Cansou das mesmas bandas de sempre? Pois bem, fizemos uma matéria com 10 discos de 10 bandas “billy” (psychobilly, neo-rockabilly e rockabilly) que nunca estiveram os holofotes da mídia, ou que estiveram por apenas um curto período de tempo… que pouca gente lembra sequer de mencionar numa conversa de bar (quando ainda era possível), e que nem por isso deixam de ser ótimas bandas para variar sua playlist diária!
E não precisa procurar nos confins da internet, ou pagar uma fortuna em um disco de vinil, tudo está disponível no nosso querido Spotify!
10 discos de bandas “billy” pouco conhecidas para ouvir no Spotify
1 – Something Shocking: Pink
Esse LP de 1991 da fantástica banda inglesa Something Shocking caiu no esquecimento até pelos fãs do estilo. É uma das primeiras bandas psycho com vocal feminino, e com uma baixista mulher também, a talentosíssima Emma (que toca até hoje em dia em diversas bandas de rockabilly). O quarteto inglês teve vida curta e só lançou esse LP, infelizmente.
2 – Degenerated: Degeneradiation
Incríveis! Essa é sem dúvida minha banda atual favorita de psychobilly! O trio de Berlim Degenerated faz um psychobilly agressivo e muito inspirado, com várias influências malucas e uma sonoridade bem inovadora e diferente de tudo que existe atualmente no psychobilly. Você pode ler a entrevista com eles aqui!
3 – Los Carayos: Persistent Et Signent + Au Prix Où Sont Les Courges…
Por graça divina, o Spotify disponibiliza os dois álbuns do Los Carayos juntos! O Los Carayos foi uma banda/projeto com os maiores nomes da cena punk/psycho/afins dos anos de 1980. Entre eles Manu Chao (sim! ele mesmo!), Alain Wampas (do Les Wampas e Happy Drivers), Tonio Chao (irmão do próprio Manu Chao, na época da banda Chihuahua) e o multi-instrumentista e ator François Hadji-Lazaro (da banda Pigalle).
O som é uma mistura de tudo que esses caras ouviam e tocavam, passando pelo country/hilbilly, punk rock, ao psycho/rockabilly, com algo de música latina e francesa no meio, variando de idioma também, letras em espanhol, francês e inglês. Banda de sonoridade única e muito legal, recomendado para pessoas com pouco ou nenhum preconceito musical!
4 – Radium Cats: Other Worlds
Ótima banda escocesa do final dos anos de 1980. Formada pelos irmãos Paterson (guitarra vocal/baixo vocal). Se definiam como uma mistura de The Cramps com Stray Cats, o que fica bem claro em suas músicas.
Infelizmente pouco lembrada quando se fala de psychobilly dessa época, talvez pela forte influência de rockabilly numa época que as bandas do estilo estavam ficando cada vez mais pesadas.
“Other Worlds” é o último álbum dos escoceses, lançado em 1992, e é ótimo do começo ao fim, letras sobre terror, fantasmas, zumbis, cemitérios e morte, como algum humor à lá Scooby-Doo, bem aos moldes da cartilha psychobilly.
5 – Fatboy: Diggin’ The Scene
O Fatboy é uma banda muito popular e conhecida APENAS na Suécia e na Escandinávia. Nunca entendi esse limite geográfico da banda. Enfim, eles fazem um som de difícil descrição, eu pessoalmente chamo de “rockabilly triste”, algo entre o rockabilly/country/pop com um pé no Smiths/Morrissey. Ótima banda para aqueles dias mais nublados e chuvosos. “Diggin’ The Scene” é o último álbum dos caras, e é maravilhoso de ponta a ponta. Recomendadíssimo!
6 – Komety: s/t
Banda polonesa que fazia um psychobilly bem aos moldes 80s, e teve um razoável reconhecimento na primeira metade dos anos 2000. Após um breve sucesso na cena, se desvincularam da mesma, e começaram a fazer um pop-rock genérico, já sem o contrabaixo acústico. Foi devidamente esquecida no resto do mundo e é difícil alguém lembrar do Komety, mesmo eles tendo lançado um dos discos mais legais do estilo no começo daquela década.
Fato interessante, o primeiro disco deles começou a ser vendido pirata em algumas feiras e lojas de música no México, e eles viraram uma banda muito famosa lá, indo tocar no México mais de uma vez e lançando um CD oficial best of por selo mexicano, até hoje é possível encontrar merchandising da banda em terras mexicanas, talvez o único lugar que a banda seja conhecida além da Polônia.
7 – Gagarin Brothers: Twist Behind the Iron Curtain
Divertida banda do ex-Meantraitors, D-Jazz, conhecido pelo seu estilo “britadeira” de tocar, aqui nos apresenta algo diferente. Versões de clássicos russos da época da corrida espacial, numa versão mais dançante, mais rockabilly, com contrabaixo e acordeon. Bem gostosinho de ouvir!
8 – Tabaltix: Sex, Pugs and Rock’n’Roll
Talvez um dos discos mais importantes e bacanas da cena americana dos últimos 20 anos, os Tabaltix são muitas vezes ditos como os responsáveis do ressurgimento do “psychobilly old-school” nos EUA, e posteriormente no mundo, cena que antes estava totalmente voltada ao punk rock melódico e ao metal. Nisso o Tabaltix foi recebido de braços abertos e lágrimas nos olhos pelos psychobillies mais puristas com seu som oitentista, além da estética new-wave da banda.
Após o lançamento do disco excursionaram boa parte da Europa, tocaram à exaustão em todos os cantos dos EUA e depois aparentemente se cansaram. A banda ainda se reúne de uma a duas vezes por ano desde então, mas nada novo e oficial foi lançado.
9 – Get Smart: s/t
Primeiro e único disco dessa clássica banda dos tempos áureos do Klub Foot, o clube inglês responsável pela explosão do psychobilly nos anos 80. Neo-rockabilly dançante e bem animado! Primeira banda de Jonny Bowler, que depois entraria como baterista (ou baixista, depende da formação) do Guana Batz, e ficaria até os dias atuais.
10 – Batfinks: Wazzed’n’Blasted
O Batfinks é infelizmente uma banda conhecida apenas por uma parcela mais fervorosa dos fãs de psychobilly, nunca saindo muito desse meio. Foi uma das primeiras bandas a fazer um som com influência mais nítida de punk/hardcore, e não se sabe muito da banda e seus membros pós-término. Deixaram o maravilhoso “Wazzed’n’Blasted” como registro e mais um álbum ao vivo, com as mesmas músicas do disco mais um cover de “U.S.A.” do The Exploited.