá com a rota da seda nos séculos XVIII e XIX. Inicialmente o tecido estampado com este tema era muito caro e passou por várias adaptações até se tornar acessível em 1808 na cidade escocesa Paisley. Foi aí que a estampa ganhou este nome popular entre nós ocidentais. 

Nesta época, a estampa caiu no gosto da classe média ocidental devido a produção em larga escala ocasionada pela revolução industrial e o surgimento das primeiras fábricas de tecidos, mas a nobreza também fazia bom uso desse tema. Retratos de nomes importantes como da Imperatriz Josephina, Marquesa de Sorcy de Thélusson e Madame Riviére foram pintados com elas trajando vestidos repletos de paisleys. 

Damas do século XVIII e XIX
(Da esquerda para a direita – Imperatriz Josephine, Marquesa de Sorcy de Thélusson e Madame Riviére sendo retratadas com vestidos estampados com Paisley. | Arte: Antoine-Jean Gros/Jacques Louis David/Jean Auguste Dominique Ingres/Wikimedia Commons)

Na contracultura do século XX

Assim como muitos artigos indianos, a estampa caiu no guarda-roupa da juventude hippie dos anos 60 e 70, que protestavam contra a Guerra do Vietnã. O motivo foi a sua popularização pelos Beatles, que foram considerados os precursores do movimento e pregavam a paz e o amor em suas músicas.

Com a decadência do movimento hippie em meados dos anos 70, a estampa Paisley, mesmo ainda sendo associada com a psicodelia da década anterior, passou a se tornar um símbolo do rock’n’ roll no geral.

The Beatles
(Os Beatles popularizaram a estampa Paisley nos anos 60. | Foto: Reprodução)

Hoje como um elemento fashion

A estampa Paisley voltou com tudo na temporada Primavera/Verão de 2022, seguindo essa febre pelo retrô que vem se fortalecendo cada vez mais nesses últimos anos, além do nosso atual conceito de quebrar padrões e cada um ser feliz com seu estilo pessoal, já que a estampa representa a liberdade. 

Hoje ela é vista nas mais diversas ocasiões, como nos looks para passeios diurnos, programas noturnos e até mesmo em ambiente de trabalho, tanto em dias quentes como nos dias frios, dependendo das cores usadas na estampa, em qual peça do look ela está e no tipo de tecido usado. 

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