Algo que deixa um enorme ponto de interrogação na cabeça até mesmo dos mais entendidos de vinil e vitrolas é a rotação 16 rpm. Aparelhos de som originais dos anos 50 e 60 costumam ter essa opção de velocidade ao lado das muito bem conhecidas 33, 45 e 78. Entretanto, seus donos quebram a cabeça tentando garimpar vinis do formato de forma insistente e sem sucesso.
O motivo é que esses discos são muito raros em outros países, tão raros que, até onde se sabe, nunca foram lançados aqui no Brasil. Apesar dessa “inexistência” no país, as vitrolas fabricadas por aqui tinham a opção para rodar um disco na velocidade 16 rpm. Especula-se que, naquela época, as montadoras daqui deviam receber peças de suas fabricantes, cuja unidade principal ficava em outro país.
Segundo fontes gringas (pois não se encontra nada sobre em terra nacional), os discos de 16 rpm foram criados no final dos anos 50 para gravar registros de longuíssima duração e que não exigiam muita fidelidade sonora. Era mais para gravações de audiobooks, assim como de outros registros falados, inclusive, lançaram até a bíblia neste formato.
Sobre seu aspecto físico, o disco de 16 rpm podia parecer um LP de 33 ou ser altamente confundido com um compacto de 45. Mas, para quem está acostumado com as outras rotações, vê-lo rodando dá uma agonia e não é muito recomendado para os ansiosos.
Este formato ficou no mercado por um breve período de tempo e nunca foi produzido em massa. Mas chamou a atenção das emissoras de rádio, que passaram a usar a rotação 16 rpm para transmitir entrevistas, radionovelas e documentários, e para a indústria automobilística, que viu nesses discos a oportunidade de “ler seus livros preferidos enquanto dirige” e, portanto, lançou as também raras vitrolas para carros.
Além disso, outro ramo que teve sua atenção roubada pelos discos de 16 rpm foi a indústria fonográfica voltada para as músicas ambiente de lugares públicos, que não exigiam muito da fidelidade sonora como as músicas de cunho comercial. A marca do ramo mais conhecida por adotar o formato foi a americana Seeburg. A já consagrada com suas jukeboxes de 45 e 78 rpm lançou uma vitrola especial que rodava apenas na 16 rpm e acompanhava discos exclusivos de mesmo formato, a Seeburg 1000.
Os discos de 16 rpm foram perdendo seu espaço nos anos 70. Primeiramente, os toca-discos passaram a ser fabricados sem a opção de velocidade no início da década e, depois, lá pela metade, o formato foi extinto. O motivo foi por conta da popularização da fita-cassete, que era mais prática, menos custosa e desempenhava bem a mesma função de reproduzir gravações faladas. Ainda, os discos de 33 rpm também passaram a ser lançados com esse mesmo tipo de áudio, deixando os 16 rpm ainda mais para trás.
Teve aqui no Brasil sim…eu possuía um exemplar de um programa da Rádio Bandeirantes (PRK – 30) talvez da década de 50 que era nesse formato
Sim, os 16 rpm surgiram nos anos 50, mas eram muito raros. Obrigada por informar, em breve corrigiremos a matéria.
TENHO UM TOCA DISCO DA MARCA “GARRARD”
Então você tem um tesouro em casa, nunca se desfaça dele! ;)
Materia super legal parabéns
Obrigada! <3
Ainda tenho um toca discos com a rotação 16. Lembro de ter ouvido quando era criança, um compacto colorido de 16 r.p.m. com uma história infantil. Infelizmente, se perdeu com o tempo. O toca discos era de uma Eletrola valvulada, marca Orbiphon. O TD, é um Collaro made England. Ainda funciona, mas somente a rotação 78. Parabéns pela sua reportagem.
Deve ser linda sua vitrola! Na minha opinião, as valvuladas são as mais charmosas (e o som é bem fiel, até os mais entendidos de áudio comprovam). Sim, na época os 16 rpm eram mais para gravações faladas, as historinhas infantis normalmente vinham nesse formato. Ficamos felizes que gostou da matéria, obrigada. :D
Nesse vídeo no YouTube, vemos que aqui no BR era usado para trabalhos direcionados a crinças (mesmo essa música não sendo bem infantil kkkkkk).
https://www.youtube.com/watch?v=p4DsvHllUDo
Comprei um toca discos da marca Grundig que tem essa opção de 16 rpm.
Está muito bom esteticamente, pretendo fazê-lo funcionar novamente.