Se estivesse vivo, John Lennon, um dos compositores mais amados do mundo, completaria 75 anos nesta sexta-feira, 9 de outubro. Através de seu trabalho com os Beatles, suas colaborações com outros artistas e sua carreiro solo, Lennon deixou uma marca musical que continua a inspirar cada nova geração com o passar dos anos.
John Winston Lennon nasceu em 1940, na Maternity Hospital, Oxford Street, em Liverpool, Inglaterra. Era filho de Alf Lennon, um marinheiro da Segunda Guerra, e de Julia Stanley. Seu pai o abandonou quando ele tinha apenas 4 anos de idade e, depois disso, sua mãe arrumou um namorado e foi morar com ele, que colocou a condição de que não queria cuidar do filho de um outro homem. Então, Julia pediu para que sua irmã Mimi cuidasse do pequeno John.
John começou a morar com sua Tia Mimi e com o tio George em uma casa confortável e aconchegante no subúrbio de classe média. Embora tivesse crescido num ambiente de conforto e ternura, ele carregava as marcas do abandono, e seus anos de escola foram caracterizados por uma propensão crescente a se meter em confusões.
Carismático e com um forte espírito de liderança entre seus colegas, ele exercitava seu espírito sarcástico e sagaz contra amigos, inimigos, professores, familiares e qualquer pessoa que representasse a figura da autoridade.
Em 1952, um ano depois de ter entrado na Quarry Bank School, seu amado tio George morreu, e John voltou a se aproximar da mãe. Julia era uma típica dona de casa inglesa, mas gostava de se apresentar como cantora e comediante amadora. Foi ela que ensinou os primeiros acordes ao filho adolescente – o curioso é que não foi no violão, mas num velho banjo.
John tinha 15 anos quando Heartbreak Hotel, de Elvis Presley, subiu ao segundo posto da parada britânica. Para ele e para vários garotos de classe média, o rock’n’roll chegava para mudar tudo. Nessa época, John e a mãe viam-se regularmente e ela tornou-se uma parte importante em sua vida. Mas da mesma forma repentina que a amizade e o amor entre os dois floresceram, eles terminaram. Em 15 de julho de 1958, Julia morreu atropelada por um policial bêbado.
Um motorista de ônibus presenteou Lennon com um de seus primeiros instrumentos musicais, dando-lhe uma gaita, que Lennon passou a tocar extensivamente durante as apresentações e gravações iniciais com os Beatles. Sua mãe também lhe ensinou a tocar banjo e comprou-lhe a sua primeira guitarra. Ele tocou também uma variedade de instrumentos, incluindo o teclado Mellotron.
John formou sua primeira banda em 1956, The Quarrymen, que a principio era uma banda de skiffle, rtimo que dominava a Inglaterra. A banda chamava The Quarrymen em homenagem a escola onde os garotos estudavam.
Para incorporar o grupo foram chamados Eric Griffths (violão), Bill Smith (baixo improvisado) e Rod Davis (banjo). Mas foi em uma apresentação, em 1957, que Paul McCartney foi apresentado a John Lennon, após Paul ver The Quarrymen tocar em uma festa na Igreja de St. Peter.
Paul demonstrou suas habilidades como músico a John e foi convidado a entrar para a banda. Ai vocês já conhecem o resto da história. Nos Beatles, John era o líder. Na primeira fase do grupo, John era responsável pela maioria das composições, mesmo elas sendo assinadas como dupla Lennon/McCartney.
Era evidente sua liderança e maior produtividade musical na banda. Ele também começou a desenvolver-se como letrista e compôs algumas canções mais intimistas influenciado por Bob Dylan como “I’m a loser” e “You’ve got to hide your love away”. Durante a segunda fase dos Beatles, John revelou-se cada vez mais ser um grande letrista. Entre suas composições estão “All you need is love”, “Strawberry Fields Forever”, “A day in the life” e “Across the Universe”, entre outras.
Em 1966, ele declarou em uma entrevista que o cristianismo vai desaparecer e encolher. “Eu não preciso discutir isso, eu estou certo e eu vou provar. Nós somos mais populares que Jesus agora. Eu não sei qual será o primeiro – o rock ‘n’ roll ou o cristianismo. Jesus estava certo, mas seus discípulos eram grossos e ordinários.”
A frase “somos mais populares que Jesus Cristo” repercutiu no mundo todo, recebendo ataques religiosos, gerando eventos em locais públicos de jovens religiosos queimando discos dos Beatles, e até mesmo grupos fanáticos esperaram a banda do lado de fora do show para tentar matá-los. John pediu desculpas publicamente, alegando ter sido mal interpretado, se explicando logo depois. “Não sou antideus, nem anticristo, nem antireligião”, disse.
Ele também disse que esta frase poderia ter sido substituída por “a televisão é mais popular do que Jesus” que seria a mesma coisa e não faria tanto barulho. Esse fato e algumas letras polêmicas de sua carreira solo (entre elas, “God”, onde diz não acreditar na Bíblia e em Jesus) lhe renderam fama de ateu, mas Lennon nunca chegou a expressar esse suposto ateísmo, declarando-se, em uma entrevista, agnóstico.
A primeira esposa de John foi Cynthia Powell, eles se casaram em 8 de Abril de 1963 e tiveram um filho Julian Lennon. John conheceu Yoko Ono em 1966, em uma galeria de artes de Londres. Mas foi somente em 1968 que John e Yoko começaram a ter um caso, nessa época Cynthia estava viajando, mas, mesmo assim, descobriu sobre o caso e, então, pediu o divórcio alegando infidelidade.
Depois disso, John e Yoko não se separavam nem para trabalhar. John levava Yoko em todas as gravações dos Beatles, deixando seus companheiros de banda bem irritados. Durante os últimos anos dos Beatles, John e Yoko tornaram-se inseparáveis.
Eles apareceram juntos na gravação do Rock and Roll Circus dos Rolling Stones e protestaram juntos contra a guerra do Vietnã. No dia 20 de março de 1969, eles se casaram em Gilbratar e na lua de mel promoveram o famoso bed-in. Ainda no mesmo ano, durante as gravações do álbum/filme Let it be, Yoko esteve presente.
Em Dezembro de 1970, John lançou seu primeiro álbum solo, o John Lennon Plastic Ono Band. Em 1971, ele atingiu o sucesso com o álbum Imagine e, no mesmo ano, ele e Yoko mudaram-se para Nova Iorque, nos Estados Unidos. No ano seguinte, os dois realizaram o álbum Some Time in New York City, com canções em parceria.
Na época, John recebia em sua casa vários ativistas e criticava a postura política do presidente americano Richard Nixon. Anos mais tarde, o FBI confessou que investigava a vida de John por causa de seu envolvimento político. O álbum também trazia canções de postura anti-racial, contra a brutalidade policial e anti-sexista, como na canção “Woman is The Nigger of The World”, entre outros temas.
Na noite de 8 de dezembro de 1980, quando voltava para o apartamento onde morava em Nova Iorque, no edifício Dakota, em frente ao Central Park, John foi abordado por um rapaz que, durante o dia, havia lhe pedido um autógrafo em um LP Double Fantasy em frente ao Dakota.
O rapaz era Mark David Chapman, um fã dos Beatles e de John, que acabou disparando 5 tiros com revólver calibre 38, os quais 4 acertaram em John Lennon. A polícia chegou minutos depois e levou John na própria viatura para o hospital.
O assassino permaneceu no local com um livro nas mãos, O Apanhador no Campo de Centeio, de J.D. Salinger. John morreu após perder cerca de 80% de seu sangue, aos quarenta anos de idade. Logo após a notícia da morte de John Lennon, que correu o mundo, uma multidão se juntou em frente ao Dakota, com velas e cantando canções de John e dos Beatles.
O eterno e polêmico vocalista do The Beatles deixou muitos motivos para sentirmos sua falta. Sejam por suas músicas, pelo seu relacionamento polêmico com a artista Yoko Ono ou por sua luta pela paz, o músico fez história e nos deixou um legado imenso.
Curiosidades sobre John
– Ele odiava a própria voz
– Sua obra favorita era All You Need Is Love
– Além de Yoko, John também tinha rolos e casos por aí – alguns com fãs!
– Ele aclamou ter visto um extraterrestre, em 1974
– Até hoje Yoko não revelou aonde foram jogadas as cinzas do seu amor