Se estivesse vivo Marlon Brando completaria 92 anos neste domingo, 3 de abril. Vítima de problemas pulmonares, o ator que representa o estilo e rebeldia dos anos 50 faleceu há 12 anos, aos 80 anos, deixando um incrível legado aos amantes do cinema. O ator recriou o conceito de galã, com sua beleza e atuação singular, e chegou a ser considerado um dos últimos símbolos sagrados das telonas.
Brando não era só mais um rostinho bonito nos filmes, era um ator completo. Se tornou símbolo de toda uma geração e influenciou, junto com James Dean e Elvis Presley, o comportamento dos jovens na década de 1950. No filme O Selvagem (1953), ele interpretou Jhonny Stabler, um delinquente de jaqueta de couro, líder de uma gangue de motoqueiros. O personagem deu origem ao estilo rebel (rebelde), tão marcado na época.
Logo no início de sua carreira, Brando recebeu cinco indicações consecutivas ao Oscar de Melhor Ator, pelos filmes: Uma Rua Chamada Pecado (1952), Viva Zapata! (1953), Julius Caesar (1954), Sindicato de Ladrões (1955) e Sayonara (1956). Mas suas atuações mais marcantes, que também lhe renderam indicações, foram na década de 1970, com o clássico, indispensável a qualquer cinéfilo, O Poderoso Chefão (1972) e o polêmico O Último Tango em Paris (1972).
Ao viver o mafioso Don Corleone, em O Poderoso Chefão (1972), o artista levou a estatueta de Melhor Ator, mas não compareceu à cerimônia. Em seu lugar enviou a índia Sacheem Littlefeather, que, na realidade, era uma atriz, como forma de protestar contra a maneira que Hollywood retratava os nativos americanos. As causas sociais sempre foram um jeito de Brando utilizar a fama, que nunca foi sua aliada, de forma positiva.
Depois de atuar em Superman – O Filme (1978) e Apocalypse Now (1979), ele anunciou oficialmente sua aposentadoria para se dedicar totalmente às ações voluntárias. Suas aparições no cinema se tornaram esporádicas, estreando sua última participação em 2001, no longa A Cartada Final.
Com a interrupção de sua carreira, Marlon Brando mudou-se para sua ilha na Polinésia Francesa, onde começou a passar por uma série de problemas pessoais. Em 1990, Christian, seu filho mais velho, passou cinco anos na prisão após assassinar o namorado de sua irmã Cheyenne, que se suicidou por depressão poucos anos depois.
O ator ainda tentou voltar a viver nos Estados Unidos, mas foi perseguido pela mídia, sendo fotografado várias vezes quando estava acima do peso. Brando chegou a pesar 160 quilos e preferiu se isolar novamente na Polinésia. Desde então, o cinema que viveu com Marlon Brando os seus dias de ouro, está um pouco menos rebelde, um pouco menos brilhante.