Muito tem se falado não apenas da Piaggio Vespa, como também de scooters de outras fabricantes ultimamente. Motivos não faltam, primeiro que estamos na onda dos triciclos elétricos para adultos, cuja estrutura abre caminhos para criarem um modelo inspirado na marca italiana, segundo que o CEO da Piaggio, Roberto Colaninno, morreu, aos 80 anos, neste último sábado (19), curiosamente no mesmo dia em que rolou um encontro de Vespas em Sorocaba.
Nesse “Vespa para lá, Vespa para cá”, muitos ficam curiosos em saber como a Piaggio e sua icônica scooter surgiu. Portanto, nós do UR vamos contar a sua história. Sobe na Vespa aí!
A história da Piaggio Vespa
Com apenas 20 anos de idade e um terreno herdado de seu pai, Rinaldo Piaggio, em 1884, fundou a fábrica homônima ao seu sobrenome. Inicialmente, sua produção era voltada para locomotivas e vagões de trem, mas em 1917, logo após o fim da Primeira Guerra Mundial, passou a focar em veículos militares, como barcos anti-submarinos, aviões e hidroaviões.
Já em 1940, quando a fábrica já estava nas mãos de seus filhos, Enrico e Armando, a Piaggio ampliou seu nicho para, além do militar, bondes, ônibus, caminhões, funiculares e janelas de alumínio. E, finalmente, na segunda metade da década, logo quando a Segunda Guerra acabou, Enrico decidiu focar nas necessidades da população criando pequenas motocicletas.

O primeiro modelo criado foi o MP5, também apelidado de Paperino (nome italiano do Pato Donald) por conta de seu formato peculiar. Este exemplar, que, aliás, parou na fase do protótipo, já tinha sua parte frontal da forma que conhecemos, mas seu corpo era bastante robusto e, aparentemente, era um tanto desengonçado para pilotar.
Enrico Piaggio não aprovou o modelo e pediu para o engenheiro aeronáutico Corradino D’Ascanio, que já trabalhava para a fábrica alguns anos antes, remodelá-lo. D’Ascanio nunca se interessou por motos, então resolveu inventar a scooter, que tinha o porte e a praticidade de uma moto, mas o conforto e a segurança de um carro.
E, assim, em 1946, nasceu a Vespa, que teve mais de um milhão de unidades produzidas em dez anos. Uma curiosidade é que a língua italiana ganhou um novo termo com a chegada dessas scooters, “vespare”, que significa “ir para algum lugar de Vespa”.

No Brasil
A Vespa só apareceu por aqui nos anos 50 com a montagem e distribuição da Panauto, que era licenciada pela Piaggio até os anos 60. Nesse período, a scooter foi o transporte de muitas famílias brasileiras inteiras, tanto para passeio quanto para fins utilitários, contribuindo para o crescimento do país.
Mas foi só nos anos 80 que a Vespa teve seu verdadeiro boom com a chegada da Motovespa, que fazia revendas autorizadas pelos quatro cantos do Brasil. O sucesso se deu por causa do período de redemocratização que o país vivenciava na época, que difundiam os ideais de juventude e liberdade, os mesmos condizentes com a identidade da scooter.
A venda oficial da Piaggio Vespa aqui no Brasil durou até os anos 90. Hoje não há uma loja oficial, nem física e nem online, mas ainda é possível comprar uma usada ou seminova em lojas de terceiros.