Home > Destaque > 10 invenções presentes no dia a dia que devemos à 2º Guerra Mundial

10 invenções presentes no dia a dia que devemos à 2º Guerra Mundial

1 de setembro de 2021, por Jane Galaxie
Lifestyle

Dizer que a 2º Guerra Mundial mudou os rumos da história da humanidade sempre soa como um eufemismo ou uma banalização do violento episódio, pois estima-se que entre 1939 e 1945 cerca de 75 milhões de pessoas podem ter perdido a vida. No entanto, apesar da devastação causada no planeta, o conflito agiu como um catalisador, trazendo uma ampla gama de inovações e invenções que marcaram o início de uma nova era.

Com o objetivo final de encontrar melhores maneiras de equipar seus soldados e destruir o inimigo, os governos das nações mais poderosas do mundo investiram grandes somas de dinheiro em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia – a 2º Guerra Mundial fez decolar projetos que em tempos de paz simplesmente não teriam acontecido no mesmo ritmo.

(Museu Nacional da Segunda Guerra Mundial em Nova Orleans)

O Museu Nacional da Segunda Guerra Mundial, localizado em New Orleans, Louisiana, EUA, descreve o período da seguinte forma: “Há um velho ditado que diz que a necessidade é a mãe da invenção. Esse sentimento foi o caso durante a Segunda Guerra Mundial, um enorme conflito global que definitivamente apresentou aos Estados Unidos uma variedade de desafios táticos e logísticos. A cada passo, os americanos pareciam precisar de tudo – mais suprimentos, bombas maiores, aviões mais rápidos, melhores tratamentos médicos e comunicações mais precisas.” 

“Em resposta, cientistas, técnicos e inventores forneceram um fluxo constante de novos produtos que ajudaram a tornar a vitória possível. Muitas dessas inovações transformaram a própria natureza da guerra para as gerações futuras e tiveram um impacto significativo na vida dos civis.”

Abaixo estão algumas das invenções mais importantes que se desenvolveram a partir de um legado da Segunda Guerra, incluindo itens que invadem o dia a dia, como forno de micro-ondas e computadores, até tecnologias responsáveis pelo desenvolvimento dos foguetes que levam o homem à lua.

1 – Computadores

O poder de processamento dos computadores não seria o que é sem a operação britânica Government Code & Cypher School (GC&CS), desenvolvida para quebrar códigos alemães durante a Segunda Guerra Mundial. O computador Colossus, projetado na instalação militar secreta Bletchley Park – também conhecida como Station X – fazia a criptoanálise do código “Enigma” utilizado pelos nazistas. 

A inteligência desse sistema contribuiu diretamente para o sucesso dos Aliados na invasão da Normandia. Em um esforço para manter o sigilo das operações, os britânicos destruíram todos os Colossus desenvolvidos na guerra. Felizmente, eles mantiveram os projetos, garantindo que as gerações futuras pudessem assistir a vídeos no YouTube, interagir nas redes sociais e jogar videogames o quanto quisessem. 

Um computador Colossus sendo operado por mulheres durante a 2º Guerra Mundial
(Um computador Colossus sendo operado por mulheres)

2 – WI-FI 

Embora Hedy Lamarr tenha alcançado fama internacional como estrela de Hollywood, ela não se contentou em atuar. Entre as filmagens praticava seu hobby favorito: inventar. O maior triunfo científico de Lamarr foi destinado à Marinha dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, mas agora é usado na comunicação sem fio moderna: o . Seu sistema de comunicação secreta usava “salto de frequência” para guiar mísseis controlados por rádio debaixo d’água de uma forma que o inimigo não os detectava.

Como revela o documentário “Bombshell – A História De Hedy Lamarr” (2017), os militares acabaram usando sua ideia, mas Lamarr foi avisada de que ela faria uma contribuição maior para a guerra como uma pin-up do que como uma inventora: entretendo as tropas. 

Hendy Lamar, criadora do Wi-Fi
(Hendy Lamar, criadora do Wi-Fi)

A invenção de Lamarr não se tornou amplamente conhecida até perto do fim de sua vida, nos anos 1990. Ganhou mais força quando seus obituários foram publicados em 2000. Desde então, a notícia se espalhou e ela se tornou um ícone das mulheres na ciência – sendo homenageada até mesmo com um Google Doodle.

3 – Forno Micro-Ondas 

A Segunda Guerra Mundial trouxe a necessidade de potências beligerantes serem capazes de detectar e controlar o movimento de aeronaves e de tropas inimigas. O Cavity Magnetron, um dispositivo RADAR desenvolvido pela empresa Raytheon e montado em aeronaves, fazia exatamente isso.

Você sabia que o forno de micro-ondas instalado no balcão da sua cozinha também foi desenvolvido a partir da tecnologia de RADAR? Perry Spencer, um funcionário da Raytheon, conceituou e projetou o primeiro forno micro-ondas depois de perceber que as “micro-ondas” emitidas pelo Cavity Magnetron haviam derretido uma barra de chocolate em seu bolso. Desde então, os micro-ondas têm estimulado as partículas de alimentos em muitas cozinhas pelo mundo.

Perry Spencer, responsável por tangibilizar o micro-ondas, como conhecemos hoje
(Perry Spencer, responsável por tangibilizar o micro-ondas, como conhecemos hoje)

4 – Aerossol 

Um pouco antes da Segunda Guerra, em 1927, o engenheiro norueguês Erik Rotheim patenteou a primeira lata de aerossol com uma válvula que poderia conter e dispensar produtos. Mas foi durante a guerra que o governo dos Estados Unidos financiou uma pesquisa para pulverizar pesticidas em insetos transmissores da malária.

Então, em 1943, os pesquisadores do Departamento de Agricultura, Lyle Goodhue e William Sullivan, desenvolveram um aerossol que podia ser pressurizado com gás liquefeito. Foi esse projeto que fez surgir produtos como sprays de cabelo e desodorantes – juntamente com a destruição da camada de ozônio – possíveis. 

Lyle Goodhue e William N. Sullivan, criadores do aerossol durante a 2º Guerra Mundial
(Lyle Goodhue e William N. Sullivan, criadores do aerossol)

5 – M&M’S

A maneira inovadora de produzir bombons de chocolate revestidos por uma capa de açúcar fez com que Forrest Mars, filho do famoso criador do Mars Bar, e Bruce Murrie, filho do executivo da Hersey, William Murrie, se unissem para produzir M&M nos Estados Unidos. Os minúsculos doces eram fabricados exclusivamente como rações fáceis de transportar e “derreter na boca, não na mão”. 

Quando voltavam para casa, os soldados queriam mais dos minúsculos, crocantes e deliciosos chocolates. Após o fim do racionamento de chocolate durante a guerra, a Mars, Inc. começou a fabricar o icônico M&M para o público. Desde então, as coloridas guloseimas têm um lugar de destaque na indústria de doces americana.

Propaganda do M&M's durante a 2º Guerra Mundial
(Propaganda do M&M’s durante a 2º Guerra Mundial)

6 – Cabines Pressurizadas

Os aviões usados ??inicialmente na Segunda Guerra Mundial não eram pressurizados – os pilotos e a tripulação usavam máscaras de oxigênio. À medida que os bombardeiros se tornavam maiores e exigiam que a tripulação se movesse ao redor da cabine, surgiu a necessidade de pressurização da cabine. 

O primeiro bombardeiro com pressurização de cabine foi o Boeing B-29 Superfortress, que também incluiu o primeiro sistema produzido para regular a pressão do ar. Este foi também o avião que levou as bombas atômicas para o ataque às cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão. 

Boeing B-29 Superfortress, o primeiro a ter cabine pressurizada durante a 2º Guerra Mundial
(Boeing B-29 Superfortress)

A título de informação, as cabines dos aviões são pressurizadas para proteger os passageiros e tripulantes da hipóxia e da falta de oxigênio em grandes altitudes, isso requer o bombeamento de ar para dentro da cabine para imitar a pressão encontrados ao nível do mar.

7 – Motores a Jato

Os motores a jato ganharam destaque nos últimos meses da Segunda Guerra Mundial, como forma de dar aos caças uma vantagem sobre seus adversários. O Messerschmitt Me 262 Schwalbe foi o primeiro caça a jato alemão a entrar em uso operacional; com o britânico Gloucester Meteor, o único dos Aliados a entrar em ação antes do fim da guerra, não muito atrás. 

O Me 262 foi o primeiro caça a jato a entrar em serviço durante a 2º Guerra Mundial
(O Me 262 foi o primeiro caça a jato a entrar em serviço)

Essa tecnologia, desenvolvida pela primeira vez entre 1939 e 1945, é usada atualmente por companhias aéreas para transportar passageiros em todo o mundo, tanto que voar para qualquer destino no exterior ficou mais acessível do que nunca.

8 – Tecnologia de Foguetes

O foguete V2 (sigla de Vergeltungswaffe – arma de vingança) foi desenvolvido pelos alemães para destruir o inimigo. No entanto, uma vez que a guerra terminou e a necessidade de vingança cessou, os Aliados trouxeram grande parte dos cientistas alemães da Europa para os Estados Unidos, no que ficou conhecido como “Operação Paperclip”.

Seus conhecimentos sobre foguetes, aerodinâmica e voo espacial foram colocados à prova na recém-criada NASA. Hoje, a tecnologia que já foi usada para causar morte e destruição na Segunda Guerra impulsiona os astronautas para a órbita da Terra e além. 

Foguete V2
(Foguete V2)

9 – Antibióticos

Embora o antibiótico penicilina tenha sido desenvolvido na década de 1930 por Alexander Fleming, Howard Florey e Ernst Chain, a droga começou a ser amplamente utilizada na prática durante a Segunda Guerra Mundial. Em agosto de 1940, o trio de pesquisadores de Oxford publicou os resultados de seus primeiros experimentos, mostrando que a penicilina poderia combater com eficácia uma variedade de patógenos, incluindo as bactérias que causavam gangrena.

Alexander Fleming, Howard Florey e Ernst Chain em notícia no NYT, sobre o Prêmio Nobel de Medicina, em 1945
(Alexander Fleming, Howard Florey e Ernst Chain em notícia no NYT, sobre o Prêmio Nobel de Medicina, em 1945)

Antes do fim da guerra, a penicilina já estava sendo produzida em massa por mais de 20 empresas farmacêuticas, inclusive dos Estados Unidos. Em 1944, os soldados aliados carregaram frascos de penicilina com eles para as praias da Normandia. O medicamento, que até hoje é usado para tratar infecções, abriu as portas para outros avanços médicos que ganharam força durante a Segunda Guerra, como a transfusão de sangue. 

10 – Slinky

Sim, até o slinky (ou mola maluca) foi inventado durante a Segunda Guerra Mundial. Seu criador, o engenheiro naval Richard James, desenvolveu a ideia do brinquedo quando uma mola de torção, usada principalmente para testar a potência de navios de guerra, rolou de sua mesa e “esgueirou-se” pelo chão em sua forma característica. 

O que antes era usado para determinar a força naval tornou-se um sucesso instantâneo para as crianças. A “mola maluca” pode realizar uma série de truques, incluindo descer um lance de escadas com o auxílio da gravidade e seu próprio impulso, ou parece levitar por um período de tempo. 

A invenção virou brinquedo na década de 40
(A invenção virou brinquedo na década de 40)

Na década de 1970, os slinkys feitos em plástico colorido da cor do arco-íris viraram febre. Em 1995, o slinky dog – um pequeno cachorro de plástico cujas extremidades dianteiras e traseiras eram unidas por uma mola de metal (lançado em 1952 pelas Indústrias James) – foi redesenhado para todos os filmes da franquia Toy Story e Toy Story Live Action, da Pixar.

Matérias Relacionadas
Tia Beth
Tia Beth: romance tem fatos históricos do séc. XX como cenário e muitas reviravoltas
Tia Beth: Leonardo de Moraes
Tia Beth: Leonardo de Moraes lança ficção ambientada na Ditadura Militar
Elvira de la Fuente
Elvira de la Fuente: de socialite polêmica a espiã que derrotou os nazistas na 2ª Guerra
Mulheres dos anos 40
Mulheres dos anos 40: 10 nomes que fizeram parte da história na década

1 Response

Deixe um comentário