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Quem disse que rock ‘n roll não se dança? Veja onde aprender Jive Rock

3 de maio de 2017, por Jane Galaxie
Música
Jive Dance

Com tantos estereótipos em torno do Rock ‘n Roll, o público que curte a sagrada tríade musical – guitarra, baixo e bateria – dificilmente é reconhecido por suas habilidades na dança. Isso por que muitos ainda acreditam que “Rock não se dança” ou, ao menos, que não há uma dança específica para esse gênero e suas vertentes. Para desconstruir esse mito, vamos voltar no tempo e contextualizar historicamente o Jive Rock, um tipo de dança que surgiu nos anos 50 e até hoje conquista o coração e esqueleto dos “roqueiros”.

Shake, Rattle and Roll: O começo de tudo

Após os anos 50, a liberdade conquistada pela geração dos “Baby Boomers” fez com que eles mesmos determinassem seus novos caminhos e ganhassem sua independência, assim, as Swing Dances dominavam o período. Com a chegada da geração X (pós Segunda Guerra Mundial), consequentemente, a cultura evoluiu e trouxe novos padrões de comportamento, moda, referências sociais e tribos urbanas. As tendências europeias ficaram mais em alta e o pólo musical americano musical já não tinha tanta força como antigamente.

A decadência do Rock ‘N Roll, como se conhecia nos anos 50, foi acontecendo gradativamente. Com a chegada da geração Y, as músicas ligadas ao rock passaram a não ser tão dançantes – no que compete à dança em dupla. Assim, o marco dessa geração foi a caracterização do rock como uma ferramenta de protesto: dançar em par já não era uma das prioridades das vertentes que chegavam e o que estava por vir exigia contato mínimo, em estilos de dança que se tornavam cada vez mais individuais e sem uma metodologia definida, apenas por divertimento, como ainda é hoje nas noites de casas noturnas.

Então, onde foram parar as Swing Dances que eram costumeiramente vistas e atreladas ao Rock N Roll, em filmes e clipes que marcaram época? Os movimentos aéreos marcantes e o ritmo frenético, que dominava os casais nos anos 50, continuam sendo uma parte eternizada na história. No entanto, as coisas mudaram um pouco de figura ao longo dos anos.

dançarinos dos anos 50

(Foto: Reprodução)

Jump and Jive: O nascimento de uma dança “Rock ‘n Roll”

Na década de 50, as Swing Dances, como o Lindy Hop e o Jitterbug, mantiveram seus nomes de referência (já que suas raízes datam as décadas 20 e 30), andando na contramão da tendência que buscava generalizá-las, utilizando-se do termo Rock ‘N Roll, que na verdade se tratava apenas do estilo musical. Os professores e desenvolvedores de Swing Dances vislumbraram essas danças sendo utilizadas em outros estilos musicais e propostas, por isso a resistência aos estereótipos e mudanças de nome.

No entanto, apesar das confusões e adaptações, uma nova dança surgia em paralelo e estava buscando uma denominação. Inicialmente foi desenvolvida e nomeada como Lindy Hop, East Coast Swing, West Coast Swing e Jitterbug. É possível conferir essas referências em diversos filmes da época, como “Ao Balanço das Horas” (1956); “Ritmo Alucinante” (1956); “Mocidade Indomável” (1957); “Carnival Rock” (1957) e “Rock, Rock, Rock” (1957).

Rock Around The Clock (Foto: Reprodução)

“Rock Around The Clock”, como é originalmente chamado filme “O Balanço das Horas” (Foto: Reprodução)

Hoje em dia, nos países europeus, a “dança Rock ‘N Roll” é caracterizada por ser uma Swing Dance e é diferenciada por outros nomes, entre eles: Ceroc, Leroc, Jive, Rockabilly Jive, etc. O Jive, por sua vez, é uma dança que alcançou sua popularidade a partir de 1940, concebida durante o período da Segunda Guerra Mundial.

Ela traz em sua essência as Swing Dances dos americanos, ligadas ao Jitterbug e ao West Coast Swing, que acabaram desenvolvendo uma mescla entre as danças e reinventando de uma maneira totalmente diferente às propostas iniciais destes estilos. O que fez com que os europeus adotassem o termo American Jive, para nomear de forma oposta ao termo instaurado previamente como Jitterbug-Jive.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a dança desenvolvida passou a se chamar apenas Jive, com referencia das Swing dances, principalmente do Boogie Woogie. Que, por sua vez, foi desenvolvido a partir dos anos 80 como Modern Jive e ganhando contornos do que é o West Coast Swing, nos dias de hoje.

Rockabilly: O Jive com pitadas latinas

O Jive não morreu e acabou ganhando novos adaptações admiradores dos estilos musicais da década de 50 ligados ao Rockabilly, Rock N Roll, Rhythm & Blues, Doo Wop, etc. Mas afinal, o que é dançado nos dias de hoje por aqui na América Latina? Depois que o Jive chegou ao Brasil, incorporou também passos de outras danças, principalmente as latinas, o que o fez perder um pouco da forma tipicamente “americana”. Sem contar que vem se transformando a cada dia mais com a popularização do estilo.

Conhecida comumente como “Rockabilly” por certo comodismo dos interessados, remete ao termo utilizado para descrever o estilo musical que surgiu do encontro do hillbilly com o rhythm & blues nos anos 50 e é considerado um subgênero do Rock ‘N Roll. Já tivemos uma matéria por aqui e você pode entender melhor a eterna confusão entre rockabilly e jive.

Chamado por Jive Rock (pelo professor Felipe Lima), a dança é caracterizada principalmente pela energia, criatividade e giros rápidos do casal que colocam em prática a variedade de passos que cada música permite desenvolver em seu mais profundo processo de dinamismo e interação. Ela pode ser conferida e praticada em diversas festas, eventos e locais em São Paulo, que exaltam esse estilo de vida e tendência ligada ao retrô. É inegável que o rockabilly e seus interpretes vêm ganhando espaço atrelados à dança que permite uma perfeita interação entre os amantes deste som.

Onde aprender a dançar Jive Rock em São Paulo?

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

Psicólogo e promoter de festas rockabilly, Felipe Lima é apaixonado pelos estilos musicais dos anos 50 e 60 e pratica desde 2012 a dança Jive Rock, comumente conhecida como Rockabilly no Brasil. Atualmente, ministra aulas de dança em pontos variados da capital paulista e para turmas particulares. Os interessados em aprender a dançar ao som do rock em São Paulo devem entrar em contato através do e-mail rockabillyjiverock@gmail.com, informando no campo ASSUNTO a qual região da Grande São Paulo pertence e no CORPO DO E-MAIL a disponibilidade de horário para fazer as aulas de dança.

Turmas em andamento: 

VILA MADALENA – Às quintas-feira, das 19h às 20h
Curso de dança para iniciantes com introdução ao nível intermediário, com 3 meses de duração. Mais informações: Link do evento, aqui.

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PERDIZES – Aos sábados das 16h às 17h

O Centro cultural EITA!, próximo à Avenida Sumaré, por enquanto oferecerá as aulas de dança aos sábados. Mais informações no site oficial ou na página da escola no Facebook.

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OSASCO – Aos sábados das 16h às 17h

Na região oeste da grande São Paulo, a Dance Art Osasco fica próxima ao museu municipal de Osasco, e oferece por enquanto suas aulas também aos sábados. Link do evento.

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Onde dançar e praticar o Rockabilly – Jive Rock?

Para ficar por dentro das aulas abertas, workshops, festas e eventos ligados à cultura Rockabilly, vintage e retrô, acesse a página Dance Jive Rock. Siga também pelo Instagram @rockabillyjiverock e não deixe de assinar a notificação de eventos para receber as novidades direto em seu perfil do facebook.

Gostou da matéria? Este é um conteúdo patrocinado pela Dance Jive Rock, uma das empresas que apoiam o Universo Retrô a permanecer online. Mas fiquem tranquilos, só indicamos marcas e produtos em que acreditamos e este texto representa 100% a nossa opinião. Venha anunciar conosco também!

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