A votação do Rock and Roll Hall of Fame para 2017 tem tudo para ser acirrada, principalmente dentro do movimento punk. O MC5 e o Bad Brains foram indicados para entrarem no Hall da Fama. Nada mais justo, considerando toda a contribuição das duas bandas que vai do punk e hardcore ao heavy metal e reggae. Outros (grandes) indicados foram Joan Baez, Kraftwerk, Cars, Electric Light Orchestra, Despeche Mode, Jane’s Addiction, Chic e Chaka Khan. O anúncio dos vencedores será feito em dezembro de 2016 e o público pode votar no site.
Eu poderia escrever textos e textos sobre a importância de cada um dos indicados, todos são importantes da sua maneira para a música em geral. No entanto, falarei do MC5 e do Bad Brians, pois muitos fãs de rock and roll e reggae (infelizmente) não conhecem a história desses grupos que praticamente moldaram o que foi feito no mainstream e no underground pós 1969.
O MC5, formado por verdadeiros greasers (delinquentes juvenis), apareceu na falida Detroit do final dos anos 60. Fazendo um som absolutamente ao contrário do paz e amor e do psicodelismo, o MC5 falava sobre o cotidiano, o desemprego que assolava a sua cidade natal e o estilo de vida proletário. Batida rápida, guitarras pesadas e música agressiva. Uma das primeiras adaptações do som que era feito nos anos 50, o rock and roll, que em poucos anos ficaria mundialmente conhecida como punk rock. Praticamente todos os punks foram influenciados pelo MC5, que, durante seu tempo, não teve seu som aceito e/ou entendido pela maioria.
O Bad Brains, vindos da capital americana Washington, é uma das primeiras bandas a tocar hardcore e reggae, e também a unir estilos como o heavy metal e funk. Formado em 1977, seu som agressivo tanto quanto ou mais que as bandas punks contemporâneas, tiraram seu nome de uma música dos Ramones. Logo depois de iniciarem no punk, também passaram a tocar reggae, sendo que todos os integrantes eram (e ainda são) seguidores da religião rastafári.
Certa vez, em uma plateia tomada por punks, o Bad Brains iniciou tocando seu habitual hardcore por uns 20 minutos. Após esse pouco tempo, fez o resto do show tocando apenas reggae, pois alegaram que os jovens mal conheciam essas canções, as reggae roots. Em um show punk, eles tiveram a maior atitude punk de todas.