Quem acompanha Êta Mundo Bom, da Globo, percebe que a novela é ambientada várias vezes em um taxidancing, assim como relata a vida de algumas taxidancers. Portanto, nada mais natural ter curiosidade sobre essa profissão, afinal nenhuma novela de época tocou neste assunto antes. Para nós, meros mortais do século 21, é uma bela novidade.
O taxidancing era muito comum em São Paulo e no Rio de Janeiro durante as décadas de 1940, 1950 e início da década de 1960. Era uma espécie de danceteria exclusivamente para homens, que pagavam por minuto para virar a noite dançando com as dançarinas funcionárias do local, as taxidancers.
Normalmente, os taxidancings tinham a aparência de um salão de baile de aspecto redondo, semelhante a uma arena de tourada espanhola. Nele havia um palco onde duas orquestras, revezando entre elas, tocavam músicas dos mais variados estilos, como bolero, salsa e tango. Por entre os clientes e as dançarinas havia o fiscal circulando pelo salão contando os minutos que cada cliente dançava.
Além do fiscal, havia também um “xerife” que cuidava das eventuais brigas. Nas vezes em que a pista começava a esvaziar, também era responsabilidade dele entrar na pista de dança com uma taxidancer para animar o ambiente.
As taxidancers
Em paralelo com a profissão de taxidancer, muitas dançarinas se prostituíam, o que gerava muito preconceito por parte da sociedade. Mas também havia muitas que prezavam pela moralidade e ganhavam dinheiro apenas dançando. Além disso, muitas das dançarinas vinham de outra cidade ou estado e acabavam se alojando em “conventos”. Esses “conventos” eram nada mais que apartamentos localizados nos arredores do taxidancing onde a entrada de homens era proibida.