Não é de hoje que, como uma das formas de romper padrões sociais, as mulheres aderem à moda alternativa. Se você se estressa com seus parentes olhando torto ou fazendo comentários desnecessários sobre o que você veste hoje, saiba que muitas mulheres de antigamente passavam pelas mesmas situações que as suas, principalmente as do século XIX, época em que a sociedade era muito patriarcal.
O interessante é que todos esses looks “fora do padrão” de antigamente se tornaram comuns e bem aceitos pela sociedade de hoje, como os looks do sexo oposto e peças “vulgares que deixam os calcanhares à mostra”, por exemplo. Então, que isso fique de consolo para as alternativas (e alternativos também) de hoje!
Sem mais delongas, vamos listar as roupas que eram “um escândalo” no século XIX, mas que agora são super aceitáveis nos dias de hoje. Confira.
A Moda Alternativa Feminina no século XIX
1 – Calças
Apesar das saias e vestidos serem os itens principais do guarda-roupa feminino até os anos 60, algumas mulheres passaram a defender o uso das calças durante a Revolução Industrial. Nesta época as moças passaram a se inserir no mercado de trabalho por conta da ausência dos maridos, que não podiam levar o sustento para a casa por estarem lutando na Primeira Guerra Mundial, e as convencionais saias, assim como os corsetes, limitavam os movimentos necessários para exercer as funções.
Foi muito difícil fazer a sociedade entender que aquilo foi por motivos de necessidade, visto que as questões de gênero eram rigorosamente definidas na época (“homens usavam calças e mulheres, saias, ponto final!”). As moças corajosas e revolucionárias sofreram muito com o assédio social, inclusive de forma violenta em alguns casos, e chegaram a limitar o uso das calças dentro de casa ou na área rural por um momento.
2 – Por consequência, vieram as calças bloomer
Como as calças femininas causaram revolta por ter os mesmos cortes das masculinas, a jornalista americana Amelia Bloomer criou, em 1850, umas calças bufantes (ou calças bloomer) para serem usadas por baixo de saias mais curtas (será a Mary Quant do séc. XIX?) como uma tentativa de unir o conforto e a liberdade de movimento com o vestuário feminino que a sociedade exigia.
Mais moças da época aderiram ao estilo de Amelia, mas, mesmo assim, a sociedade não só se revoltava como também as comparavam com prostitutas e as assediavam constantemente. Então, para evitar mais violência, essas moças abandonaram o estilo poucos meses depois.
3 – Pré-rafaelitas
Pelo que a redatora viu, há três tipos de moda alternativa – aquela que choca por conta das questões de gênero, aquela que choca por “ser sexy demais” e aquela que muitos criticam por não ser contemporâneo. Já vimos as duas primeiras nos tópicos anteriores, agora vamos conferir a terceira neste tópico.
Em 1880 surgiu os pré-rafaelistas, uma nova geração de artistas e escritores que viam os padrões da sociedade da Era Industrial como algo desumano, implicando também nas vestimentas, com toda aquela rigidez e espartilhos vitorianos. Portanto, esse grupo trouxe um revivalismo da era medieval e passaram a desenhar vestidos inspirados naquela época, com peças mais soltas e confortáveis.
Aos poucos as mulheres do ciclo social desses artistas foram adotando a nova moda retrô da época, mas não demorou para que o mainstream zombasse dessa moda alternativa na mídia.
4 – Ciclismo
Já em 1890 apareceu uma modalidade esportiva nova que encantou as mulheres da alta sociedade – o Ciclismo. Desde sempre a bicicleta exige roupas confortáveis e mais soltas para pedalar e, “curio$amente”, aquelas calças femininas e peças mais leves, que foram motivo de chacota em um passado não muito distante, passaram a ser aceitas como em um passe de mágica.
Ainda assim os trajes para as ciclistas da época eram consideradas alternativas, mas só por fazer parte da elite foi a moda alternativa feminina mais aceitável pela sociedade do século XIX.
Conhece mais algum look da moda alternativa feminina do século XIX ou de outras épocas? Comente.
