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Um ano sem B.B King e a autobiografia indispensável aos fãs do blues man

15 de abril de 2016, por Mirella Fonzar
Música
BB King

Há exato um ano, os amantes da boa música acordavam com uma triste notícia. Em 15 de abril de 2015, o rei do blues nos deixava para fazer uma Jam Session nos céus. Integrante do Hall da Fama do Rock and Roll desde 1987, B.B. King morreu em Las Vegas, nos Estados Unidos, aos 89 anos de idade, em decorrência da diabetes tipo 2.

Em seus quase 60 anos de carreira, o ícone conquistou todo o mundo com seu jeito bonachão e sua guitarra carinhosamente chamada de Lucille. A tristeza dos fãs fica, mas a prova de missão cumprida aparece ao lado das 16 nomeações ao Grammy, os mais de 70 discos gravados e uma trajetória digna de rei.

Há alguns anos ele convidou David Ritz, autor especialista em biografias, para acompanhá-lo em uma turnê e por meio dos depoimentos de B.B. King, colocar no papel sua história de vida. Pelo selo Generale, a Editora Évora trouxe o livro ao Brasil em 2014.

“Não me dou bem com palavras. Nunca consegui me expressar da forma como queria. Minha mente luta contra a boca e os pensamentos ficam entalados na minha garganta. Às vezes, ficam lá por segundos ou até minutos. Alguns pensamentos ficam por anos; outros ficaram escondidos minha vida inteira”, disse B.B. King durante a divulgação do livro.

“Eu gaguejava quando era criança. O que estava dentro não conseguia sair. Eu ainda não sou fluente de fato. Não conheço boas palavras. Se fosse acusado injustamente de um crime, teria muita dificuldade de me provar inocente. Eu gaguejaria e engasgaria até que o juiz me mandasse para a cadeia. As palavras não são minhas amigas. A música é. Sons, notas, ritmos. Eu falo por meio da música” – explicou ele.

De uma forma intimista e confidente, a biografia “B.B. King – uma vida de blues” traz detalhes do menino que nasceu no interior do Mississipi e cresceu ordenhando vacas, um apaixonado por mulheres e que se encantou pela música ainda criança na igreja.

“Escuto mamãe cantar com o coral com uma voz tão doce que me dá vontade de chorar. Não consigo ficar quieto. Meus olhos vão daqui para lá, somente para aterrissar no objeto que mais me fascina de toda a igreja: o violão do reverendo. Ele está inclinado contra o púlpito e é lindo. O corpo é de madeira oca, com uma corda que prende à parede. O formato é redondo e suas adoráveis curvas me lembram do corpo de uma bela garota. Quero ir até lá e segurá-lo, mas não me atrevo. Não sei como tocar”, disse o rei.

Nascido Riley B. King, logo que iniciou sua carreira era Beale Street Blues Boy e, com a fama e a mostra de um talento ilimitado, seu nome foi abreviado para Blues Boy King, ou seja, B.B. King.

Ele caiu na estrada em 1951 e recebeu incontáveis prêmios e honrarias, incluindo um doutorado honorário da universidade de Yale, uma Medalha Presidencial de Artes, um Prêmio MTV de Melhor Vídeo (“When love comes to town”) e sete Prêmios Grammy (de dezesseis nomeações).

Vai fazer falta.

SERVIÇO

B.B. King – A autobiografia: Uma vida de blues
Autores: B. B. King e David Ritz
www.editoraevora.com.br

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