Celebrando os 150 anos da vida de Santos Dumont, que serão completados neste dia 20, a TV Cultura, que, como sempre, nos traz conteúdo educativo por meio do entretenimento, lança uma série com estreia prevista para o dia 23. Com quatro episódios, Santos Dumont – Um Inventor por Esporte irá ao ar aos domingos, sempre às 22h, no canal aberto da emissora.
A produção intercala entre os formatos documental e dramaturgia. Enquanto exibe 40 entrevistas gravadas no Brasil, Chile e França, além de imagens históricas raras, há breves encenações de Cassio Scapin interpretando o homenageado. O ator já havia incorporado o mesmo papel em Um Só Coração, da Rede Globo, em 2004. Além disso, os episódios seguirão a história de Dumont de forma linear, tendo o primeiro deles abordando sua família, origem e infância.

A trajetória de Santos Dumont
Nascido na Minas Gerais de 1873, o filho do engenheiro Henrique Dumont e de Francisca de Paula Santos não era um aluno exemplar. Mas era bastante curioso em saber como tudo funcionava desde muito pequeno.
Na adolescência, se tornou engenheiro autodidata e começou sua carreira no ramo da aviação construindo balões de ar. Até que, em uma de suas visitas à Paris com a família, conheceu e ficou fascinado com a novidade do momento – o motor à gasolina. Quando mudou oficialmente para a França aos dezoito anos, ele estudou mais sobre o assunto e procurou inserir o motor de combustão nos seus balões.
Em 1898 ele inventou o balão dirigível, aquele que, hoje, vemos em divulgações de marcas de pneus, e foi aperfeiçoando por mais alguns anos. Com este, ele ganhou o Prêmio Deutsch, que condecorava quem criasse a primeira aeronave dirigível, ao pilotar em torno da Torre Eiffel em 30 minutos com seu dirigível em 1901. Posteriormente, ele aperfeiçoou ainda mais o seu invento, criando dirigíveis maiores, capazes de levar passageiros além do piloto.

Mas o seu reconhecimento mesmo foi em 1906 quando apresentou o 14 Bis, a primeira aeronave que voava sem a ajuda do vento ou de mecanismos externos, ou seja, o avião. Na tarde do dia 12 de novembro daquele ano, Santos Dumont decolou pela primeira vez com o então novo invento no Parque das Bagatelle, em Paris, e aterrisou sofrendo poucos danos na asa direita, mas nada que perdesse o brilho daquele momento histórico.
Depois, em 1907, Dumont criou o Demoiselle, que serviu de modelo para os futuros projestistas. Menor e mais barato, este foi fabricado em larga escala e, portanto, em várias oficinas, além de ter sido outro trabalho bem-sucedido em sua carreira. Já em 1910, ele deixou sua carreira para supervisionar as indústrias na Europa, mas, logo, voltou ao Brasil ao ser diagnosticado com esclerose múltipla.

Sua saúde se debilitou ainda mais quando vieram as guerras, como a Primeira Guerra Mundial e a “Revolução” de 32, em que soldados passaram a usar o avião para bombardear inimigos. Ver seu maravilhoso invento sendo usado para fins negativos o decepcionou muito e lhe causou uma forte depressão.
Ambos os dois males que assombravam Santos Dumont o levou ao suicídio no dia 23 de julho de 1932, três dias após completar 59 anos. Os médicos legistas que assinaram o atestado de óbito registraram a morte como “ataque cardíaco” para não manchar a sua imagem.