O som de bandas e cantores americanos como Lynyrd Skynyrd, Creedence Clearwater Revival, ou até mesmo do saudoso Hank Williams, sempre tiveram um apelo muito forte no Brasil. São muitas as bandas inspiradas por grupos como esses no rock brasileiro desde sempre. Mas agora uma nova banda, que é brasileira, aparece no cenário e já está conquistando fãs. Eles são The Hicks.
Surgidos no início de 2015 na cidade de Poço de Caldas (MG), seus shows já chamaram a atenção dos fãs do rock sulista americano por, além do seu som ser fiel aos tradicionais “hillbillies”, seu figurino e instrumentos incorporarem essa cultura. Seu repertório inclui canções revisitadas de rockabilly, bluegrass country e blues. O grupo conta com a linda Mari Schultz nos vocais, Coska Barros no baixo e banjo, Fabio Skynyrd no violão, guitarra e voz e Edgard Moraes na bateria.
Há pouco tempo, The Hicks lançou seu primeiro vídeo clipe com a música Back to Back. Tudo o que for dito sobre a beleza e o sentimento que essa música carrega é pouco. Ao se ouvir a canção você sente como se estivesse no Tennessee, voltando às origens do rock and roll, onde a música country e o blues se encontravam pela primeira vez. A prova da qualidade de Back to Back está, em parte, no número de visualizações do clipe: são mais de 1300 em menos de trinta dias de lançamento, um ótimo número para uma banda desse segmento e que acabou de nascer.
Confira uma entrevista do Universo Retrô com os membros da banda
Universo Retrô – De onde surgiu a ideia de montar uma banda tipicamente americana sulista?
Fábio – Surgiu comigo e Mari, devido ao gosto musical de ambos se resumir basicamente ao Country, Southern Rock e Rockabilly, era um sonho antigo em tocar esse gênero, aí ao convencer a Mari que ela cantava muito bem, apareceu o Coska (Henrique) com uma novidade. Ele tinha acabado de comprar um Banjo, e por também ser um apaixonado pela música americana e ser um amigo das antigas já rolou a conversa da banda ser formada, a princípio um trio, Mari, Fabio e Coska, mas logo apareceu o Edgard que veio de outra escola musical de outra vertente, mas que logo entendeu a pegada do Country e Rockabilly devido ao grande baterista que é. E então acabamos formando a família The Hicks.
Coska – A ideia de comprar um banjo foi pra voltar a tocar, pois estava parado e sem perspectiva de ter uma banda novamente, quando pintou o convite foi a hora exata mesmo sem saber tocar o banjo foi um novo desafio e a ideia de agregar o baixo e o banjo era genial, pois tinha muita vontade de passar a tocar o baixo acústico também.
Mari – Pra mim foi uma grande surpresa, posso dizer. Nunca imaginava cantar, muito menos ter uma banda, eu e Fabinho trabalhávamos juntos num bar e sempre nos finais da noite a gente juntava pra fazer um som, ali, na brincadeira. Como ele disse, nossos gostos musicais são muito parecidos, lembro que ficava um pessoal até mais tarde no bar pra ver a nossa “brincadeira” e de repente surge o Fabinho com a ideia que até agora ta dando certo.
Edgard –Tínhamos iniciado um projeto pop com outra banda. O baixista era o Coska e o vocalista o Fábio. Aí rolou o convite pra formar junto com eles a The Hicks, aceitei de cara e abandonamos o outro projeto e dedicando todo o tempo para a The Hicks.
Universo Retrô – O que esse tipo de música (country, rockabilly e blues) representa na vida de vocês? Pelo jeito a influência não é apenas musical.
Fábio – No meu caso, vem de berço, passei minha infância inteira ouvindo Elvis Presley, vindo da vitrola da minha mãe. Meu Avô também foi um grande incentivador, foi um ótimo trompetista e amava o jazz, e foi ele também que me deu meu primeiro violão, da adolescência pra cá se tornou mais que gêneros musicais, se tornaram um estilo de vida.
Coska – Venho de uma família em que meus pais viveram intensamente as décadas de 50 e 60 então foi inevitável não ouvir histórias da juventude de meus maiores ídolos e não ficar com isso na cabeça, além disso os clássicos da sessão da tarde eram na época La bamba e Great Balls of Fire, filmes de western eram uma constante em minha casa daí toda a influência, com o passar do tempo e o acesso a informação ficou fácil ir buscar mais conhecimento sobre músicas e tudo mais das décadas. Hoje cada dia mais vemos um crescimento por esse “de volta para o futuro”, mais bandas buscando essa raiz crua do estilo, de certa forma conseguimos nos encontros de carros nos bares temáticos nas festas viver um pouco dessa história.
Mari: Meu caso também como dos meninos foi pela família, lembro que ficava bastante na casa de meus avós na roça e do meu avô sentado na varanda fazendo o seu cigarro de palha e ouvindo Hank Williams, que foi uma das primeiras vozes que guardei e fui me encantando por aquilo cada vez mais!
Edgard – Bom eu não participava do meio rockabilly e country com muita frequência, apesar de já ter ido a alguns shows numa extinta casa da cena aqui de Poços, porém sou o mais eclético da banda, venho da escola do rock and roll mais atual, talvez era esse o tempero que eles procuravam. Um toque contemporâneo ao clássico que o Fábio, Coska e Mari já tinham no sangue. Agora acabei entrando pra tribo e sou mais um billy apaixonado pela old school música americana.
Universo Retrô – A sua música, Back to Back, teve alguma inspiração em especial?
Fábio – Sim, já me aventurei em outras cidades, e senti que meu lugar é perto da minha família, amigos, etc… A canção surgiu a partir de lembranças desta fase da minha vida e também pra que fique a mensagem de que tente sim, mas se não der certo volte pra onde você é querido.
Universo Retrô – Há planos para novos lançamentos? Pode nos contar um pouco mais sobre?
Fábio – Claro, já temos outras composições prontas, porém ainda não gravadas, a não ser em vídeos caseiros. Mas provavelmente o nosso primeiro EP seja lançado em 2016. Das autorais já prontas temos um rockabilly clássico que se chama Rockabilly Dance, e outras duas que já são bem a cara da proposta da The Hicks, o Country a Billy, We are The Hicks, uma canção onde a banda se apresenta e conta um pouco de suas experiências na estrada e Don´t tell the Devil que é um desabafo de um cara de saco cheio do seu relacionamento, dai o refrão, “não conte ao Diabo que te mandei pro Inferno”.
Mari: Lembrando também das versões que fazemos de várias músicas, que a cada ensaio sai uma novidade e que chama muita atenção do público que vai nos assistir. Toda semana praticamente temos alguma novidade!
Universo Retrô – Gostariam de deixar alguma mensagem a seus fãs que certamente aguardam novidades da banda?
Fábio – Mensagem de agradecimento, o ano de 2015 ainda não acabou, mas foi incrível, em todos os lugares por onde passamos fomos muito bem recebidos, se formou uma galera muito legal que nos segue, e apoia. Que 2016 seja pelo menos igual, da nossa parte podem esperar sempre mais novidades, sempre mais empenho e é claro que muita diversão nos nossos shows. Como diz o nosso grito de guerra: Up The Hicks!
Coska – Ao pessoal que nos segue temos só é que agradecer esse primeiro ano que veio como um furacão em nossas vidas muitíssimo obrigado pelo carinho e pela energia que nos passam a cada show, procuramos retribuir da melhor forma possível. Ao pessoal que ainda vai nos conhecer a partir daqui ou nos shows que virão podem ter certeza que vamos dar o máximo de nós para agradar a todos e que o próximo ano seja tão produtivo quanto esse que passou.
Mari – Primeiramente acho que nem posso chamar de fãs e sim de amigos, pois se hoje a banda está dando certo foram pelos grandes amigos e os que conhecemos nessa estrada também se tornaram mais do que apenas pessoas que curtem o som e vão assistir aos shows. Só tenho a agradecer, pois cada um que está lá é que nos dá grande força para querermos continuar cada dia, ver todos vibrando e curtindo junto, isso não tem preço! Muito obrigada! Up The Hicks!
Edgard – Deixo então a promessa de que vem por ai muitas novidades, muita musica boa e o meu muito obrigado pelo carinho de todos e a todas as casas, pub´s, bares e organizadores de eventos por confiar no trabalho da The Hicks.
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