Foto: Divulgação/Papelaria Castorino/Facebook
Quem é da geração Y e anda nostálgico pelos tempos de escola, ou que na época não tinha condições de ter aqueeela mochila inflável em tom metálico de verde-limão, mas que dava o status de descolado nos anos 90, pode se alegrar. Uma papelaria na cidade de Vila Velha (ES), a Castorino, viralizou na web por conta de sua linha de materiais escolares vintage, vinda diretamente de entre as décadas de 80 e 2000.
Em dezembro de 2022, a social media e esposa do herdeiro do negócio, Yasmin Santana, resolveu remexer o porão da loja ao lado de sua filha. O comércio existe desde 1970, mas as relíquias encontradas são materiais datados dos anos 80, 90 e 2000, todos lacrados e novos, nunca antes manuseados, desde lancheiras da Xuxa e da Moranguinho até cadernos com fotos de pessoas famosas e agendas da Capricho. No primeiro lote, Yasmin logo tratou de registrar o processo de deslacramento no TikTok, mas houve um breve hiato antes de postar sobre os demais pacotes.
“O primeiro vídeo foi postado em dezembro e viralizou, mas não dei continuidade. Era época de volta às aulas e nós precisávamos focar nisso, na volta às aulas e mostrar todo esse material novo que estava chegando”, conta. Mas, percebendo a alta repercussão do primeiro vídeo, ela tratou de dar continuidade. “Comecei a fazer do mesmo jeito, entro no depósito e chamo a minha filha. Hoje mesmo abrimos uma caixa cheia de fichários dos anos 80. Coisas da Moranguinho, fichários raríssimos dos Looney Tunes, […] Conforme postei na semana passada, vi que começou algo muito fora do normal”.
Com a repercussão, a loja acabou ganhando um espaço no e-commerce
A papelaria de propriedade da família do marido de Yasmin, Castorino Santana Jr., conta com oito unidades pelo Espírito Santo, todas elas de grande porte. Logo depois que as relíquias viralizaram nas redes sociais, a papelaria passou a receber inúmeros pedidos vindos de todos os cantos do Brasil. Até o Luciano, que faz dupla com Zezé di Camargo, encomendou alguns cadernos com a foto da dupla na capa.
Além disso, alguns fãs pediram para que a loja criasse um perfil na Shopee, empresa chinesa esta que entrou em contato com a papelaria para disponibilizar as relíquias na plataforma. Agora a Castorino também vende suas relíquias de forma online, a preços variados não apenas na Shopee, como também em seu site oficial.
E ainda tem mais para garimpar no estoque!
Segundo Yasmin, ainda tem dezenas de caixas para serem abertas nos depósitos. “Acho que o mais emocionante é realmente o momento de abrir a caixa, ver o que tem ali dentro. Eu chamo meu sogro, ele vai ao depósito, sempre temos uma reação muito espontânea na hora”, conta.
Ressaltando que a loja foi aberta em 1970 e que a moça ainda está descobrindo várias relíquias no estoque, capaz de um dia achar coisas até mais antigas, da década de inauguração da papelaria. Esperemos os próximos posts.
De onde vem tanta relíquia?
Segundo Yasmin, a papelaria não tinha informatização até 2010, portanto, a gestão do que vinha para o estoque não era controlada. Sem saber o tamanho da loja e o tanto que tinha de consumidores, as distribuidoras acabavam trazendo quantidades absurdas para o estoque. Isso era muito comum entre as lojas até os anos 90, o que explica muitos colecionadores de vinil assíduos conseguirem garimpar relíquias antigas ainda lacradas hoje em dia, por exemplo.
Essas antiguidades nunca foram esquecidas, o que sobravam continuavam sendo postas à venda junto com outras mercadorias na tentativa de evitar o prejuízo. Mas, ainda assim, as coleções mais novas eram as que mais se destacavam entre os consumidores.
O “anonimato” da papelaria que vendia material escolar nostálgico e fora de linha durou até novembro de 2022, quando Yasmin, casada com o herdeiro da Castorino há 13 anos, assumiu o trabalho de cuidar do marketing da empresa da família. Ela sempre soube dos lotes antigos guardados no estoque, só decidiu aproveitar a onda da nostalgia e divulgá-los melhor.