O retrô e o “faça você mesmo” nunca ficaram tão em alta como agora, neste momento de isolamento social causado pela pandemia do coronavírus. Portanto, é claro, que a clássica técnica Tie-dye, que dá aquele efeito “arco-íris” em nossas roupas, não ficou de fora.
Depois de se popularizar no final dos anos 60 e voltar à moda nos anos 90, as brasileiras, famosas ou não, aderiram a técnica, sejam tingindo suas próprias roupas ou comprando as peças já prontas. Desta vez, além do vestuário, a técnica também passou a ser aplicada em itens de decoração, como almofadas e cortinas, e até mesmo nas unhas.
O objetivo do retorno do Tie-dye, segundo a personal stylist Juliana Bacellar, é o mesmo da época em que rolava o festival de Woodstock. O que antes nos servia como uma forma de escape da realidade da época, como as guerras e ditaduras, hoje a tendência expressa nosso desejo de fugir da realidade atual, que é a pandemia e a crise político-econômica.
“Com a quarentena, o Tie-dye vem como uma forma de escape, quase uma terapia, podendo ser feito em casa, sendo assim facilmente aceito pelo público em geral. Suas formas abstratas, até psicodélicas representam bem nosso desejo de fuga da realidade”, explica a personal.
Mas, apesar da tendência bombar nesta pandemia, Juliana também afirma que o Tie-dye voltou um pouco antes da pandemia, porém de forma discreta em desfiles como da Dior, Channel e Anna Wintour, que misturou o Tie-dye com a estampa xadrez para a ocasião.
A origem do Tie-dye
A técnica caseira de tingir roupas surgiu muito antes dos anos 60, ela veio do Japão, entre os séculos VI e VII, sob o nome de shibori. A partir daí, a técnica passou a ser usada não só pelos asiáticos, mas também na cultura africana e indiana.
O nome Tie-dye, que em tradução livre significa “amarrar e tingir”, só foi aparecer quando a técnica chegou ao ocidente no final da década de 60 pelos hippies americanos. De forma adaptada, a técnica foi muito vista nas camisetas, calças, vestidos e acessórios, como as cangas, das pessoas que frequentavam o festival de Woodstock em 1969.
Depois que veio a era da discoteca, o Tie-dye ficou esquecido até os anos 90, quando os clubbers resgataram a técnica para utilizar em seus looks da vida noturna. Agora, com nós passando pelo atual contexto político-econômico e o incentivo do isolamento social a personalizar nossas coisas, tornando-as exclusivas, o Tie-dye voltou à moda, desta vez pelas fashionistas.